Com a provável aprovação do impeachment, restará evidente
o fim de um mito: o do poder do PT para mobilizar as massas e o de Lula para
fazer o que bem entender
Faliu a lojinha que Dilma, Lula & cia montaram para
vender nacos do Estado e tentar obter a rejeição do impeachment da petista. É
mais um fracasso da presidente, que começou sua vida profissional quebrando uma
birosca de artigos de R$ 1,99 e, não satisfeita, anos mais tarde quebrou um
país inteiro.
Aconteceu nos últimos dias o que se esperava: a debandada
de partidos antes ligados ao governo e agora atraídos para a causa do
afastamento. Durou pouco a sensação de triunfo que o PT tentou alimentar nas
últimas semanas a partir dos atos eleitorais promovidos no Planalto e da
romaria patrocinada por Lula no puxadinho do palácio que montou num hotel de
Brasília.
Com a provável aprovação do impeachment pela Câmara no
domingo, restará evidente o fim de um mito: o do poder do PT para mobilizar as
massas e o de Lula para fazer o que bem entender. Sim, eles ainda mantêm
ascendência sobre uma parte da população, mas este naco é hoje muito inferior
ao que foi historicamente. E vai ficar cada vez mais diminuto.
O desenrolar do impeachment reduziu Lula e o PT ao que efetivamente
hoje são: uma minoria. Barulhenta e virulenta, mas ainda assim apenas parcela
menor da sociedade brasileira. E que, agora, prepara-se para voltar a seu leito
natural: mais uma vez, segundo palavras do ex-presidente, "não vai
colaborar" com os esforços nacionais pela reconstrução da ruína legada por
Dilma. É o PT de sempre de volta.
O cheiro da derrota iminente já fez Lula desaparecer da
paisagem. Nos últimos dias, ele só despontou em cena quando a ocasião pôde
servir a seu projeto pessoal, não mais o de Dilma. Sumiu do horizonte também a
discussão sobre o ex-presidente tornar-se ministro de Estado, provavelmente
porque ele a considere improvável ou, no mínimo, contraproducente. Sua
preocupação deve estar posta agora apenas no temor de uma prisão.
A postura de Lula torna ainda mais carentes de
credibilidade as palavras de Dilma Rousseff na entrevista concedida ontem,
na qual tentou convencer o país da necessidade de sentar para conversar em
torno de um "pacto" - o mesmo que o ex-presidente diz que não apoiará
de jeito nenhum se o desfecho for o impeachment da petista.
Depois de cinco anos no cargo e 18 meses após a reeleição
que dividiu o Brasil, o "pacto" que a presidente achou por bem propor
tem como primeiro item o aumento de impostos. Quem topa? Tacitamente, trata-se,
também, da admissão de que Dilma não tem condições mínimas para mais nada a não
ser esvaziar as gavetas que ainda ocupa no Planalto.
A ainda presidente da República iniciou seus primeiros
movimentos para recolher-se à insignificância de onde jamais deveria ter saído.
A entrevista que concedeu ontem aos principais veículos de imprensa do país
prepara sua derrocada: "Se perder, sou carta fora do baralho". Não é
mais questão de "se"; Dilma já está fora. Para ela, o jogo acabou.
Para Lula e o PT, também. Sorte do Brasil.
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