Desde o momento em que o Prof. Olavo de Carvalho indicou
os ministros Ernesto Araújo (Relações Exteriores) e Ricardo Vélez-Rodriguez
(Educação), a mesma Grande Mídia, composta dos já conhecidos conglomerados,
passou a ceder espaços e buscar entrevistas com ele. O que não esperavam é o
quão humilhante e libertador essa experiência seria, tanto para os próprios
conglomerados como para os entrevistadores, totalmente alheios à realidade da
maioria que se autodenominou “Povo da Nova Era” (uma “fanfic” humorística
inspirada de outra ficção viral, na qual uma petista havia relatado em seu
Facebook que seu pai havia lhe ameaçado com uma arma afirmando “é a Nova Era,
tá com medo petista safada?”). Assim, o que se viu, muito além de uma
entrevista, acabou sendo uma aula de jornalismo e de análise política.
Primeiramente, todos os entrevistadores mostraram-se
completamente inaptos a promoverem a entrevista. A maioria afirmava não ter
lido um só livro ou artigo do Prof. Olavo, demonstrando a mais absoluta
incapacidade de elaborar um simples perfil ou resumo do professor, na medida em
que se prestavam a simplesmente elaborá-lo pelos jargões esquerdóides que
corriam por suas redações ou, quem sabe, pelas simples impressão imediata de
quem sequer teve a mínima boa vontade de usar o seu pouco intelecto para tentar
compreender o entrevistado. Seja como for, o resultado já se ensaiava como
precário, restando a alguns, como o caso da Veja, recorrer ao coitadismo e ao
puxa-saquismo para que ao menos existisse uma entrevista.
Assim, o que se viu, em todos os casos, era justamente o
que era esperado: o questionamento de dados sem comprovação de fontes primárias
tal como os usos de jargões baixos que tentassem revelar uma espécie de relação
de “guru” do Prof. Olavo junto a Jair Bolsonaro, foram respondidos com literais
verdades. Estas, combinadas com doses de humor e ironia que desmoralizaram por
completo qualquer meio de comunicação que tentasse permanecer com a velha e
burra retórica corrente imposta pelo politicamente correto de esquerda. Uma
verdadeira aula de bom senso e de leveza em prol da verdade sufocada.
Ao mesmo tempo em que os entrevistadores vomitavam
panfletos de senso ideológico, eram também questionados por terem por tanto
tempo cometido o crime dos crimes: não terem relatado com uma só linha a
existência, a ocorrência e a influência do Foro de São Paulo nas políticas de
esquerda da América Latina, o que alguns no passado chegaram ao senso
escatológico de denominar “teoria da conspiração”.
O recado foi curto e simples: ou a mídia como um todo
passa a estudar e entender a realidade, a verdade mais contingente e óbvia e,
sobretudo, a experiência que levou o discurso de esquerda se revelar algo
imensamente burro e contraditório, ou seguirá passando vergonha pública. No
final das contas, deveriam os jornalistas seguirem um conselho dado pela
própria “fanfic” humorística citada no início deste texto: “é melhor ‘jair’ se
acostumando”.
Bruno Dornelles
Advogado especializado em Direito Tributário e mestre em
Direito Público
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