“Por que retiraram as vacinas contra a covid19 e só ficou a Pfizer?”, pergunta Osmar Terra

      “ Vacina é diferente de remédio. Remédio se dá para quem está doente; vacina é para prevenir uma doença. Vacina se faz em pessoas sadias  para evitar que adoeçam no futuro.” As afirmações são do deputado federal Osmar Terra (MDB-RS), durante audiência da Comissão de Saúde da Câmara. 

O parlamentar acrescentou que ela deve ser testada, pois vacinar milhões de pessoas sem testes, como aconteceu na pandemia, é um risco primário, além dos danos que pode causar. Terra argumenta:

- A Fiocruz fez uma parceria com Oxford para produzir vacinas contra covid19 e suspendeu sem falar nada. Está sendo aplicada outra, da Pfizer Tiraram de circulação da coronavac, que diziam ser supereficaz, tiraram Astrazeneca,  a Jahnssen. Por que retiraram as vacinas contra a covid19 e só ficou a Pfizer?Terra ainda lembrou:

- A pneumologista Margareth Cuomo, propagandista das vacinas da Fiocruz, pessoa muito competente, é consultora da Pfizer. Acredito que não nada ver uma coisa com a outra, mas há um conflito de interesses óbvio

O país rendido - Fernando Schüler (Veja)

 O país rendido - Fernando Schüler (Veja)

O país rendido


"O ministro cismou com isso aí”, diz um juiz, em Brasília. “Isso aí” é  um cidadão brasileiro. Crítico duro do “sistema”, do próprio ministro, na balbúrdia digital. Como o ministro está “sem sessão”, continua o  auxiliar, ele está com tempo para ficar “procurando”. O grand finale vem do próprio ministro: “Peça para o Eduardo analisar as mensagens (do tal “cidadão crítico”) para vermos se dá para bloquear e prever multa”. Para resumir: primeiro  escolhe o alvo político. Depois vai pesquisando na internet para  produzir o “laudo”. Isto é, a justificativa de que a autoridade precisa  para fazer o que quer fazer. Isto é, censurar, bloquear e tudo que  sabemos. Em outro momento, o foco é uma revista. “Vamos levantar todas  essas revistas golpistas para desmonetizar nas redes”, diz a autoridade.  O juiz responde que havia encontrado apenas matérias jornalísticas e  pergunta o que deveria colocar lá. “Use sua criatividade”, responde o  chefe, seguido de algumas risadas.


As mensagens reveladas por  Glenn Greenwald e Fabio Serapião, na série de reportagens publicadas  esta semana, são um striptease das instituições brasileiras. É evidente  que há muito o que vir à tona, há o necessário contraditório e há a  investigação minuciosa disso, que deve ser feita. Mas o que já veio à  tona é para lá de preocupante. Imaginem uma autoridade de Estado, em  Brasília, literalmente pedindo para “disfarçar” o nome de um tribunal, e  do próprio ministro, em documentos oficiais. Para não ficar “chato”, ou  muito “descarado”. A autoridade pedindo para “ajustar” um documento  oficial (haveria outro nome para isso?), dizendo: “Onde se lê o nome de  um tribunal (que realmente fez o pedido), ponha o nome de outro  tribunal”. Pois é. Não há muito o que dizer sobre tudo isso. Os fatos  falam tão alto que qualquer comentário soa um pouco irrelevante. O modus operandi é claro. Define-se o foco político e logo se demanda da assessoria que  se produzam as “provas”. Como definiu um jurista bem-humorado, “atira a  flecha e depois pinta o alvo”. Punições ad hoc, sem devido  processo, sem provocação, sem contraditório. E, nesse caso, feitas por  um tribunal eleitoral fora do período eleitoral. É isso. Nós nos  transformamos na única democracia do planeta onde os direitos  individuais mais elementares de um cidadão flutuam à mercê da  subjetividade de uma autoridade de Estado. Autoridade que fica “braba”.  Que “cisma” com este ou aquele. E a partir daí “é uma tragédia”, como  escutamos em um dos áudios.


