Este artigo é do "Observatório Brasil Soberano"
Durante meses, os bancos e a Faria Lima assistiram, em silêncio, ao uso do aparato judicial como ferramenta de perseguição política. Viram o avanço de medidas questionáveis, o atropelo de garantias legais, a naturalização de decisões que colocavam em xeque a previsibilidade institucional — e segui ram como se nada estivesse fora do lugar.
Foi uma decisão consciente. Preferiram não confrontar o problema — tal vez por conveniência, talvez por cálculo. Havia uma aposta implícita: a cri se institucional seria contida dentro do campo político e não atravessaria a fronteira do sistema financeiro. Apostaram que o dano reputacional não afetaria o ambiente de negócios. Que o Judiciário, ainda que atuando como ator político, manteria os fundamentos “sob controle”.
Agora, diante da possibilidade concreta de que o Brasil entre no radar de sanções internacionais — como prevê a Lei Magnitsky, por exemplo —, a rea ção do mercado vem com pressa. Cotações oscilam, setores se agitam, rela tórios começam a mencionar o que antes era tratado como exagero. O que antes era “narrativa” passou a ser risco regulatório real.
Mas é tarde para alegar surpresa.
A corrosão institucional não começou ontem. E o mercado não foi um es pectador inocente. Ignorou alertas, normalizou abusos e seguiu apostando que os dividendos continuariam vindo, independentemente do cenário po lítico. Foi uma forma de conivência silenciosa, embalada por jantares com ministros, eventos com autoridades e uma fé exagerada na capacidade do sistema de absorver choques sem colapsar.
Houve também um cálculo de conveniência: defender instituições sólidas só faz sentido quando o custo é nulo. Quando o preço envolve enfrentar os donos do poder de fato, a “moderação” vira regra. Por isso, a maior parte do sistema preferiu blindar a própria posição — acreditando que poderia atra vessar a tempestade mantendo os lucros intactos e as relações preservadas. O problema é que, nesse processo, comprometeu-se justamente aquilo que deveria garantir estabilidade: a confiança nas regras.
Mas chegou o momento em que o risco deixou de ser uma abstração jurídi ca. Ele agora aparece na planilha, no compliance, no caixa. A neutralidade calculada começa a cobrar preço. E não se trata apenas de uma questão de imagem: estamos falando da credibilidade do país enquanto jurisdição se gura para negócios, contratos e investimentos de longo prazo.
A verdade é que o sistema financeiro não apenas conviveu com o desequi líbrio institucional — em muitos momentos, ele o validou. Agora que os re f lexos se materializam em prejuízo, vem o espanto. O que estamos vendo é um desdobramento previsível — fruto direto de um processo sustentado por omissão, conveniência e uma confiança excessiva na ideia de que “os ventos sempre sopram a favor do capital”. • Omissão calculada: Bancos e Faria Lima optaram por não enfrentar o avanço de medidas questionáveis, acreditando que a crise não afetaria os negócios. • Do risco abstrato ao prejuízo real: A possibilidade de sanções internacionais e o impacto regulatório expõem o custo da neutralidade mantida pelo mercado. • Conivência e consequência: O sistema financeiro não apenas tolerou a instabilidade, mas a legitimou; agora, paga o preço da aposta no silêncio.
Dessa vez, não soprara
A cegueira dos barões financeiros ficaram evidentes. E daqui a 40 anos seus netos virarão empacotadores de supermercados...kkkkkkkk..como vi muitos netos dos barões do café viverem na extrema pobreza. ...os antigos barões não souberam usar o capital e investir na mecanização e na diversificação agrícola ...E faliram. Quem investiu na modernização agrícola brasileira foram os pequenos proprietários de origem europeia do Sul e do sudeste E ficaram ricos...a natureza não perdoa quem toma decisões erradas......enquanto a polícia política batia na casa dos outros eles ficaram calados...Agora chegou a vez deles......kkkkkkkkkkkkk
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