Pergunta simples e direta do Instituto Paraná: o senhor
prefere o Brasil governado por Michel Temer ou pelo PT? O resultado foi o
seguinte: nenhum deles, 57,8%; 3% não sabem; 19,6% preferem Temer e 19,5%
preferem o PT.
É corrente que jamais houve governante tão impopular
quanto Michel Temer. Ele assumiu o governo depois de um doloroso processo de
impeachment da titular, Dilma Rousseff. O desemprego, que já era grande quando
Temer tomou posse, até bem pouco tempo só cresceu. Dentre suas políticas não há
nenhuma popular, principalmente a reforma previdenciária. A previdência
brasileira anda tão mal das pernas que nenhum trabalhador, do setor público ou
do setor privado, nenhum aposentado ou pensionista terá algo a ganhar com a
reforma. É uma reforma necessária, que precisa ser aprovada com urgência, mas
cujos efeitos virtuosos só serão vistos e reconhecidos daqui a anos, muitos
anos. Na largada, todos perderão.
Ao mesmo tempo, Temer é o inimigo público número um de
Rodrigo Janot. São flechadas e mais flechadas (na linguagem meio babaca do
procurador), desferidas contra o presidente. Nem todas são certeiras, é
verdade. Mas imobiliza Temer no esforço de escapar do tiroteio. Janot conta com
a ajuda prestimosa das organizações Globo, que não dão descanso ao presidente,
atacando-o de forma implacável e sistemática.
O PT não anda, certamente, nos seus dias mais gloriosos.
Basta ver o desânimo que rondou as caravanas nordestinas de Lula, na região
onde ele é mais forte. Mesmo assim, era de se esperar que, em circunstância
alguma, o PT poderia ter uma avaliação do povo brasileiro, que pudesse se
comparar a Michel Temer. Mas a pesquisa revelou: se for para governar o Brasil
Michel Temer e o PT estão empatados tecnicamente, com Temer ligeiramente à
frente.
Dizendo de outro modo, na hora do vamos ver, e diante de
um critério extremamente objetivo - quem governa melhor - Temer ou o PT - a
resposta dos pesquisados demonstrou que o PT está tão mal na foto quanto Temer.
O presidente deve ter soltado fogos de artifício.
Outra pesquisa, essa da Ipsos-Estadão, quis saber como a
população avalia personagens do Judiciário e do Ministério Público.
O personagem mais mal avaliado é Gilmar Mendes: 67% de
rejeição. Normal: Mendes é alvo de ataques de todas as direções, está no centro
de todas as polêmicas. Mas o que vem a seguir é surpreendente. O segundo lugar
em rejeição pertence ao procurador Rodrigo Janot, 52%. O ministro Edson Fachin,
tem 51% de reprovação. A ministra Carmem Lúcia, tão bem comportada, 47% e o
comandante-em-chefe da força-tarefa da operação Lava Jato, Deltan Dallagnol,
45%.
As sombras da época não recaem somente sobre políticos de
carreira. O desencanto apontado na pesquisa com o Judiciário e o Ministério
Público tem a ver com o vergonhoso acordo de delação firmado entre o procurador
Janot, homologado pelo ministro Fachin, que anistiou os irmãos Batista e o
grupo JBS de todas as infrações, irregularidades e delitos. Com a patranha,
Janot e Fachin fizeram mais contra a Lava Jato do que todos os inimigos da
operação.
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