Tragédia, sim. Mas para quem vai em  cana sem nem saber por quê. Quem é banido das redes “de ofício”. Quem  tem as contas bloqueadas por um papo furado no WhatsApp. Quem morre num  presídio de Brasília, sem eira nem beira, porque ninguém despachou o  processo. Uma tragédia, de fato. E quem sabe merecida. Minha intuição é  que nos transformamos exatamente no país que desejamos ser.


Boa  parte do Brasil deseja que as coisas sejam assim. Deseja que tenhamos  uma “democracia de tutela”. Com a condição de que o grande xerife mande  fazer laudo só para o “outro lado”. Enquanto for assim, tudo estará bem  para boa parte da imprensa, da academia, das “instituições” e do mundo  político. O amor à “abstração da regra”, vamos convir, nunca foi  especialidade brasileira. Não passa de autoilusão imaginar que nosso  vezo patrimonialista só funciona nas relações entre o Estado e o mundo  dos interesses materiais. Ele está lá, inteirinho, no modo como lidamos  com o universo dos direitos. No servilismo do auxiliar da autoridade que  pergunta: “O que eu devo escrever nesse dossiê?”. Na autoridade que  diz: “Muda aí o nome do tribunal”. Que alerta que o “doutor” está com  pressa, quer a “prova” logo, porque quer fazer o que já decidiu fazer.  Tudo sob uma certa ficção em torno da legalidade autorreferente,  ajustada aos imperativos do “contexto”.


Ainda na outra semana tivemos notícia da soltura do Filipe Martins.  A prisão cujas razões formalmente apresentadas nunca existiram. Do  sujeito que de fato nunca tentou fugir, nunca saiu do país, e que mesmo  assim ficou lá, em uma prisão no Paraná, durante seis meses. Alguém  preocupado? Alguém vai responder por isso? Ou há muito já entendemos o  jogo? Cá entre nós, é o mesmo caso daquela “senhora que pintou uma  estátua com batom”, na ótima definição do ex-ministro Nelson Jobim esta  semana. A Débora Santos, que de fato pintou uma frase irônica naquela  estátua da Justiça, na frente do STF, e está em cana há catorze meses, com os dois filhos pequenos por aí, à espera de um dia terem a mãe de volta, em casa.


Jobim  é um raro exemplo de intelectual brasileiro que distingue o mundo da  política, com suas paixões, e o mundo dos direitos, pautado pela lei e  sua impessoalidade. A distinção republicana, por excelência. Esta semana  ele definiu o 8 de Janeiro de maneira precisa: não uma “tentativa de  golpe”, mas a “catarse pela frustração com a não obtenção de uma  intervenção militar”. No transe brasileiro, nada disso importa. Há uma  narrativa política, há alguém que detém o poder e há suporte na  sociedade. A partir daí, ajusta-se o universo dos direitos. Um pouco  como se aprende nas revelações da semana. Ajustam-se os laudos, os  documentos, as razões para justificar um delito. E sua própria  tipificação. Tudo se move, no calor da política. E a “abstração da  regra” soa não muito mais do que o resmungo de quem perdeu. Simplesmente  perdeu. Quando observo essas coisas, me vem à lembrança a antiga  provocação de Roberto Schwarz sobre as “ideias fora do lugar”, em nossa  tradição. Sua referência é tão distante quanto o século XIX.  A “disparidade entre a sociedade escravocrata e as ideias do liberalismo  europeu”. Mas me soa tremendamente atual. A estranheza de uma elite que  enche a boca para falar em democracia, mas aplaude o “deixa que eu dou  um jeito” para arrumar provas e fazer o que a Autoridade deseja fazer.  Que fala em “garantismo”, mas com a boca torta pelo uso do cachimbo. Em  um mundo em que a retórica e sua negação, no universo da democracia  liberal, convivem sem problema.


