Lagomarcino foi o único gaúcho que pediu a impugnação de Lula

Os ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiram por 6 votos a 1, em julgamento concluído na madrugada deste sábado (1º), pela rejeição do pedido de registro de candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Presidência da República. Votaram os ministros: Luís Roberto Barroso, Edson Fachin, Jorge Mussi, Og Fernandes, Admar Gonzaga, Tarcísio Vieira e Rosa Weber.

O registro de candidatura de Lula teve 16 impugnações (contestações) no TSE, entre elas, a de Pedro Lagomarcino, candidato a Deputado Estadual do Rio Grande do Sul pelo partido NOVO, primeiro e único cidadão gaúcho a impugnar o pedido de candidatura de Lula a Presidente da República.

"Com sentimento de patriotismo cumprido, comunico a todo povo gaúcho que IMPUGNEI o pedido de candidatura de LULA. Não foi, não é, e nunca será com a nossa omissão, com a nossa apatia, com a nossa conivência, com a nossa indiferença que esta excrescência de pedido de registro de LULA iria ser viabilizado. Continuarei firme no combate a tudo que venha atentar ou violar a moralidade, a Lei, a nossa Constituição e o nosso país. Chega de corrupção", escreveu Lagomarcino em suas redes sociais ao protocolar o pedido.

Ativista judicial no combate à corrupção, com diversas ações que objetivam anular atos administrativos praticados por agentes públicos, por serem contrários aos princípios constitucionais da administração pública, Lagomarcino foi também, o 1º cidadão brasileiro a protocolar o pedido de impeachment de Dilma Rousseff.

Para ele, o PT e Lula mentiram ao pedir o registro da candidatura do ex-presidente por não apresentarem documentos e informações sobre a condenação do político pela 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região. O pedido foi destinado ao ministro Luís Roberto Barroso, escolhido pela presidente do TSE, ministra Rosa Weber, relator responsável por todas as ações de impugnação contra o petista.

“Com efeito, diante da condenação que paira sobre o impugnado, o óbvio ululante já impõe que o mesmo não possui capacidade eleitoral passiva, sendo seu pedido de candidatura considerada, tecnicamente, como irregistrável”, escreveu o candidato a Deputado, ao pedir a rejeição do registro de Lula por “falta de capacidade eleitoral”.

Desinformação, ignorância e falta de humanidade

Por Alfredo Fedrizzi, jornalista e consultor

Nos últimos dias, tenho acompanhado discussões pelas redes sobre receber refugiados, agora mais focadas nos venezuelanos. As postagens são estarrecedoras e preconceituosas. Os argumentos não resistem a um mínimo de conhecimento histórico, além da total falta de empatia. O que muitos dizem: “Não devemos receber venezuelanos, nosso país já tem gente demais”, “Falta trabalho”, “Eles podem trazer doenças”, “Vão partir para a criminalidade”, “Leva um pra tua casa”, “Não podemos apoiar os governantes venezuelanos”, entre tantas bobagens.

Com exceção de alguém que tenha descendência 100% indígena, todos somos imigrantes! Basta olhar para os sobrenomes – italianos, alemães, polacos, russos, japoneses, chineses, portugueses. Enfim, a lista é interminável. Felizmente!

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Formamos uma cultura acolhedora, criativa e trabalhadora, fruto dessa mescla de povos. Todos vieram (viemos) de fora. E fomos bem recebidos. Os motivos para tanta gente ter chegado ao Brasil estão nos livros e registros públicos, aqui e nos países de origem. E todos indicam que saíram em função da fome, epidemias ou conflitos.

O Brasil foi feito por imigrantes. É claro que herdamos bons hábitos dos indígenas, como tomar banho todos os dias e muito da nossa alimentação.

