Mesmo diante das volumosas evidências de que o
lulopetismo é autoritário por natureza, mesmo que abundem provas de que o
chefão Luiz Inácio Lula da Silva e seus seguidores tramam à luz do dia contra
as instituições republicanas, mesmo que seja clara a ânsia da tigrada de calar
a imprensa livre e favorecer o jornalismo companheiro a serviço do pensamento
único, ainda assim há intelectuais – ao menos é assim que eles se identificam –
que se dispõem a defender, em nome de um suposto espírito democrático, um governo
e um partido cada vez mais identificados com tudo aquilo que ofende a
democracia e os padrões morais de uma sociedade civilizada.
Pululam manifestos assinados por esses assim chamados
pensadores, acompanhados de artistas e outros profissionais cujo trabalho
depende da mais ampla liberdade de expressão e opinião, todos devotados à
denúncia do que qualificam de “golpe” contra a presidente Dilma Rousseff e
contra o “governo popular” do PT.
Um dos mais recentes produtos desse ponto de vista é um
tal Manifesto do Livro, em que mais de mil intelectuais, escritores, editores e
profissionais ligados ao setor livreiro dizem que estão “ameaçadas” as “normas
constitucionais vigentes”.
Eles não se referem à escandalosa transformação do Estado
em balcão de negócios criminosos, que, ao beneficiar partidos, políticos e
empresários amigos de Lula e da presidente, dilapidou o patrimônio de todos os
brasileiros, a começar pelos mais pobres. Tampouco se preocupam com o
aviltamento da política promovido pelo partido de Dilma e de Lula, com a
conversão do Congresso em armazém de secos e molhados. Os signatários do
manifesto também não fazem menção aos ataques que Lula e Dilma estão
desferindo, dia e noite, contra o Judiciário e a imprensa livre e independente,
a quem acusam de tramar o tal “golpe”.
Nada disso aparece no libelo desses, digamos assim,
pensadores. No texto, eles preferem denunciar o “abuso de poder”, a “violação
dos direitos” e o “desrespeito sistemático” do Estado de Direito por parte de
“setores do Poder Judiciário” – uma clara referência às autoridades policiais e
judiciais que fazem avançar a Operação Lava Jato até Dilma e Lula. Para os
signatários, as conquistas democráticas, diante disso, estão “ameaçadas” – e
seguem-se as já banalizadas referências à ditadura militar.
Esse manifesto respeita o padrão dos tantos outros que
apareceram desde que surgiram as evidências de que Dilma havia cometido crime
de responsabilidade ao “pedalar” as contas públicas, o que justifica seu
impeachment, e de que Lula é o chefe do bando que tomou o Estado de assalto
assim que o PT chegou ao poder. Primeiro, eles negam a realidade, atribuindo a
divulgação dos escabrosos fatos a um complô da “direita” mancomunada com juízes
“partidários” e uma imprensa “golpista”. Depois, exumam a ditadura militar para
usá-la como epíteto do movimento que pretende expulsar do poder aqueles que,
estes sim, conspurcam a Constituição e escarnecem da Justiça.
A adesão de intelectuais à verdade emanada do partido no
poder, como mostram diversos exemplos na história, é o primeiro passo para
legitimar a destruição da democracia. Quando vozes de destaque na sociedade
disseminam a tese de que são “golpistas” aqueles que fazem respeitar a lei e
que trabalham para que os governantes delinquentes paguem pelos crimes que
cometeram, é sinal de que a confusão moral está instalada no País. Quando esses
autoproclamados “pensadores” hostilizam todos aqueles que se recusam a
renunciar à razão em favor da fé estatal e partidária, atribuindo-lhes planos
maquiavélicos para a tomada do poder, negam a liberdade que tanto dizem
defender.
Assim, para os intelectuais que venderam sua alma ao
lulopetismo – alguns porque venderam também algo mais, outros porque acreditam
mesmo na balela segundo a qual Lula salvou os pobres e, portanto, está acima da
lei dos homens –, a defesa da democracia, que é de todos, se reduz à mera
defesa do PT, de seu projeto autoritário e de seu caudilho fanfarrão.
SÃO UNS USURPADORES DA DIGNIDADE HUMANA, SE DIZEM DEFENSORES DA DEMOCRACIA, MAS NÃO ACEITAM O CONTRADITÓRIO, ISTO É, SÃO UNS VENDIDOS, COMO OS DIRIGENTES DA PETROBRAS.
ResponderExcluirSÃO UNS USURPADORES DA DIGNIDADE HUMANA, SE DIZEM DEFENSORES DA DEMOCRACIA, MAS NÃO ACEITAM O CONTRADITÓRIO, ISTO É, SÃO UNS VENDIDOS, COMO OS DIRIGENTES DA PETROBRAS.
ResponderExcluirParabéns!! Muito bem dito!!
ResponderExcluirParabéns!! Muito bem dito!!
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