A
Folha de S. Paulo, em 06/01/2020, publicou uma entrevista com Luis Fernando
Veríssimo, a qual, apesar de bem desenxabida, teve a utilidade de escancarar o
obscurantismo ideológico que o entrevistado representa e sua apetência para
propagar mistificações.
Em
tom de jornalzinho de grêmio estudantil (perguntas juvenis, respostas frívolas)
e com o entrevistador Roberto Dias, profissional respeitável, comportando-se
mais como "tiete" do que como jornalista, a reportagem não fez mais
do que disseminar crenças ideológicas.
A
frase mais representativa da entrevista, por ocultar o maior embuste, é esta
pérola do Veríssimo: "Talvez ingenuamente, eu não entendo como uma pessoa
que enxerga o país à sua volta, vive suas desigualdades e sabe a causa das suas
misérias pode não ser de esquerda."
A
falsidade escondida nas entrelinhas da frase pode ser assim traduzida:
"quem tem senso de justiça é de esquerda. E quem não é de esquerda não é
justo." Nada pode ser mais falso!
É
falta de honestidade intelectual de Veríssimo, insinuar, como fez, que a
esquerda tem o monopólio da solidariedade, da ética e da justiça.
E
é ironia de mau gosto, aventar a própria ingenuidade: Veríssimo nada tem de
ingênuo e ele sabe disso muito bem!
Pois foi a esquerda quem instituiu a corrupção como método no Brasil. E
culminou com a maior recessão da história do país, empobrecendo a nação, um
desastre que vai precisar muitos anos para ser desfeito.
Quem se identifica com a esquerda, que é antes um movimento, mais do que
partido ou ideologia, conscientemente ou não, colabora com o esforço
revolucionário de implantar o totalitarismo.
Vale o exemplo. Como bem sabe Veríssimo, a Venezuela, há mais de 20 anos, vive
sob o tacão da esquerda, que, naquele país, causou a mais desesperadora crise
humanitária: fome, desemprego, desabastecimento, hiperinflação, destruição do
setor produtivo, cerceamento das liberdades individuais, com presos políticos e
tortura, etc.
Será que Veríssimo não sabe que a Venezuela, antes que Hugo Chaves a empurrasse
para o abismo esquerdista, era o país política e economicamente mais estável da
América Latina?
Ora, quem pensa um pouco não entende como uma pessoa, enxergando a desigualdade
e a miséria da Venezuela, pode ser de esquerda.
É
preciso ser muito ingênuo (não é o caso de Veríssimo) ou desonesto para,
conhecendo a história dos movimentos revolucionários de esquerda, seguir
defendendo o indefensável.
Mais
de 76 milhões de chineses foram mortos pelo regime comunista entre 1949 e 1987,
além dos 3,5 milhões de civis que o Partido de Mao Tsé-Tung já tinha
assassinado antes de consumar a revolução chinesa (totalizando 80 milhões). E,
na União Soviética, a revolução comunista matou 62 milhões de pessoas entre
1917 e 1987.
Ou
seja, são mais de 140 milhões de mortos em apenas duas revoluções de orientação
esquerdista! Sem contar os milhões em outras tantas!
Mas, contrariando todas as evidências, a "santidade da esquerda" é
uma mentira repetida à exaustão, quase sempre nas entrelinhas (mensagem
subliminar), que é para driblar a crítica e se fixar como verdade.
É
o consabido ensinamento de Paul Joseph Goebbels (nazista, ministro da propaganda
de Hitler): uma mentira insistentemente repetida acaba impondo-se como verdade.
Pois Veríssimo e seus confrades esquerdistas seguem à risca essa doutrina. É
método de poder.
Renato Sant'Ana é Advogado e Psicólogo.
E-mail: mailto:sentinela.rs@uol.com.br
Já era tempo do Luis Fernando Veríssimo perceber que "justiça social" é um mero e poderoso pretexto utilizado pelos fanatizados pelo poder para enganar a população, que no mundo todo sofre de baixa inteligência emocional.
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