Bia Doria, a primeira-dama paulista, diz que a desistência do marido de disputar a Presidência, anunciada na manhã desta quinta-feira (31), foi um "grande alívio, a proteção da minha família".
"Quero meu marido de volta em casa. Ele tem que voltar para casa, preciso dele íntegro para cuidar da família, dos filhos. Nosso patrimônio está se dilapidando, nossa família estava sendo ameaçada, o povo joga bomba, joga coisas na nossa casa. Não sei de onde vem essa raiva de quem trabalha. Nós estamos sendo ameaçados de vida."
Bia afirma que não participou da tomada de decisão que abalou o mundo político e pode mudar os rumos da eleição presidencial.
"Ele refletiu sozinho, estava muito magoado com tudo, uma coisa estranha. E então dialogou conosco", ela diz, mas depois afirma ter incentivado a desistência. "Falei para ele terminar o mandato e voltar para a família, voltar para nós, o desgaste é insano."
Ela não quer, inclusive, que o marido volte para a vida política depois do atual mandato de governador. "Não quero mais um futuro político. Se depender de mim e dos filhos, política nunca mais."
Essa desilusão com a política se estende a todo o panorama atual. "O que está aí não me representa", diz Bia, acrescentando que votará em branco para o resto da vida. "O problema são os políticos velhos, enraizados, os políticos antigos que não aceitam novas ideias, uma nova liderança."
A primeira-dama não quis citar nomes de adversários políticos do marido, mas se ressente da forma como o governo João Doria foi avaliado. "Cadê o reconhecimento do povo paulista? Ele lutou pelas vacinas para salvar vidas, e os mercenários queriam que ficasse aberto o comércio."
Sobre o atual quadro político e o apoio à eleição de Bolsonaro em 2018, Bia Doria diz que ela e o marido sabiam "desde o início que Bolsonaro era uma loucura". "Nós votamos no Bolsonaro achando que poderia haver uma mudança, mas nunca mais.