Os Maragatos e os Chimangos, por Felipe Cruz Pedri*

O Rio Grande do Sul é marcado por sua história de lutas, posições fortes e disputas entre grupos que não deixam de mostrar que têm lado. A cultura gaúcha absorve a disputa de ideias como essência de seu povo. Isto se traduz abertamente no campo político.


Temos um mais um ano de eleições no Brasil e, também no Rio Grande do Sul, o Governo do Estado, comandado pelo tucano Eduardo Leite será posto à prova dentro da lógica gaúcha de não reeleger governos estaduais. Mas isso não muda muito um cenário, que, se colocado de forma clara, mostra a hegemonia socialista/social democrata nas últimas décadas no Rio Grande. Desde Antônio Britto, o máximo que tivemos em termos de alternância de governos no Estado foi o revezamento entre a esquerda e centro esquerda. De Olívio e Tarso, a Germano Rigotto, Yeda, Sartori e Leite, percebemos que há um hiato no comando do estado, a Direita está alijada do Piratini há décadas. Seria como se fôssemos governados somente por Chimangos este tempo todo, algo que não muito comum por essas plagas.


No entanto, vejo um novo vigor neste aspecto em 2022, onde surgem nomes importantes para levar o estado à alternância de poder, a Direita Gaúcha, vê no horizonte a possibilidade de trazer ao centro do poder estadual um nome como o ministro Onyx Lorenzoni, disposto a colocar a tradição e valores em primeiro lugar, resgatando o orgulho ferido do gaúcho.



Chegou a vez do outro lado governar, chegou a vez dos Maragatos no Piratini!


 * Publicitário e Secretário Nacional do Audiovisual*

Com preços de commodities ainda elevados, inflação segue pressionada

Surpresas altistas com a inflação e a atividade pressionam bancos centrais na grande maioria dos países. Indicadores globais divulgados nesta semana apontam para uma demanda mais aquecida nos últimos meses. Nos EUA, tanto o varejo como a indústria avançaram acima do esperado em janeiro, com altas interanuais de 1,4% e 3,8%, respectivamente. Na Área do Euro, a produção industrial registrou alta interanual de 1,6% em dezembro, contrariando a expectativa de retração. Ressalta-se que, tanto nos EUA como no bloco europeu, os indicadores de inflação permanecem pressionados e muito acima de suas metas. Os dados de inflação ao consumidor do Reino Unido surpreenderam para cima, acelerando para uma alta de 5,5%, o que deve reforçar a postura mais dura do Banco da Inglaterra. 


o Ata do Fed reforçou sinalização de que juros serão elevados em breve. Sem trazer muitas informações novas em relação à decisão de política monetária anunciada em janeiro, o foco de discussão do documento se concentrou nos ajustes que estão por vir da taxa de juros, ao passo que a redução do balanço patrimonial pode ocorrer após o início do ciclo de alta de juros. Mantemos expectativa de que o Fed iniciará o movimento de alta de juros em sua próxima reunião, em março.


o Na contramão do ocidente, inflação chinesa desacelerou e mantém porta aberta para estímulos. Houve uma descompressão dos preços tanto no atacado como no varejo em janeiro, sugerindo alguma desinflação de bens em escala global. Assim, ao contrário do que vemos na maioria dos países, o comportamento da inflação chinesa mantém espaço aberto para medidas voltadas à aceleração do crescimento. De fato, a autoridade monetária do país vem reforçando a intenção de aumentar os estímulos à economia, o que deve se traduzir em retomada da atividade nos meses à frente. 


o Tensão geopolítica no Leste Europeu manteve ambiente volátil. Após aparente alívio no conflito, com informações de que a Rússia havia reduzido sua presença militar na fronteira com a Ucrânia, as tensões voltaram ao radar quando Otan e autoridades do governo americano informaram que as forças russas na região estão, na verdade, aumentando. Nas últimas semanas, o risco de que o conflito não caminhe para uma solução diplomática tem afetado as bolsas, o dólar, e, principalmente, os preços do petróleo. 


o Nesse contexto, também no Brasil os preços ao produtor seguem pressionados por commodities. O IGP-10, divulgado nesta semana pela FGV, avançou 1,98% em fevereiro, uma aceleração em relação à alta de 1,79% verificada no mês anterior. Essa elevação ainda se justifica, em grande medida, pela pressão vinda de commodities e combustíveis, com destaque para as altas substanciais de minério de ferro, soja, milho e óleo diesel. No curto prazo, entendemos que os preços das principais commodities agrícolas e industriais devem seguir elevados, em um contexto global de estoques apertados e demanda sustentada.


