Artigo, Astor Wartchow - Senhor Facebook
Salvo as
manobras contábeis de praxe – caixa dois, recebimento de falsas doações com
CPF’s emprestados e contabilização de serviços não realizados, entre outros
artifícios, parece certo, entretanto, que será uma campanha eleitoral de baixa
disponibilidade financeira para partidos e candidatos.
Será fruto da
legislação que proibiu o financiamento empresarial. Mas a grave crise
economico-social e as investigações policiais e judiciais em série também
contribuem para esta retração.
Parênteses:
sou a favor de doações de empresas. A atual proibição de doações prejudicou
candidatos e empresas honestas e favoreceu (e continuará favorecendo) aqueles
partidos e candidatos que já atuavam com artifícios e manobras ilegais,
resultado de corrupção e licitações fraudadas.
Continuando.
Não bastasse a limitação financeira, a divulgação das candidaturas também
sofrerá muito com as restrições impostas pela legislação eleitoral que proibiu
uma série de históricos procedimentos como cartazes, outdoors, cavaletes, etc..
Conseqüentemente, se é verdade que as cidades estarão mais limpas e com
menor poluição visual, do ponto de vista ambiental, também é possível supor que
o conjunto das limitações e restrições favorecerá os atuais detentores de
formas de poder (governantes, parlamentares e sindicalistas, por exemplo) e
demais candidatos tradicionais.
A combinação
destas hipóteses limitantes indica que candidatos e partidos deverão realizar
um esforço supremo, quase impossível, na mobilização de simpatizantes e
filiados para a realização do tradicional corpo-a-corpo com o eleitorado.
Esforço
supremo porque concomitante ao degradante momento político-partidário que
reduziu a zero a credibilidade de partidos e políticos, como nunca dantes na
história deste país, como diria aquele famoso ilusionista.
Então, se
desafiadora e difícil a aproximação física com o eleitor, restará aos
interessados a campanha eleitoral à distância, através do mundo digital, das
redes sociais, especialmente com a ajuda do “senhor facebook”, o cabo eleitoral
da hora.
Mas que não
se iludam. Diferente do rádio, do jornal e da televisão, a internet não é um
meio de comunicação que opera só num sentido, do emissor ao receptor. A
internet é a troca constante e personalizada, o fluxo de vai-e-vem entre as
partes.
Um erro básico dos candidatos é o panfleto
eletrônico, ou um spam de mau gosto. Isso sem falar no assessor que finge que é
o próprio candidato respondendo emails, postando ou “tuitando”. Ou divulgando
informações político-partidárias e idéias pessoais que não guardam relação com
a realidade.
Afinal, hoje
todos são “macacos velhos” na internet.
Nenhum comentário:
Postar um comentário