Artigo, Pedro Henrique Mancini de Azevedo - A esquerda não aprendeu nada com a queda da União Soviética

Estava eu passando de canais na TV, quando me deparei com um programa na Globo News que discutia a saída de Eduardo Cunha da presidência da Câmara. Nele participavam Manuel Galdino, diretor-executivo da Transparência Brasil, e Roberto Romano, professor da Unicamp. Depois de alguns pontos colocados por ambas as partes, Roberto Romano diz que sua maior preocupação com o atual cenário político é a radicalização do Congresso, alertando para um possível regime autoritário.

Não é de se espantar para ninguém que a Unicamp é infestada de esquerdistas. Mas me espanta como a esquerda considera qualquer discurso diferente que não reza a sua cartilha como algo radical. Já perceberam isso?

Se alguém apresenta uma pauta voltada para o mercado, com menos impostos, menos burocracia e com um Estado mais enxuto, a esquerda o acusa de ultraliberal a favor dos empresários que quer destruir as “conquistas” dos trabalhadores. Se alguém defende valores tradicionais da família e da religião, a esquerda o acusa de conservador retrógrado que é contra as minorias. Se alguém defende o fortalecimento das fronteiras – uma das funções clássicas do Estado - visando proteger e dar segurança aos cidadãos do país, então a esquerda o acusa de xenófobo de extrema direita. Tudo isso é radicalismo para a esquerda. Mas os radicais populistas, os radicais oprimidos e os radicais anti-imperialistas, esses a esquerda não fala nada. Já que é assim, vamos um breve retrospecto comparativo entre as alas radicais.

A América Latina viveu uma verdadeira farra populista desde o início do século, com Lula, Hugo Chávez, Evo Morales e os Kirchners. O Brasil e a Venezuela vivem a pior crise econômica das suas histórias; a Bolívia continua como um dos países mais miseráveis do mundo; e a Argentina ainda está tentando se recuperar da desgraça deixada pela casal K. Em contrapartida, Chile, Colômbia, Peru e México, que foram na contramão dos países do Mercosul, adotando uma postura mais voltada para o mercado, vão muito bem, obrigado.

Na Europa, Grécia, França, Espanha e Inglaterra, seguiram a linha populista europeia, que eles chamam de progressismo. O resultado foi uma crise sem tamanho, uma das piores da história. Os dois últimos países alteraram suas pautas e se recuperaram muito bem da crise. Já os dois primeiros dobraram a aposta. A Grécia vive em uma crise profunda, e a França só não tem mais greve do que o Brasil. Ah sim, quase ia me esquecendo. A Alemanha, com sua austeridade criticada pelos progressistas, foi o país da União Europeia mais imune a crise de 2008. Crise essa causada pela bolha imobiliária americana que foi iniciada pelo progressista Bill Clinton ainda na década de 1990. Mas isso é só um detalhe. Vamos adiante.

Falando nos EUA, os americanos estão vivendo um verdadeiro inferno devido a questões raciais. A turminha do beautiful people de Hollywood, juntamente com o New York Times, passaram anos acusando os brancos, sobretudo os policiais, de fascistas e racistas (soa familiar?). Com dados distorcidos e estatísticas mentirosas – algo muito comum da esquerda, como dissecou George Orwell em “A Revolução dos Bichos” -, os progressistas inflaram a população negra a ponto da Miss Alabama, uma negra, considerar o homem, também negro, que matou cinco policiais a sangue frio em Dallas um mártir! Lembrando que o presidente dos EUA há oito anos é negro. Adiantou alguma coisa? Será que essa velha postura marxista de considerar os brancos opressores e os negros oprimidos, colocando uns contra os outros deu certo? E no Brasil? Deu certo proteger os pequenos e grandes marginais oprimidos contra a opressora sociedade burguesa? A criminalidade certamente não diminuiu. O Rio de Janeiro, cidade das Olimpíadas, é terra de ninguém. Esta semana uma menina de sete anos viu a mãe morrer na sua frente após ter sido esfaqueada no pescoço. Mas a esquerda defende esses oprimidos da sociedade.

E o que falar da postura da esquerda quando se trata de combater os anti-imperialistas? Para eles, basta que algum grupo grite “morte a América” para que eles relativizem qualquer atrocidade. Os “revolucionários” decapitam, matam a sangue frio, e tudo que a esquerda faz é pedir respeito as diferenças culturais. A França, como sempre, é porta voz desse discurso. Até porque a França é muito cool para entrar em uma guerra; os franceses são intelectuais demais para lutarem. O resultado disso é que a França sofreu três grandes atentados terroristas nos últimos dois anos! Será que é xenofobia mesmo querer proteger fronteiras e lutar contra terroristas muçulmanos? Os EUA, por sua vez, após ficarem 15 anos sem um ataque terrorista, graças ao trabalho dos “fascistas” da CIA, voltaram a sofrer um ataque dentro de suas terras. Aparentemente, a postura pusilânime do esquerdista Obama de praticamente passar todo seu mandato pedindo perdão pela “opressão” americana ao Oriente - como se eles já não vivessem em guerra centenas de anos antes dos EUA mesmo existirem -, e de fazer acordos com países como o Irã, não adiantou muito.

Enfim, a esquerda vestiu uma nova roupa, adaptou o seu discurso e recebeu uma nova chance, após o colapso da União Soviética. E o resultado foi igual ao de sempre – crises econômicas, autoritarismos, e caos civil. Em outras palavras, o mundo governado pela esquerda está de cabeça para baixo, como sempre. E porque eles continuarão recebendo novas chances? Pelo fato deles continuarem colocando na cabeça da sociedade que há uma ameaça totalitária nos “discursos radicais” da direita. É assim que a esquerda cria um monopólio das boas intenções. Só cai nessa quem quer.



Pedro Henrique Mancini de Azevedo, MBA, PMP

Nenhum comentário:

Postar um comentário