Menos armas é
mais segurança?
Mateus
Bandeira
As elites
intelectuais e artísticas têm uma receita pronta para a diminuição da
violência: mais investimento em educação, medidas para aumento da renda da
população e restrição ao porte de armas. Esse é exatamente o caminho que o
Brasil tem seguido. Mas será que surtiu os resultados esperados? As
estatísticas evidenciam que não.
Sancionado
pelo presidente Lula, o Estatuto do Desarmamento passou a vigorar em 2003.Dois
anos depois, fomos chamados às urnas para decidir se o comércio de armas
deveria ser proibido. O recado foi claro: 64% das pessoas não queriam perder
seu direito à autodefesa. No Rio Grande do Sul, esse foi o posicionamento de
86% dos cidadãos.
Desde que o
estatuto começou a valer, a renda média real do brasileiro cresceu 33%. A taxa
de crianças nas escolas atingiu 97%, com o orçamento do Ministério da Educação
sendo quadruplicado, de R$ 33 bilhões para R$ 136 bilhões. Enquanto isso, o
número de homicídios subiu 20%, superando a casa das 60 mil mortes por ano –
mesmo número de vítimas da bomba atômica que explodiu em Nagasaki, no Japão.
Desses assassinatos, apenas 5% são solucionados.
Outra mentira
disseminada é a de que os países com menos armas são os mais seguros. Nações
como Canadá, Suíça e nosso vizinho Uruguai combinam uma população civil
amplamente armada e baixos índices de violência. Já a Venezuela, desarmada por
Chávez e Maduro, tem como capital a cidade mais violenta do mundo.
Precisamos
reforçar o óbvio: armas são objetos inanimados, que não matam sem a ação
humana. Aliás, a mesma lógica se aplica para os carros, que causam dezenas de
milhares de mortes por ano. Seria razoável proibir sua utilização em razão
disso?Graças à legislação federal, apenas os bandidos andam armados, enquanto
as pessoas de bem estão indefesas e reféns da criminalidade.
A realidade
atesta que o Estado brasileiro não consegue garantir minimamente a nossa
segurança. Portanto, se o país não tem condições de proteger seus cidadãos, por
que os proibir de se defenderem dos criminosos? Precisamos, com urgência,
abandonar a “fórmula mágica” do combate à violência. E, respeitando o que foi decidido
no referendo, deve ser reconhecido o direito do cidadão de possuir armas.
Ex-CEO da
FALCONI e ex-presidente do Banrisul
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