O desempenho positivo das vendas do varejo em junho reforçou a expectativa de queda do PIB de 0,3% na passagem do primeiro para o segundo trimestre, com retração de menor magnitude do consumo das famílias que a verificada nos primeiros três meses de 2016.
Apesar da surpresa positiva com o resultado, equipes de economistas como a do Bradesco, insistem na projeção para o IBC-Br de junho, de retração de 0,2% ante maio.
Leia a análise feita esta manhã pelo pessoal do banco:
Assim, conforme divulgado ontem na Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) do IBGE, o volume de vendas do varejo restrito apresentou ligeira alta de 0,1% na passagem de maio para junho, descontados os efeitos sazonais. O resultado ficou acima da nossa projeção e da mediana das expectativas do mercado, de quedas de 0,3% e 0,4%, respectivamente, segundo coleta da Bloomberg. Na comparação interanual, houve retração de 5,3%. Com isso, as vendas reais acumularam recuo de 0,2% no segundo trimestre e de 6,7% nos últimos doze meses. Três dos oito setores pesquisados contribuíram positivamente para a modesta elevação no período. Destacou-se o segmento de Tecidos, vestuário e calçados, que cresceu 0,7%, mantendo a tendência de alta observada nos últimos meses. Em contrapartida, as vendas de Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação mostraram contração de 3,6% na margem, mais intensa que o declínio de 2,2% verificado no mês anterior. Também chama atenção o comportamento das vendas do varejo restrito em termos nominais no primeiro semestre de 2016. Após terem registrado estabilidade ao longo de quase todo o ano passado, apesar de a inflação ter mostrado variações superiores a 10,0% no período, as receitas nominais têm apresentado elevações consecutivas nesses seis primeiros meses do ano. Especificamente em junho, houve alta de 0,9% ante maio, na série livre de influências sazonais. Assim, acumulou-se crescimento de 1,6% no trimestre passado, em relação aos três primeiros meses do ano, também descontada a sazonalidade. Quando analisamos o crescimento semestral anualizado, a receita avançou 4,5% no período, apontando para alguma retomada do consumo das famílias à frente. Em contrapartida, as vendas reais do varejo ampliado, que consideram todos os segmentos, caíram 0,2% na margem em junho, excetuada a sazonalidade. A queda refletiu a retração de 1,3% das vendas de Veículos e motos, partes e peças, sucedendo avanço de 0,6% no mês anterior. O resultado veio em linha com a variação negativa do número de emplacamentos de veículos da Fenabrave referentes ao mesmo período. Já o setor de Material de construção subiu 1,3%, após estabilidade em maio. Dessa forma, a atividade varejista ampliada apresentou contração de 0,7% no segundo trimestre, recuando 8,4% na comparação interanual.
Nenhum comentário:
Postar um comentário