Artigo, Nelson Pacheco Sirotsky - Você

Você.
Donald Trump, Mauricio Macri e João Dória são empresários que migraram para a política, representam uma ruptura do status quo neste setor e traduzem, por isso, uma forte percepção de mudança. Mas isso tudo é notório. O que não é óbvio e me pareceu decisivo nessas três eleições é: elas são um retrato perfeito da revolução digital. E VOCÊ está no centro disso.
Explico.
Você quer renovação na política. Você se importa pouco com ideologias. Está permanentemente conectado. Recebe informações de todos os lados, por todas as redes, o tempo inteiro. É com essa consciência que você vota. Ou decide se vai, ou não, votar. É com esse empoderamento, criado a partir das informações a que tem acesso, que cria sua própria convicção e escolhe. É uma lógica completamente diferente – e não quero aqui falar sobre as posições ou ideias dos candidatos.
Não mais adianta Madonna pedir para o eleitor votar em Hillary Clinton. Ele pode até gostar de Madonna, mas se não quiser votar em Hillary, não vota. Madonna não manda neste eleitor. Partido político não manda neste eleitor. Ninguém mais manda neste eleitor. Ele forma sua convicção e decide sozinho, a partir de tudo que vê, ouve, lê e conversa. É uma autonomia jamais vista. 
É por isso que nem todo latino sente-se obrigado a votar em Hillary. Porque ele quer votar em quem ELE quiser. Em quem ELE acha que é bom para ele. E, assim, criam-se oportunidades para novos líderes surgirem, para novas pessoas apresentarem suas propostas, para representantes diferenciados, de setores ou formações nunca pensados, fazerem carreira. Porque, se o eleitor quiser, qualquer um deles poderá ser o novo presidente.
Essas escolhas traduzem uma identificação pessoal desses eleitores americanos, argentinos e paulistanos. Eles são influenciados por este mundo novo, conectado, e não mais por promessas vazias, ideias questionáveis ou posições polêmicas. Este eleitor pode nem concordar com tudo que o candidato expressa, mas ao se identificar com algum aspecto, e por sentir-se empoderado para decidir, ele faz a sua escolha. E este protagonismo, acredito, é uma percepção recente que deve sua intensidade às redes sociais e às novas formas de comunicação. É neste ambiente que as pessoas vivem, opinam sobre o mundo, questionam e se posicionam. Elas percebem que sua própria convicção tem valor. 
O que resulta disso? 
Para mim, várias coisas: acabou o voto por influência. Acabou a ideologia do voto. Acabou direita e esquerda. O que fica é o indivíduo e o seu poder de escolha.O eleitor e seu protagonismo.Isso vai exigir mudança nos sistemas políticos, ajustes nas regras de representatividade, transformação nos partidos. 
Cada um dos eleitores é protagonista. Cada um decide. E qualquer um pode ser o próximo presidente da república. Quem sabe você, que está terminando de ler esse texto?

Nelson Pacheco Sirotsky
​Presidente da Maromar Investimentos e Membro dos Conselhos do Grupo RBS e do Grupo Algar


Um comentário:

  1. PELO QUE ELE FALA ,TORNA A COMENTARISTA ROSEANE DE OLIVEIRA UMA INUTIL, QUE TENTA SEMPRE DOURAR O PT,O PETISMO E SEUS ASSECLAS QUADRILHEIROS.

    ACHO BOM ELE COMEÇAR A LER A zero hora e aplicar seus conceitos,COMO COMEÇAR A COBRAR O TARSO GENRO POR QUEBRAR O RS, ENTÃO SEU JORNAL PODERA AUMENTAR OS LEITORES; LIBERAR A LEITURA DA ZH SEM COBRAR, COMO FAZ O GOOGLE,SE TIVER LEITORES, VAI TER PUBLICIDADE MILIONÁARIA...

    NELSON ME PARECE QUE JÁ FOI MAIS INTELIGENTE, TRANCAR A LEITURA NA INTERNET, É RECUSAR DINHEIRO VIVO...A CHANCE DOS JORNAIS SOBREVIVEREM , É BOA PUBLICAÇÃO,QUE VAI PUXAR LEITORES , QUE VALORIZARÃO ANUNCIOS PUBLICITÁRIOS...NELSON SABE MAS NÃO APLICA.

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