Acolher significa abrir espaço em nossos corações para quem está precisando de apoio. Não tem nada a ver com apoiar governos que provocam essas ondas migratórias pelo mundo. Até porque, quem sai do seu país ou está sendo perseguido, ou está muito vulnerável. Deixar involuntariamente a terra de origem, entes queridos, tudo o que tem, é muito doloroso. Não é uma escolha. É uma opção pela sobrevivência. Há poucos dias o jovem prefeito de Esteio me falou das resistências que enfrentou na sua comunidade por se dispor a receber 200 venezuelanos. É muito diferente da situação da cidade de Pacaraima, em Roraima, que tem 12 mil habitantes e, no último ano, por lá já passaram 127 mil venezuelanos fugindo da fome.

Mas Esteio tem 80 mil habitantes e vai receber apenas 200 pessoas. Além do fator humano, hoje, as regiões mais inovadoras do mundo, como o Vale do Silício, são os lugares com maior quantidade de pessoas de todos os países, e as empresas buscam, cada vez mais, ter uma mescla de etnias, que fazem os ambientes se tornarem mais criativos e transformadores. Se o espírito desumano de alguns que não querem receber esses imigrantes existisse na época dos nossos antepassados, nenhum de nós estaria aqui!

Dilma não pode ser esquecida

Nenhum candidato abordou até agora o terrível legado das gestões lulopetistas

A campanha eleitoral já está há duas semanas nas ruas do País, mas quase nenhum candidato a presidente foi capaz de abordar aquele que deveria ser um dos principais assuntos desta eleição: o terrível legado dos governos lulopetistas, especialmente o de Dilma Rousseff.

Dilma sofreu impeachment em 12 de maio de 2016 e foi afastada em definitivo em agosto daquele ano. Desde então, o País luta para superar a imensa crise causada por sua incompetência e sua visão de mundo, consubstanciada na ideia segundo a qual “despesa corrente é vida” – frase símbolo do modo Dilma de pensar e que quase levou o País à ruína.

Os números de sua passagem pela Presidência não permitem dúvida sobre o desastre: Dilma saiu pela porta dos fundos do Palácio do Planalto deixando atrás de si uma inflação de mais de 9%, uma taxa de juros próxima de 15% e desemprego de 10,9%, contra 6,5% em 2014, quando a petista foi reeleita. O número total de desempregados saltou de 6,4 milhões para 11 milhões nesse curto período, uma alta impressionante de mais de 70%. Tudo isso sob o pano de fundo de uma brutal recessão de 7,6% registrada entre a reeleição de Dilma e seu impeachment – lembrando que a petista recebeu a economia crescendo a uma taxa média de 4,64% ao ano nos quatro anos anteriores, durante o governo de seu criador, Lula da Silva. Nem é preciso grande exercício de imaginação para especular como estaria o País hoje se ela ainda estivesse a presidi-lo.

No entanto, nada disso parece fazer parte dos discursos dos principais candidatos ao Palácio do Planalto, que desde o começo da campanha deveriam ter usado o governo Dilma como exemplo óbvio do que não se pode fazer na Presidência.

Mesmo os presidenciáveis que integravam a oposição àquele tenebroso governo preferem ignorá-la, centrando fogo no atual governo, como se fosse este o responsável pelo descalabro em que o País vive. Pode-se fazer muitos reparos ao trabalho do presidente Temer, mas é preciso reconhecer que, a despeito das imensas dificuldades resultantes do turbulento processo de impeachment, seu governo estabilizou a inflação, reduziu a taxa de juros, realizou algumas importantes reformas necessárias para a retomada da atividade econômica e conferiu um mínimo de racionalidade ao processo político. Tudo isso em menos de dois anos. É um feito, sob qualquer aspecto.

Mesmo assim, é seu governo, e o não o de Dilma, que é tratado como “herança maldita” na campanha eleitoral. Consolidou-se o discurso segundo o qual Temer resume, em si, o que há de pior no País, desde a corrupção até a cassação de “direitos sociais”, passando pelo desemprego e pela lenta retomada econômica – e tudo isso se traduz em uma impopularidade da ordem de 70%, inédita na história nacional. Enquanto isso, Dilma Rousseff aparece como favorita para ganhar uma das vagas ao Senado por Minas Gerais.

