O Supremo Tribunal Federal partiu para o vale-tudo. A
partir de agora, se o Brasil ficar em casa, vai ter golpe.
A democracia brasileira foi sequestrada há 13 anos e
ficou refém de uma chantagem emocional. Qualquer abuso de poder, qualquer
transgressão qualquer crime passaram a ser indultados em tempo real por uma
crença miserável: a de que o país havia chegado ao paraíso da justiça social
após cinco séculos de opressão, e que não se podia tocar em Lula e no PT – sob
o risco de o encanto se quebrar. Foi assim que floresceram o mensalão e o
petrolão, numa boa.
Já no terceiro ano do sequestro, o homem-bomba Roberto
Jefferson mostrou ao país o que os iluminados da justiça social estavam fazendo
no escurinho. Aí o Brasil tomou uma providência drástica: mandou continuar o
roubo. O próprio Lula ficou surpreso ao constatar que, apesar da revelação
obscena do valério-duto, seus súditos caminharam alegremente para as urnas e
sancionaram o esquema, dando-lhes a reeleição. Lula é inteligente, e entendeu o
recado: agora eu posso tudo.
E fez de tudo. A Lava Jato veio mostrar o que parecia
impensável: naquele momento em que Lula aparecia, contrito e cabisbaixo,
pedindo desculpas à nação pelo mensalão, a turma do petrolão levava ao gabinete
dele a negociata de Pasadena. Em plena chaga aberta do esquema de Marcos
Valério, Dirceu, Delúbio e companhia, o governo do PT montava tranquilamente a
compra de uma refinaria enferrujada que irrigaria de propinas a eleição de
2006.
Definitivamente, inibição não é o problema desse pessoal
Seguiu-se uma década de trampolinagens, que arrebentaram
a maior empresa nacional e levaram o país à recessão profunda, mas o sequestro
da democracia perdurou- o suficiente para garantir o quarto mandato consecutivo
dos sequestradores. Quando Dilma foi reeleita no meio da orgia, toda lambuzada
de petrolão, os meteorologistas da política decretaram: acabou a Lava Jato. As
urnas calaram Sérgio Moro.
Só que não. Como tem sido repetido neste espaço: Sérgio
Moro só é parável à bala
E foi assim que o país chegou a beira do impeachment,
apesar de sua opinião pública frouxa, de sua oposição débil e da chantagem
emocional do filho do Brasil – que não sabia de nada e não tinha nada, só um
par de pedalinhos personalizados. Até no Congresso Nacional, que também esteve
sequestrado todo esse tempo pelo exuberante caixa do Partido dos Trabalhadores,
o vento virou. E onde foi que o vento não virou?
No Supremo Tribunal Federal. A Corte máxima do país é a
última cidadela dos malandros, o bastão final do parasitismo erudito, a
derradeira trincheira do chavismo companheiro. Foi esse poder aparelhado que
impediu até agora a abertura de investigação contra a arquissuspeita Dilma
Rousseff, madrinha de Erenice, de Pasadena, de Mercadante, de Delcidio, das
pedaladas, de Cerveró, de Edinho, das
manobras obstrutivas à Lava Jato. A presidente que mandou
o Bessias com um termo de posse ministerial para esconder o ex-presidente da
polícia.
Em triangulações mágicas entre o procurador-geral, o
ministro da Justiça e o ministro relator do petrolão no STF, essa presidente
atolada num pântano de indícios e evidências se manteve olímpica: “Não há
elementos para se investigar Dilma”.
No momento em que, apesar de todo esse eficiente circo
mambembe, o impeachment amadurece, surge a bala de prata do supremo golpismo:
pedir o impeachment de Michel Temer. Do mesmo jeitinho com que o STF blindou a
companheira presidenta e alterou o rito do impeachment dela: metendo o pé na
porta do Congresso Nacional. Se não é Teori, é Barroso, se não é Barroso, é
Lewandoski – o presidente certo na hora certa - , se Toffoli recua, surge Marco
Aurélio (elemento surpresa).
Dois anos de literatura da Lava Jato estampam, de forma
cristalina, que o esquema de Lula, a preposta é Dilma e o arcabouço é o PT.
Mas, para manter o sequestro, vale atirar no vice-presidente, É a bala de
prata.
Ai o país abobado se pergunta por que Temer é melhor que
Dilma. Deve ser por isso que Lula, na porta da cadeia, continua acreditando que
repetirá o milagre do mensalão e sairá de novo nos braços do povo. Se o povo
não falar grosso agora com os embusteiros do STF, demonstrará que merece Lula.
Pa
Um resumo muito bem elaborado do verdadeiro golpe que está acontecendo.
ResponderExcluirUm resumo muito bem elaborado do verdadeiro golpe que está acontecendo.
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