Chama o ladrão, chama o ladrão, chama o ladrão !

Planilhas apreendidas pela Lava Jato fazem referências a políticos governistas e da oposição, de 18 partidos, e listam apelidos e montantes repassados. Nomes vão de Aécio a Jaques Wagner, informa blog de Fernando Rodrigues, do UOL

Documentos apreendidos pela Polícia Federal apontam possíveis repasses da Odebrecht para mais de 200 políticos de 18 partidos políticos, de acordo as investigações da Operação Lava Jato. As planilhas foram apreendidas na 23ª fase da operação, batizada de Acarajé, em 22 de fevereiro, mas somente ontem foram tornadas públicas. O blog do jornalista Fernando Rodrigues, do UOL, divulgou nesta quarta-feira (23) a lista em que os nomes dos políticos são associados a apelidos e a valores de repasses.

O blog ressalta que, apesar da riqueza de detalhes, os documentos não podem ser utilizados como prova de que os beneficiários receberam recursos de caixa dois da empreiteira. As investigações da Lava Jato vão esclarecer caso a caso. Entre os mencionados, estão o presidente do PSDB, Aécio Neves (MG), o vice-presidente do Senado, Romero Jucá (RR), o líder do governo no Senado, Humberto Costa (PT-PE), e o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB), falecido em 2014. Na lista, alguns políticos são tratados também por apelidos. O atual presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), é chamado de “Caranguejo”, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), de “Atleta”, e o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), de “Nervosinho”, por exemplo. O chefe de gabinete da presidente Dilma, Jaques Wagner, é apelidado de “Passivo”.
De acordo com o UOL, a papelada foi apreendida por quatro equipes da PF em dois endereços ligados a Benedicto Barbosa Silva Jr., presidente da Odebrecht Infraestrutura, nos bairros do Leblon e de Copacabana, no Rio. O executivo, conhecido como BJ, foi preso no mês passado, mas já está em liberdade.
Doações

Segundo a apuração dos repórteres do UOL André Shalders e Mateus Netzel, apenas algumas tabelas parecem fazer menção a doações de campanha registradas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Há CNPJs e números de contas usadas pelos partidos em 2010, por exemplo. Parte significativa da contabilidade se refere, porém, à campanha eleitoral de 2012, quando foram eleitos prefeitos e vereadores. As informações declaradas no SPCE (Sistema de Prestação de Contas Eleitorais, do TSE) daquele ano não correspondem às dispostas nas tabelas, informa a reportagem.
Há quatro anos, a Construtora Norberto Odebrecht doou R$ 25.490.000,00 para partidos e comitês de campanha e apenas R$ 50 mil para uma candidatura em particular – o atual prefeito de São Bernardo do Campo (SP), Luiz Marinho (PT). Em 2014, a soma de doações da construtora foi de R$ 48.478.100,00 divididos entre candidaturas individuais e comitês dos partidos. Em 2010, o total foi de R$ 5,9 milhões, apenas para partidos e comitês de campanha.


Confira os documentos no blog do UOL

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