Operação da Polícia Federal na Câmara de Vereadores
coloca Pelotas no mapa da corrupção que apodreceu as instituições do país. A
investigação sobre possíveis crimes eleitorais, envolvendo os vereadores
Valdomiro Lima(PRB) e Ademar Ornel(DEM), é apenas a ponta do iceberg. Essa
história tem início, meio e fim conhecidos de longa data. É público que a
Secretaria Municipal de Habitação foi controlada por Lima e Ornel, sabe-se,
ambos – e outros tantos – utilizavam o programa federal Minha Casa, Minha Vida
para auferir vantagens eleitorais. O Capítulo primeiro do livro de horrores
políticos resgata nuances incrustradas no programa habitacional de Pelotas,
batizado(por ironia casual)de “A Casa é Sua”, lançado pelo então prefeito
Eduardo Leite (PSDB) em julho de 2013.O capítulo segundo se inicia quando Leite
faz reforma administrativa, em 4 abril de 2015. Ele ressuscita a Secretaria de
Habitação – na época absorvida pela Secretaria de Justiça Social e Segurança -,
que também passa a cuidar da regularização fundiária. Para gerir a pasta, é
“convidado” o biólogo Ivan Vaz(PRB), indicação do vereador Waldomiro Lima,
chefão do PRB local. A partir daí, o enredo foca no aparelhamento da
Secretaria, lotada de CCs de Lima, Ornel e associados. O órgão público é
transformado em balcão de comércio de votos em troca de apartamentos oriundos
de projetos habitacionais e de regularização de lotes irregulares,
aproveitando-se da carência e do desespero de parcelas pobres da população. A
romaria de “vítimas” à sede da Secretaria é diária e intensa. Em 2016, ano da
eleição municipal, o toma-lá-dá-cá se intensifica, saem unidades habitacionais
novinhas, entram promessas de votos – aos borbotões. A regularização fundiária
se torna uma das bandeiras do Executivo, filão eleitoral, tudo é feito às
pressas, desobedecendo – às claras – a legislação eleitoral. Foram com tanta
sede ao pote cheio de votos, exageraram na dose de ambição, na propaganda e
cooptação de eleitores, acabaram despertando a atenção e denunciados à Justiça,
geralmente lerda. Deu-se a eleição, venceu a candidata oficial, Lima, Ornel e
parceria receberam o “aval” popular – segue o baile. Na ação que se encaminhava
para o final, não poderia faltar suspense, traição e vingança... Sem alarde, o
secretário Ivan Vaz foi exonerado em dezembro de 2016, dias antes de acabar a
gestão de Leite. Ficou claro, era preciso sacrificá-lo e transformá-lo em bode
expiatório da trama politico-eleitoreira que fora parar no Ministério Público.
Vaz não gostou. Rebelou-se. Abandonado pelos parceiros, jogado na arena para
ser devorado, denunciou a tramoia e as sacanagens. Desde então, o caso está sob
a investigação da Polícia Federal, resultando na Operação Dominus. A ética, a
prudência e a responsabilidade aconselham a não antecipar julgamentos. Mas é lícito
dizer que finalmente a mão da Justiça se abateu sobre a cena política
pelotense, expondo a sujeira escondida debaixo de tapetes – persas, alguns, a
maioria imitações. Que a “limpeza” seja ampla, geral e irrestrita.
Lançado hospital inovador em Porto Alegre, o Blanc Medplex
Priorizar a experiência. Esse é o foco do Blanc Medplex,
mais novo hospital focado em cirurgias de Porto Alegre e lançado para a
imprensa e convidados especiais, em coletiva e coquetel, respectivamente, na
última quinta-feira, 7 de junho. A ideia é seguir o conceito de
desospitalização, tendência mundial que propõe a redução do tempo de
internação, e reunir conforto e segurança - para pacientes e médicos - em um
único lugar.
Ao longo do dia, os sócios da área médica e imobiliária -
Charles Berres, Luis Felipe Ducati e Rodrigo Wobeto -, juntamente com o CEO,
Cristiano Caetano, apresentaram as bases do projeto inovador e detalhes do
hospital, ressaltando a especialidade em cirurgias de baixa e média
complexidade. “Esse projeto veio para ajudar a cidade, já que existe um gargalo
na oferta de horários e cirurgias na capital. A maior parte dos hospitais opera
em capacidade máxima e não surgiu nada de novo nos últimos anos. Vamos
conseguir absorver boa parte dessa demanda”, afirmou o médico Rodrigo Wobeto,
completando que tudo foi feito e pensado de uma forma diferente.
“Isso que estamos fazendo é o futuro na área hospitalar
do Brasil. Existe essa tendência de os hospitais se tornarem mais
especializados e há muitas vantagens para os pacientes. Estamos bastante felizes
de sermos pioneiros nesse modelo de atenção à saúde”, completou Wobeto.