Talvez por isso minha referência sempre será Eleanor Norton, a  advogada negra que em um dia qualquer de 1969, diante da Suprema Corte  americana, defendeu os direitos de Clarence Brandenburg, um abjeto líder  da KKK. E o fez por entender algo bastante simples: que os direitos  dele eram ao mesmo tempo os nossos direitos. Ela o fez em nome de um  princípio. Em nome da Constituição. Algo que a “obrigava por vezes a  defender pessoas que não me defenderiam”. Essa história sempre me tocou.  E digo que sobre isso não alimento lá grandes expectativas no Brasil de  hoje. Vejo que já fomos contaminados pelo vírus do ódio e da paixão  política, em um país no qual nunca prosperou, de fato, uma tradição  liberal-democrática. E por isso a relativização do direito. O truque.  O ministro nervoso, o e-mail inventado, o laudo feito sob medida.  O abuso, enfim. Tudo que faz tanta gente boa sinceramente desejar ir  embora, simplesmente. Largar de mão esta república que parece não ter  mais jeito.


Fernando Schüler é cientista político e professor do Insper.

Melo manda reabrir todas as escolas

 O prefeito Sebastião Melo mandou a retomada, nesta segunda-feira, de todas as atividades nas últimas sete escolas que ainda estavam sem aulas desde que foram atingidas pela enchente em maio deste ano. Ao todo, 650 alunos retomarão as atividades, fechando assim 100% dos 4.147 estudantes das escolas que foram alagadas.

As unidades passam a funcionar em espaços alternativos que foram locados pela secretaria. 

Das 14 escolas municipais atingidas pela enchente, 12 passam por obras de recuperação e duas foram limpas e recuperadas: Escola Municipal de Educação Infantil (Emei) Ilha da Pintada e Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Vereador Antônio Giudice.

Segundo o prefeito Sebastião Melo, até o momento, foram investidos R$ 5 milhões na recuperação de escolas.

Nova Vaza Toga

 O juiz Vieira e o perito Tatlafierro, membros da organização criada por Moraes para perseguir bolsonaristas e oposicionistas em geral.


Nestas novas denúncias comprometedoras contra a organização montada por Moraes no STF, TSE e PF, fica claro como num dos episódios mais corrosivos, vividos pelo ministro, as vaias ao de Nova Iorque, ele usou órgãos do TSE contra os manifestaantes.

Os repórteres Fábio Serapião e Glen Greenwald mostram na Folha de S, Paulo, passo a passo, como foi o uso abusivo do ministro e seus mandaletes para perseguir a deputada Zamelli, o jornalista Allan dos Santos e quem essa gente conseguiu pegar pelo caminho.

Está tudo documentado por áudios e vídeos dos eventos ilegais, com linguagem muitas vezes chulas e debochadas contra os seus alvos, protagonizados pelos dois juizes auxiliares mais importantes de Moraes, Vieira e Vartas, além do perito Eduardo Taglafierro. Este parece ser o mais cauteloso de todos, mas também sabe que comete crimes.

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Tarcísio fala em "ser muito duro" e "punir" Moraes no caso do uso da Polícia de São Paulo

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, defendeu a investigação isolada da Corregedoria da Polícia Civil para apurar o vazamento de informações ligadas à segurança do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. A defesa de Tarcísio pela apuração isolada ocorre enquanto a oposição e a Folha de São Paulo intensificam denúncias contra o magistrado, incluindo pedidos de impeachment e anistia.

Durante uma coletiva em São José do Rio Preto, Tarcísio afirmou: "É o que tem que ser feito. Há uma notícia de vazamento de informação privilegiada de acesso ao sistema e acesso não autorizado ou não oficial. E o que tem que ser feito é abrir investigação, apurar, verificar as responsabilidades e aplicar as penas devidas. Ser muito duro na aplicação de penalidade a quem infringiu normas de conduta".

O vazamento, segundo o jornal, envolve a obtenção informal de dados pela equipe de segurança de Moraes para proteger o ministro e sua família de ameaças bolsonaristas, o que teria levado ao acesso ilegal a sistemas de segurança pública de São Paulo.