Não se chega a tal situação sem uma estratégia muito bem pensada. Quando conquistou a Presidência, em 2003, Lula da Silva tratou logo de qualificar o governo de seu antecessor, Fernando Henrique Cardoso, de “herança maldita”, malgrado o óbvio fato de que, não fosse a estabilidade da economia proporcionada pela administração de FHC, a agenda social lulopetista, que tantos votos ainda rende ao demiurgo petista, não sairia do papel. Mas esse embuste funcionou perfeitamente – tanto que os candidatos tucanos à Presidência depois de FHC trataram de se desvincular do ex-presidente, pois temiam perder votos.

Sem que se faça nesta campanha a denúncia da verdadeira herança maldita com a qual o Brasil tem de conviver desde que o PT alcançou o poder, permite-se que alguns candidatos alcancem bom desempenho nas pesquisas eleitorais oferecendo ao País as mesmas ideias estapafúrdias que fizeram do governo de Dilma o mais desastroso de nossa história recente. Esquecer o que Dilma fez – sob o patrocínio entusiasmado de Lula da Silva, o mesmo que, agora, promete fazer o Brasil “ser feliz de novo” – é condenar o País a um futuro sinistro.

Porto Alegre lança programa de saúde inédito no Brasil


Desde ontem, sexta-feira, usuários das 140 Unidades de Saúde do Município já podem contar com um serviço pioneiro no Brasil, feito pelo SUS e voltado à prevenção do câncer de intestino. A prefeitura, pela Secretaria Municipal de Saúde, lançou o programa para rastreamento da doença, que já é o terceiro tipo de câncer que mais mata no Brasil. O lançamento foi feito pelo prefeito Nelson Marchezan Júnior, na presença do secretário municipal de Saúde, Erno Harzheim, e de autoridades municipais e de instituições médicas, no auditório da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre. 

O prefeito Nelson Marchezan Júnior afirmou que o programa representa um avanço na área da saúde pública e disse ter a certeza de que está sendo feito algo científico e estruturado que pode salvar vidas. “Se conseguirmos manter todos esses agentes unidos em prol desse programa, tenho certeza de que a vida de todos nós, 1,5 milhão de porto-alegrenses, mas principalmente dos que mais precisam, será muito melhor”, disse Marchezan.

Os kits com os testes já estão disponíveis nos postos de saúde e são indicados para pessoas entre 60 e 75 anos. Os pacientes poderão realizar o exame de fezes no próprio posto e o resultado sai na hora. Se houver necessidade, o paciente será encaminhado para fazer um rastreamento mais detalhado, com o exame de colonoscopia. A previsão, segundo o médico Ângelo Zambam de Mattos, coordenador do programa, é que nesta primeira etapa sejam feitos 25 mil testes por ano e pelo menos 1.500 colonoscopias. O secretário municipal de Saúde, Erno Harzheim, disse que o serviço gratuito que começa a ser oferecido “é um marco para a saúde pública de Porto Alegre”. 

Estiveram presentes no lançamento o vice-prefeito Gustavo Paim; a vice-reitora da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre, Jenifer Saffi; o pró-reitor de Pesquisa e Pós-graduação da UFCSPA, Airton Stein: a coordenadora do lato sensu Alice Zelmanowicz, o representante do autor da emenda parlamentar que vai custear dois anos de exames, Pedro Feiten; o médico gastroenterologista Ângelo Zambam de Mattos; o diretor-presidente do Sistema de Saúde Vila Nova, Dirceu Dalmolin; o diretor geral do Hospital Restinga e Extremo Sul, Paulo Scolari; o diretor técnico do Grupo Hospitalar Conceição, Mauro Sparta; o presidente da Associação Médica do Rio Grande do Sul,Alfredo Floro Cantalice Neto; o coordenador do TelessaúdeRS-UFRGS Roberto Nunes e o coordenador da Unidade de Endoscopia Digestiva do Hospital Ernesto Dornelles, Guilher Sander.