Quase tudo na sucessão de 2018 se parece com eleições
anteriores, menos o eleitor. Os caciques fazem política com os pés no mundo da
Lua, onde não há corrupção nem desemprego. Promovem os mesmos cambalachos de
sempre. O feitiço pode virar urucubaca, pois o brasileiro amarga uma descida
pelos nove círculos do inferno. E acha que não merece a excursão. Agora, às
vésperas de uma nova eleição, a cabine de votação se confunde com uma visão do
purgatório. O voto parece instrumento de purificação. Em órbita, candidatos e
dirigentes partidários não se deram conta de que um pedaço do eleitorado está
desconfortável no papel de gado.
Geraldo Alckmin acredita que seu desempenho pífio como
presidenciável mudará a partir de 31 de agosto, quando começa o horário
eleitoral na televisão. Por isso, vendeu a prataria para juntar cerca de 40% da
propaganda eletrônica. Parte da plutocracia torce para que ele alce voo. Mas
não há ricos suficientes no Brasil para eleger um presidente. E o discurso de
Alckmin, por ora, mal convence os crédulos. A plateia corre o risco de ouvir o
candidato durante vários minutos para chegar à conclusão de que ele não tem
nada a dizer. Ou pior: se o voo for artificial, o tucano será confundido com um
drone guiado por controle remoto pela marquetagem.
Ao atrair todo o centrão para o seu colo, Alckmin impediu
que seus rivais capturassem nacos do tempo de propaganda dos partidos que
integram o grupo. Com isso, deu a Ciro Gomes e Jair Bolsonaro a oportunidade de
cuspir no prato em que não conseguiram comer. De quebra, ofereceu aos cerca de
40% de eleitores que ainda se declaram sem candidato o direito continuar
repetindo que “são todos farinha do mesmo pacote”. Sem perceber, os contendores
podem estar jogando um jogo de soma zero, em que nenhum deles amplia sua base
de eleitores.
A ruína de Dilma Rousseff e o fiasco de Michel Temer
pareciam tornar as coisas mais fáceis. Tão fáceis que qualquer espertalhão
poderia passar a campanha trombeteando que, eleito, restauraria a moralidade e
traria de volta a prosperidade. O vaivém do centrão e o balé de elefantes em
que se converteu a escolha dos vices estimulou na banda desconfiada do
eleitorado a crença de que não se deve confundir muitos com pluralidade, adesão
com habilidade, pernóstico com sumidade, pose com dignidade, lero-lero com
honestidade…
Campeão do horário eleitoral, Alckmin é uma nulidade nas
redes sociais —um território em que Ciro e, sobretudo, Bolsonaro utilizam para
cavalgar o desalento do eleitor. O problema é que a dupla exagera na raiva. Se
Deus oferecesse temperança a Ciro, o candidato se empenharia para provar que
Deus não existe. Quanto a Bolsonaro, tornou-se líder de intenção de votos e de
rejeição. Conquistou eleitores misturando Deus à defesa de teses esdrúxulas. E
acabou convencendo o naco do eleitorado que o rejeita de que Deus não merece
existir.
Uma campanha que começa com as marcas da polêmica e da
ferocidade, poderia fazer muito bem à candidatura de Marina Silva. Ela exala
serenidade, não precisa fingir que veio de baixo, abomina “as megaestruturas” e
conserva a biografia longe dos pesticidas da Lava Jato. Entretanto, tomada pelo
desempenho, Marina vai se consolidando como uma personagem admiravelmente
indecifrável para a maioria da plateia. A liderança e as concepções
“marineiras” já afugentam até os correligionários da Rede. Marina costuma dizer
que prefere “perder ganhando a ganhar perdendo.” Pode voltar para casa com 20
milhões de votos pela terceira vez.
Na galeria dos vitoriosos perdedores, Marina só não
conseguirá superar Lula. Preso em Curitiba, o pajé do PT leva sua candidatura
cenográfica às fronteiras do paroxismo. Lidera as pesquisas. Mas sabe que a
ficha suja levará a Justiça Eleitoral a excluir sua foto da urna. Se tudo
correr como planejado, deflagrará o Plano B do PT em meados de setembro. É como
pedisse aos brasileiros para esquecer que Dilma, seu último poste, resultou num
inesquecível curto-circuito.
É grande o prestígio do presidiário do PT. Entretanto,
segundo a mais recente pesquisa do Datafolha, divulgada no mês passado, 51% dos
eleitores informam que não entregariam o seu voto a um candidato indicado por
Lula. Impossível prever quem será o próximo presidente. Mas já é possível
constatar que o curral diminuiu.
JOSIAS DE SOUZA É DEFENSOR DE CORRUPTOS E DE PREFERENCIA, DE TUCANOS. COMO TODO ESQUERDINHA, BATE EM BOLSONARO! ABAFA BOLSONARO! COMPARA COM CIRO! E IVENTA FAKE NEWS SOBRE BOLSONARO! JOSIAS É MAIS UM SAFADO.
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