Conforme já enfatizamos em publicações anteriores, a
Pesquisa Mensal de Emprego (PME) foi inteiramente substituída pela Pnad
Contínua neste mês. A principal diferença entre as pesquisas consiste na
abrangência territorial, visto que a Pnad Contínua contempla todas as regiões
do País, enquanto a PME atinge apenas seis regiões metropolitanas. Além disso,
os dados mensais da Pnad Contínua são divulgados em termos de média móvel
trimestral, sempre finda no mês de referência. Essas divergências são
responsáveis, em grande medida, pela diferença de nível entre os dados das duas
pesquisas. Apesar dessas vantagens da Pnad Contínua em relação à PME, a
primeira apresenta um histórico bem menor que a segunda, pois teve início
apenas em março de 2012, dificultando análises de longo prazo.
A taxa de desemprego nacional alcançou 10,2% no trimestre
findo em fevereiro, de acordo com os dados divulgados hoje pelo IBGE. O
resultado ficou em linha com a nossa projeção e com a mediana das expectativas
do mercado (ambas em 10,1%), segundo coleta da Agência Estado. Feitos os
ajustes sazonais, a taxa de desocupação ficou estável em 9,9% entre janeiro e o
segundo mês deste ano. Na comparação com igual período de 2015, houve alta de
2,8 pontos percentuais.
A população ocupada intensificou a trajetória de queda
observada nos últimos meses, ao recuar 1,3% na comparação interanual. Já a
População Economicamente Ativa (PEA) manteve o mesmo ritmo de alta registrado
em janeiro, crescendo 1,8% em relação ao mesmo período do ano passado. Vale
destacar que, diferentemente do apresentado pela PME, a série da PEA na Pnad
Contínua vem mostrando crescimento persistente desde o início do ano passado,
com aceleração no segundo semestre.
O rendimento médio nominal total ampliou a desaceleração
em fevereiro, ao avançar 6,4% ante o mesmo mês de 2015, abaixo dos 8,0% verificados
nos três trimestres anteriores. Com isso, o rendimento médio real atingiu R$
1.934,00 no período, o equivalente a uma retração interanual de 3,9%. A menor
alta do rendimento nominal reforça nossa perspectiva de continuidade de
desaceleração da inflação à frente, por contribuir, principalmente, para
elevações menos intensas dos preços de serviços;
Esperamos continuidade do enfraquecimento do mercado de
trabalho neste ano, ainda que em menor magnitude que a observada em 2015, como
já sugerido pela desaceleração no ritmo de redução de vagas formais em janeiro.
Dessa forma, projetamos que a taxa de desemprego alcance, em média, 11,8%
(o que corresponderia a uma taxa de 10,2% na PME).
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