Pesquisa sobre esclerose múltipla

O Hospital Moinhos de Vento está selecionando voluntários para o protocolo da pesquisa clínica Gavotte com novo tratamento para pacientes com esclerose múltipla. O estudo pretende avaliar a eficácia, a segurança e a farmacocinética de uma dose mais alta da medicação ocrelizumabe, em comparação com a dose aprovada de 600 mg.

Os voluntários precisam ter entre 18 e 55 anos, de ambos os sexos, com diagnóstico de esclerose múltipla progressiva primária. Ao todo, devem ser recrutados 30 pacientes em 11 instituições do Brasil. Os participantes serão randomizados — ou seja, os integrantes são escolhidos de forma aleatória. Serão um mínimo de cinco doses de tratamento mais altas (1200 mg ou 1800 mg), de acordo com o peso corporal, de ocrelizumabe administrado por infusão intravenosa (IV), a cada 24 semanas na fase de tratamento duplo-cego. A estimativa é que o estudo seja concluído em setembro de 2028.

Os pacientes da esclerose múltipla evoluem normalmente de três formas: remitente recorrente, aqueles em que ocorre um surto e uma recuperação; secundariamente progressivo, que começa remitente recorrente e depois tem uma piora lentamente progressiva; e o terceiro grupo, que são os primariamente progressivos, aqueles pacientes que têm progressão da doença desde o começo, ou seja, vão piorando lenta e progressivamente.

Segundo a responsável pela pesquisa e médica neurologista do Núcleo de Esclerose Múltipla e Doenças Desmielinizantes do Hospital Moinhos de Vento, Maria Cecília Aragon de Vecino, o estudo Gavotte visa os pacientes primariamente progressivos e os protocolos são bastante rígidos, já que o objetivo é avaliar os que estejam sem tomar a medicação de ocrelizumabe há pelo menos dois anos. “Basicamente, queremos testar um ajuste de dose. Tentar entender se, com uma aplicação de dose maior do que é usado nos estudos originais, seria possível conseguir maior eficácia no tratamento, se melhoraria a capacidade funcional dos pacientes, diminuiria a incapacitação e  reduziria a atividade na ressonância”, afirma.

A pesquisadora destaca ainda que já conhecemos a eficácia da droga nos pacientes com evolução primariamente progressiva, e é muito boa. “Neste estudo, se procura por maiores benefícios para este grupo. E provável que exista uma dosagem diferente para alguns pacientes e que aqueles que não atingem nosso objetivos com a dose padrão de hoje se beneficiem com um regime de tratamento diferenciado”, destaca.

 A esclerose múltipla

Estimativas da Associação Brasileira de Esclerose Múltipla (Abem) apontam que cerca de 40 mil brasileiros possuem a doença. A esclerose múltipla é uma doença neurológica, crônica e autoimune que atinge o cérebro, os nervos ópticos e a medula espinhal, causando diversos sintomas como perda da visão, perda de força, fadiga e alterações da sensibilidade.

Mais informações sobre a pesquisa basta contatar o hospital pelo telefone (51) 3314-2965 ou pelo email pesquisa.clinica@hmv.org.br.

Parada do Pólo Petroquímico de Triunfo, RS

 O maior ciclo de paradas da Braskem no Rio Grande do Sul terá início em abril nas plantas de Polietileno, Polipropileno e na Central de Matérias Primas. A projeção é de que as atividades aconteçam até o dia 30 de julho. Estão previstas seis grandes empresas com contratos fixos e cerca de 30 outras empresas com contratos pontuais, envolvendo aproximadamente 4 mil pessoas, incluindo equipes de terceiros, sendo boa parte de profissionais das comunidades onde a empresa está inserida, cumprindo seu papel de desenvolvimento sustentável nas regiões em que atua. No pico de serviços, em torno de 50 mil tarefas serão realizadas, com investimento total estimado de R$ 840 milhões, entre novas tecnologias, segurança, recursos materiais e humanos.

 

Na última segunda-feira (14/02), deu-se início a uma primeira etapa de manutenção com a parada de uma das unidades de produção de Polietileno, a Slurry 1, da PE-5. A planta de Eteno Verde será mantida em funcionamento e sua manutenção será realizada em novembro deste ano. Como será um ciclo de paradas, as unidades produtivas não param todas ao mesmo tempo, garantindo o fornecimento de material para as demais indústrias da cadeia. Além disso, durante a parada no Rio Grande do Sul, a Braskem poderá abastecer seus clientes com a produção dos seus complexos em outros estados.