Charles Berres elencou os destaques da estrutura do
Blanc: duas torres abrigam 450 consultórios e os médicos integrarão um corpo
clínico, que, inicialmente, contará com 150 profissionais. “São nove salas de
cirurgia, com equipamentos modernos. Queremos associar atendimento humanizado à
alta tecnologia”, destaca. Um exemplo é que, antes mesmo de sair de casa, o
paciente poderá realizar check in do atendimento, através de um aplicativo. “Ao
chegar no hospital o paciente passa por uma triagem e é levado pelos nossos
colaboradores até a sala de cirurgia, se sentindo acolhido, e a sala de
cirurgia irá conversar com ele”, explica o médico, referindo-se ao protocolo de
segurança, com sistema computadorizado aprimorado e desenvolvido exclusivamente
que "fala" ao paciente seus dados e informações sobre a cirurgia.
O atendimento médico, que inicia na próxima
segunda-feira, 11 de junho, compreende, inicialmente, 10 especialidades,
chegando a aproximadamente 500 procedimentos. "Somos o primeiro hospital
com intensivistas na sala de recuperação 24 horas por dia", conta. Além da
experiência do paciente, o médico é uma das prioridades e terá um ambiente de
trabalho adequado, com conforto e tecnologia. “Esse hospital tem dono e nós
vamos ouvir o que os médicos precisam. Acreditamos que estamos muito à frente,
mas sempre vamos estar dispostos a melhorar”, finalizou.
O empresário Luis Felipe Ducati falou de sua experiência
inédita com o setor, já que, após uma longa experiência com o mercado
imobiliário, tornou-se investidor na área. “Esse projeto começou no início de
2015, o Wobeto já tinha amadurecido esse conceito, que é mérito todo dele, e
fui acompanhando, me dedicando totalmente, até chegar a essa política de
expansão em torno do conceito de centro médico”, declarou. Ducati apresentou o
projeto que envolve a abertura de mais seis hospitais nos próximos três anos:
um em Porto Alegre, um em Caxias do Sul, dois em Santa Catarina e dois em São
Paulo.
“Estamos nos propondo a ter uma gestão bastante
eficiente, com métodos corporativos muito bem tabulados, com políticas de
governança e processos bem formatados, setores organizados, funcionários bem
treinados. E se eu pudesse resumir as nossas discussões e a minha principal
contribuição nessa operação é experiência. Queremos que as pessoas que estejam
envolvidas com os nossos hospitais tenham uma experiência incrível”, frisou.
Já Cristiano Caetano, CEO do hospital, atuou nos últimos
dez anos atuou como executivo da construtora Cyrela Goldzstein e leva a
experiência de gestão para o negócio. “Meu papel é fazer funcionar, dar apoio e
trazer essa vivência”, disse. Caetano mencionou a importância de ter
funcionários engajados, tecnologia funcionando e uma expansão consolidada com
geração de lucro e emprego. “A saúde é importante e a gente sabe que a
especificidade deve crescer bastante. Nós vamos fazer um time forte e tocar
esse grande projeto”, finalizou.
Nas instalações está evidente a tecnologia de ponta
envolvida em todos os ambientes da unidade: sala de cirurgias com proposta que
tranquiliza o paciente, sala de descanso dos médicos com conforto em
prioridade, espaço pós-operatório que propõe conforto e lazer, além de diversos
outros ambientes que fazem do hospital um centro médico único no país, moderno
e acolhedor.
Artigo, Josias de Souza, UOL - Em dois meses, a prisão de Lula caiu na rotina
Ninguém notou, exceto os devotos. Mas fez aniversário de dois meses a estreia de um espetáculo novo na política brasileira: a prisão de Lula. No início, houve sacolejos e estardalhaço. Mas a cana do líder político mais popular desde Getúlio Vargas caiu na rotina. Nada mais saudável. Consolida-se no Brasil uma prática civilizatória. O Estado passou a investigar, punir e encarcerar personagens da oligarquia política que se comportavam como se estivessem acima da lei.
Imaginou-se que Lula não seria condenado. Sergio Moro condenou. Duvidava-se que o TRF-4 fosse confirmar a sentença. O tribunal elevou a pena. Apostava-se que o STJ ou o STF dariam um jeito de evitar o encerceramento. E nada. A Lava Jato saiu invicta. Sem nenhum tremor popular ou convulsão social, a lei vai sendo cumprida.
Lula se diz perseguido. O PT o chama de preso político. Mas também estão na cadeia estrelas do MDB, como Eduardo Cunha e Geddel Vieira Lima. Acaba de ser preso o tucano Eduardo Azeredo. Quem não foi passado na tranca aguarda na fila. Michel Temer é virado do avesso pela Polícia Federal. Aécio Neves é empurrado para fora das urnas por nove inquéritos criminais. Antes, os oligarcas perguntavam: “Onde é que isso vai parar?” Hoje, a plateia cobra: “Quando serão presos os outros?” O problema não foi resolvido. Longe disso. Mas ficou mais arriscado praticar corrupção no Brasil.
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