A editoria de Opinião do jornal Folha de São Paulo de segunda-feira (28) traz artigo da pastora Lusmarina Campos Garcia, que se intitula teóloga e pesquisadora de Direito na UFRJ, defendendo o aborto.
Lusmarina, até onde se sabe, exerceu seu “ministério pastoral” (seja lá o que isso queira representar para alguém que tenta justificar, teologicamente,a interrupção covarde e brutal de uma vida) junto auma tradicional denominação religiosa luterana, fundada no Rio Grande do Sul pelos imigrantes alemãesainda no século XIX.
Em 2018, quando a participação de Lusmarina em audiência pública no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a proposta da descriminalização do aborto até a 12ª semana de gestação causou surpresa, escândalo e indignação entre os fiéis luteranos; a instituição divulgou notaafirmando não ter sido consultada ou informada da participaçãodela no evento; que seu pensamento não refletia o posicionamento eclesial sobre o tema; e que a mesma estaria licenciada de suas funções pastorais, a pedido, para estudos de pós-graduação.
Na verdade, as posições da religiosarepresentam a visão de mundo da denominada Teologia da Missão Integral, versão luterana da Teologia da Libertação; associada a um feminismo radical; ambas em franca contradição com a verdadeira teologia cristã.
Mas voltando ao artigo;neleLusmarinadefende o aborto como “direito humano das mulheres”, esquecendo que o mesmo encontra-se em oposição ao direito à vida de outro ser humano; indefeso e que não pode reagir ante a brutalidade a que é submetido.
A teóloga, em seu texto, expressaa torcida para que o Senado argentino decida transformar em lei, em votação marcada para esta terça-feira (29), o projeto de Interrupção Voluntária da Gravidez que foi aprovado no dia 11 de dezembro pela Câmara dos Deputados da Argentina.
Segundo Lusmarina, a decisão irá“influir na mudança da realidade das mulheres não só de lá, mas da América Latina”, e será “um passo fundamental para a recuperação da dignidade das mulheres e a afirmação da sua autonomia em sociedades marcadas por estruturas patriarcalmente definidas”.
Tudo isso, é claro, banhado no sangue de inocentes indefesos, e ao custo de irreparáveis danos físicos e emocionais nas mulheres levadas a abortar; o que é irrelevante para a doutrina que defende tais práticas.Detalhe: o projeto abortista argentinoprevê que as mulheres e “outras identidades com capacidade de gerar” possam interromper sua gestação até a 14ª semana.
É sabido que, na 14ª semana de gestação, o bebê já está completamente formado, sendo capaz de movimentar-se e sentir; as unhas estão começando a crescer nos dedos das mãos e dos pés; a boca pode abrir e fechar, passando a fazer movimentos de engolir e chupar.
Na 14ª semana, os músculos faciais já se encontram desenvolvidos para as primeiras expressões; os olhos se moveram para o lugar certo na parte superior do rosto, as orelhas se moveram do pescoço para os lados da cabeça, as mandíbulas já estão completas, e o palato começa a se fechar; sendo que o esôfago, traqueia, laringe e cordas vocais estão com sua conformação normal.
Mas esses, certamente, são detalhes de menor importância para aqueles que acreditam possauma vida ser gerada não apenas por mulheres, mas por outras “identidades de gênero”, conforme está no projeto que deverá ser votado pelo Senado do país vizinho; e cuja eventual aprovação deverá justificar medida semelhante no Brasil.
As posições defendidas no artigo de Lusmarina exigem um claro repúdio de todos aqueles que não admitem que a moral, a ética e a doutrina cristã sejam sequestradas por uma ideologia nefasta e criminosa, servindo para justificar condutas que desconstroem os mais elementares princípios de humanidade que todos, independente da fé que professem, devem preservar e defender.
O aborto, praticado como método contraceptivo e como expressão de uma alegada afirmação feminina na sociedade; é um ato desumano, cruel, vil, torpe e incompatível com uma sociedade minimamente civilizada.
Quanto aos que o defendem, esses um dia terão de prestar contas de seus atos; senão aqui, na Eternidade; apesar de queessa é uma preocupação que os defensores da “Teologia das Trevas”não têm, pois para isso é preciso ter fé na capacidade do ser humano em dar o melhor de si pelo seu semelhante; na humanidade e na importância e valor de cada vida.
Essa fé,defensores do que propõe o artigo da religiosa abortista, se em algum momento de suas miseráveis existências experimentaram, hoje não vivenciam mais; dominados pela arrogância de um pretenso saber, por uma ideologia que desumaniza e cega; e imersos na mais abissal escuridão de suas almas.
*Adão Paiani é advogado em Brasília/
Nenhum comentário:
Postar um comentário