No que se refere à atividade econômica, a autoridade
monetária pontuou que a recente paralisação dos caminhoneiros dificulta a
leitura dos dados recentes, mas que o cenário básico é o de continuidade do
processo de recuperação, em ritmo “mais gradual”. Anteriormente, falava-se em
“recuperação consistente, mas gradual”. A greve, ainda, deverá ter impactos
“altistas significativos, mas temporários” sobre os preços, segundo explicitado
pelo colegiado, porém com os núcleos de inflação seguindo em níveis baixos.
Na avaliação do quadro internacional, a visão é de que o
cenário desafiador para países emergentes, e de volatilidade, em grande medida
por conta da normalização da política monetária em algumas economias avançadas,
se intensificou. Apontando que o cenário prescreve a manutenção de uma política
monetária estimulativa, o Copom enfatizou que “não há relação mecânica entre os
choques recentes e a política monetária”, que deve reagir apenas aos efeitos
secundários desses choques sobre as projeções de inflação e o balanço de
riscos, separando mudanças de preços relativos de processos inflacionários.
Esse ponto está muito alinhado com os discursos recentes do presidente da
instituição, Ilan Goldfajn, afastando o uso de juros para conter pressões
diretas da depreciação cambial. Nesse contexto, segundo o comunicado, os
próximos passos da política monetária dependerão da evolução da inflação, das
expectativas, da atividade e do balanço de riscos. Com isso, os economistas do Bradesco sustentam a expectativa de taxa básica para o final de 2018 em 6,50% ao ano.
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