Importante ressaltar: Exército, Marinha e Aeronáutica têm permanecido estritamente fiéis ao seu
papel constitucional. Nesse quadro, o mais provável é que os militares atuem
para garantir a ordem se preciso for, mas sem um protagonismo exagerado. Seria
o que chamamos, no futebol, de "cumprir tabela".
A ameaça à "coesão nacional" é o fator que
levaria a um patamar indesejado de atuação. Só o descontrole total, a violência
e o caos empurrariam os tanques para a rua. O problema é que esse, também, é um
cenário possível.
A pressão do descontentamento popular encontrou nos
caminhoneiros uma válvula de escape. O fôlego do movimento será testado pela
falta de gasolina, de comida e de remédios. Entramos numa semana decisiva.
Meio século depois de derrubarem um presidente para
chegar ao poder, as Forças Armadas são trazidas, novamente, para o centro da
história do Brasil. Não chega a ser
surpresa. O quadro vem se desenhando há pelo menos dois anos.
A boa notícia – se é que há alguma – é que os militares
aprenderam com 1964. Outubro é logo ali. Daqui a pouco, tem Copa do Mundo. A
Pátria estará, mais uma vez, na ponta da chuteira.
A pontaria definirá o rumo do Brasil.
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