 

Durante o ciclo de paradas, serão implementados projetos de novas tecnologias de segurança e performance operacional, além da manutenção e limpeza dos sistemas existentes e equipamentos, robustecendo cada vez mais a Integridade e Segurança das Operações da Braskem no Estado. “A Braskem é uma das três maiores indústrias do Estado e segue as mais rigorosas normas internacionais de segurança da indústria petroquímica. Além disso, adotamos um plano robusto para a realização das atividades do dia a dia, contemplando as mais restritivas recomendações nacionais e internacionais, e, em alguns casos, sendo ainda mais rigorosos ao visar a proteção da saúde e do bem-estar dos trabalhadores”, afirma o gerente de Relações Institucionais da Braskem, Daniel Fleischer.

 

Os funcionários das plantas que param atuam na parada, em atividades de liberação dos equipamentos, supervisão dos serviços ou manutenção. Já os que estão nas demais plantas, que não estão paradas, continuam trabalhando normalmente. As plantas não param todas juntas de uma só vez. Para preservar a saúde e a segurança de todos, a Braskem postergou, por 30 dias, o início do ciclo de paradas, devido à onda da variante Ômicron. Para garantir a segurança, serão aplicados todos os protocolos essenciais e legais, como distanciamento social, uso de máscaras e de álcool em gel, além de cuidado especial nos refeitórios e áreas de uso comum.

 

Também foram elaboradas Instruções de Trabalho específicas à realidade do evento de parada de manutenção planejada, visando o atendimento à legislação vigente, bem como nos procedimentos do dia a dia da Braskem. Há uma atenção especial para Segurança, Saúde e Higiene Ocupacional de todos que participarão do evento.

 

“Estamos trabalhando de forma conjunta com as áreas responsáveis da Braskem, Órgãos legais e o Governo do Estado para que todas as ações sejam voltadas para a segurança e saúde das pessoas que estarão conosco, nosso maior valor e não abrimos mão disso. Desta forma estamos gerando empregos e investimento no estado do Rio Grande do Sul de forma responsável e sustentável. Também estaremos priorizando algumas vagas de trabalho para jovens serem inseridos pela primeira vez no mercado de trabalho como mais uma ação social de inclusão aproveitando este momento da Parada Panejada”, finaliza o Diretor Industrial da Braskem no Rio Grande do Sul, Nelzo Silva.


Ai, o drama colorad, por Facundo Cerúleo

          A paixão ideológica anda meio entreverada com a paixão futebolística lá no Inter. Tenho que explicar? Bueno, antes, vamos ver certos fatos.


        O Sport Club Internacional, que se julga “glória do desporto nacional”, foi entregue à administração de rapazes que militam sob bandeiras afinadas com regimes autoritários que existem por aí.


        Bem, aí um passarinho me disse – e o pessoal da Bandeirantes confirmou – que a tal direção bota na geladeira o repórter que faz crítica aos intocáveis da… tal direção. Isso é que é vestir a camisa!


        Segundo o passarinho, a coisa é assim: “Se nos criticou, então não tem informação!” Só quem elogia é que tem acesso às informações.


        Tá, mas… E o torcedor?


        Para quem já falou em “um vestiário mais aberto para o sócio” e “temos que ser muito transparentes com o torcedor”, fica meio estranho.


        Mas a voz da direção já deu a letra, que cada qual tire suas conclusões:

        “Vamos trabalhar sempre tendo como guia aquilo que construímos com os movimentos políticos e o que apresentamos para o associado e o torcedor”. Entenderam?


        E o que é mesmo que os rapazes querem dizer com “Não somos adeptos da 'tese da depressão'”? Sim, eles falaram isso! É a “novilíngua”.


        Para quem está acostumado a sacar o que vai nas entrelinhas fica fácil perceber qual é o vermelho dos rapazes…


        O passarinho também viu, no meio da torcida, uma certa irritação por esse “uso ideológico do clube”. É bem possível.


        Às vezes, as pessoas não alcançam compreender bem o que está ocorrendo, mas nem por isso deixam de perceber que alguma coisa está fora do lugar.


        Também há os que veem claro e botam a boca no trombone. O deputado Bibo Nunes, por exemplo, que é sócio do Inter, ficou uma onça quando essa direção, ao apresentar um kit promocional de lançamento da camisa branca do clube, colocou na embalagem do produto a estrela do PT.


        Registre-se que o Bibo acabou falando umas coisas impublicáveis…


        Em resumo. Censurar repórter e filtrar informações é próprio dessa gente. A militância partidária dos rapazes revela que eles têm afinidade ideológica com ditaduras como a da Venezuela, da China e da Coreia do Norte, nas quais a imprensa é censurada.


        É flagrante o intuito revolucionário desses moços. Discutível é se eles têm direito de impor ao Sport Club Internacional a sua ideologia de esquerda, desrespeitando torcedores de centro e de direita, que, somados, formam uma esmagadora maioria.


        Percebem o entrevero ideológico que tomou conta do Colorado?