A Petrobras adquiriu uma refinaria de petróleo em
Pasadena, Texas (EUA), em 2006, num negócio que, 10 anos depois, ainda é
altamente nebuloso e que mantém suspeitas de superfaturamento e evasão de
divisas na negociação. Na época, quem presidia o Conselho de Administração da
estatal, que deu aval à operação, era a atual presidente da República, Dilma
Rousseff. A Petrobras pagou US$ 360 milhões por 50% da refinaria (US$ 190
milhões pelos papéis e US$ 170 milhões pelo petróleo que estava em Pasadena). O
valor é muito superior ao pago um ano antes pela belga Astra Oil pela refinaria
inteira: US$ 42,5 milhões.
Em 2008, a Petrobras e a Astra Oil se desentenderam e uma
decisão judicial obrigou a estatal brasileira a comprar a parte que pertencia à
empresa belga. Assim, a aquisição da refinaria de Pasadena acabou custando US$
1,18 bilhão à petroleira nacional, mais de 27 vezes o que a Astra teve de
desembolsar. Além dessa diferença, o custo total que saiu do caixa da Petrobras
ficou muito maior porque o contrato assinado por ambas contava com uma cláusula
(chamada Put Option) que iria prejudicar ainda mais a estatal no futuro. Uma
segunda cláusula, a Marlim, também foi motivo de desavença entre Astra e
Petrobras.
A presidente Dilma afirmou, após a abertura de investigações
no Tribunal de Contas da União (TCU), Polícia Federal e Ministério Público, que
só aprovou a compra dos primeiros 50% porque o relatório apresentado ao
conselho pela empresa era "falho" e omitia duas cláusulas que
acabaram gerando mais gastos à estatal.
O Conselho de Administração da Petrobras é composto por
10 integrantes escolhidos para um mandato de um ano. Eles são escolhidos pelos
acionistas, a maioria pelo acionista controlador, que é o governo. Apenas um
conselheiro é eleito por empregados da companhia.
A Petrobras é uma empresa de capital aberto presente em
25 países, com papéis negociados na bolsa de valores e mais de 500 mil
acionistas (573.201). Seu acionista majoritário é o governo brasileiro. A
dívida líquida da companhia alcançou a marca de R$ 221,56 bilhões em dezembro
de 2013 e hoje, somando a dívida bruta, de R$ 506 bilhões contabilizadas no
terceiro trimestre de 2015, com a dívida de R$ 417 bilhões, os números chegam a
uma dívida total (e quase trilionária) de R$ 923 bilhões. Tal número pode ser
ainda mais agravado com a desvalorização do real, que aumenta a dívida da
estatal).
Na minuta da delação premiada do ex-diretor internacional
da Petrobrás, Nestor Cerveró, há anotações do executivo à mão dizendo que a
presidente Dilma “sabia de tudo de Pasadena” e que inclusive estaria cobrando o
então diretor pelo negócio, tendo feito várias reuniões com ele.
O fato veio à tona nas conversas gravadas entre o líder
do governo no Senado, Delcídio do Amaral, o advogado Edson Ribeiro, que
defendia Cerveró, e o filho do ex-diretor, Bernardo Cerveró. No diálogo, o
senador revela que teve acesso ao documento sigiloso da delação do executivo
por meio do banqueiro André Esteves, CEO do banco BTG Pactual e questiona sobre
as citações à presidente manuscritas na minuta do acordo de delação.
Há, portanto, diversas referências de que Dilma “sabia de
tudo” e que ela “estava acompanhando tudo de perto”.
É honesta e honrada essa Dilma....
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