Especialista alerta o índice de melhora pode chegar a 80% se o tratamento iniciar antes dos três anos
O termo “autismo” tem sido utilizado de forma mais frequente hoje em dia. E existe uma série de razões para falarmos mais sobre este tema segundo o coordenador do Centro Especializado em Neurodesenvolvimento Infantil (CENI) do Hospital Moinhos de Vento, Thiago Botter Maio Rocha. “Algumas são positivas, como a redução do desconhecimento e do preconceito sobre o assunto, mas outras são motivo de atenção, como o aumento de casos e as preocupações sobre atrasos no desenvolvimento infantil”, compara o médico psiquiatra da infância e adolescência.
Muitas famílias têm identificado alguns atrasos no desenvolvimento de seus filhos, em áreas como linguagem, habilidades motoras e controle de comportamento. Esses atrasos, potencializados ou não pelo período da pandemia de COVID-19, acabam gerando dúvidas a respeito da possibilidade de diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA). Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que uma criança em cada 100 é autista e cerca de 70 milhões de pessoas no mundo possuem algum grau de TEA. No Brasil, estima-se que são cerca de 2 milhões de indivíduos com esse transtorno.
“É muito importante que os pais recebam mais informações para que sejam capazes de identificar os sinais de alerta do transtorno, visto que o sucesso do tratamento e a evolução do paciente dependem, também, do diagnóstico precoce”, enfatiza. “Quando o tratamento começa antes dos três anos de idade, o índice de melhora pode chegar a 80%. Assim, pode-se perceber a importância de entender e saber detectar os sinais precoces desse transtorno para que os cuidados possam ser iniciados o quanto antes”, garante Rocha.
De acordo com o médico, os sintomas de TEA podem se manifestar em períodos bem precoces, até mesmo antes dos dois anos de vida, principalmente no que se refere às habilidades sociais e de comunicação. “Os bebês podem mostrar pouco contato visual, não interagir adequadamente com outras pessoas ou mesmo ter dificuldades na capacidade de imitação de alguns gestos, como mandar beijo ou dar tchau”, ressalta. Atraso no desenvolvimento da fala também é um ponto importante a ser observado, principalmente crianças que com dois anos ainda não falam palavras ou frases curtas, que devem receber maior atenção.
No Hospital Moinhos de Vento, por meio do CENI, as crianças são observadas e cuidadosamente avaliadas por uma equipe multiprofissional que conta com profissionais da psiquiatria da infância e adolescência, neuropediatria, psicologia, neuropsicologia, terapia ocupacional e fonoaudiologia para que possam receber planos de tratamento personalizados, visando a retomada de seu crescimento e desenvolvimento saudável.
Sobre o autismo
Conforme o especialista, o autismo, cujo nome técnico é Transtorno do Espectro Autista (TEA), é uma condição de saúde caracterizada por prejuízos na socialização, comunicação verbal e não verbal, e alterações no comportamento, com interesses restritos, hiperfoco e movimentos repetitivos. O Centro de Controle e Prevenção de Doenças americano (CDC) afirma que o autismo atinge ambos os sexos e todas as etnias. Entretanto, o número de casos identificados é maior entre o sexo masculino (cerca de 4 vezes maior).
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