Eleições gaúchas
Professor de Filosofia
Por: Denis Rosenfield
01/11/2016 - 05h01min | Atualizada em 01/11/2016 -
05h01min
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Os resultados das eleições no Rio Grande do Sul expressam
um alto grau de renovação, consolidando, nas urnas, um generalizado anseio por
mudanças. Porto Alegre, Santa Maria, Canoas e Caxias mostram outros
protagonistas, destacando-se o PSDB como o grande vencedor, tendo a seu lado o
PTB, estando o PT, o PMDB e o PDT dentre os perdedores.
Porto Alegre mostrou uma inusitada força do PDSB, com o
seu candidato, Nelson Marchezan, encarnando a mudança. Soube colocar-se
enquanto alternativa, não caindo nas armadilhas de seu adversário. Contou,
ademais, com o apoio do PTB.
Sebastião Melo, do PMDB, erraticamente, procurou captar
os votos da esquerda, criticando o próprio governo Temer, em uma clara
demonstração de contradição partidária.
A chapa PMDB-PDT expunha, por sua vez, toda a sua
incoerência, misturando os partidários do impeachment com os seus detratores. O
prefeito Fortunati, além da desaprovação de sua gestão, foi um firme partidário
da ex-presidente Dilma.
Comportamentos inconsequentes deste tipo pagam o seu
preço. Os votos nulos, brancos e abstenções alcançaram, em nossa Capital, em
torno de 44% dos votos, amalgamando os desencantados com a política e os
desorientados do PT.
No primeiro turno, o PT foi clamorosamente derrotado, seu
candidato, Raul Pont, não conseguindo passar para o segundo turno. Nem o
petismo sem PT, o PSOL, com Luciana Genro, conseguiu vingar. Agora, no segundo,
em Santa Maria, sua última esperança, foi o seu candidato, Valdeci Oliveira,
derrotado pelo deputado Pozzobom, do PSDB. Os tucanos impuseram-se novamente.
Em Canoas, uma boa administração do prefeito Jairo Jorge,
uma espécie de petista independente, não conseguiu tampouco se impor, com a sua
candidata, Beth Colombo, atual vice-prefeita, sendo derrotada pelo deputado
Busato, do PTB. O petismo light foi também tragado pelo onda antipetista.
Em Caxias, o atual prefeito, Alceu Barbosa, bem avaliado,
não conseguiu fazer o seu sucessor, sendo o candidato do PDT, Edson Néspolo,
derrotado pelo candidato Daniel Guerra, do PRB, ex-PSDB. Os trabalhistas foram,
assim, vencidos.
Os anti-impeachment, PT e PDT, não conseguiram impor a
sua narrativa. Onde compareceram foram, nas grandes cidades, derrotados. Quem
com eles namorou, como o candidato do PMDB em Porto Alegre, sofreu o mesmo
destino.
O desejo de renovação e de mudança terminou prevalecendo.
O Rio Grande do Sul emerge com uma nova cara nestas eleições. Os diferentes
partidos deverão repensar 2018.
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