Assim como enfatizamos em publicações anteriores, a
Pesquisa Mensal de Emprego (PME) foi inteiramente substituída pela Pnad
Contínua neste mês. A principal diferença entre as pesquisas consiste na
abrangência territorial, visto que a Pnad Contínua contempla todas as regiões
do País, enquanto a PME atinge apenas seis regiões metropolitanas. Além disso,
os dados mensais da Pnad Contínua são divulgados em termos de média móvel
trimestral, sempre finda no mês de referência. Essas divergências são
responsáveis, em grande medida, pela diferença de nível entre os dados das duas
pesquisas. Apesar dessas vantagens da Pnad Contínua em relação à PME, a
primeira apresenta um histórico bem menor que a segunda, pois teve início
apenas em março de 2012, dificultando análises de longo prazo.
A taxa de desemprego nacional alcançou 9,5% no trimestre
findo em janeiro, segundo a Pnad Contínua divulgada hoje pelo IBGE. O resultado
ficou ligeiramente acima da nossa projeção e da mediana das expectativas do
mercado, ambas em 9,3%. Descontada a sazonalidade, a taxa de desocupação passou
de 9,8% para 9,9% entre dezembro e o primeiro mês deste ano. Em relação ao
mesmo período do ano passado, houve alta de 2,7 pontos percentuais.
A população ocupada acentuou a trajetória de queda apresentada
nas últimas divulgações, ao recuar 1,1% na comparação interanual.
Diferentemente do apresentado pela PME, a série da PEA na Pnad Contínua vem
mostrando crescimento persistente desde o início do ano passado, com aceleração
no segundo semestre. Em janeiro, a população economicamente ativa cresceu 1,8%,
na mesma métrica, contribuindo para o aumento da taxa de desemprego no período.
O rendimento médio nominal mostrou ligeira desaceleração
em janeiro, ao apresentar elevação de 8,0% em relação ao mesmo período de 2015,
abaixo dos 8,5% observados nos três trimestres móveis anteriores, patamar muito
próximo ao registrado no mercado formal, como mostram os dados do Caged. Com
isso, o rendimento médio real atingiu R$ 1.939,00 em janeiro, o equivalente a
uma retração interanual de 2,5%.
Esperamos continuidade do enfraquecimento do mercado de
trabalho neste ano, ainda que em menor magnitude que a observada em 2015, como
já sugerido pela desaceleração no ritmo de redução de vagas formais em janeiro.
Dessa forma, projetamos que a taxa de desemprego alcance, em média, 11,8%
(o que corresponderia a uma taxa de 10,2% na PME).
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