O comportamento da coletividade brasileira se assemelha
muito aos casos de indivíduos que sofrem de transtorno bipolar. Afinal, alterna
períodos de bom humor, energia e impulsividade com períodos de depressão e
irritação profundos.
Tocante as pessoas, as causas concentram-se em aspectos
biológicos, hormonais, hereditários e, inclusive, decorrentes do meio ambiente.
Quanto ao comportamento nacional, podemos fazer
analogias. Peculiaridades biológicas podem ser associadas a aspectos e
diferenças étnico-regionais. Desequilíbrio entre neurotransmissores e hormônios
pode ser relacionado às diferenças retóricas de líderes políticos - pródigos em
populismo e ilusionismo – e a reação popular.
Se na doença de fato a hereditariedade é uma suspeita de
causa, no anacrônico comportamento nacional é uma certeza. Nada mais repetitivo
historicamente do que nossas alternadas crises de auto-estima, euforia e
depressão profunda.
O meio ambiente como causa do nosso transtorno coletivo
também é uma certeza. Afinal, o discurso predominante é de que “a culpa de tudo
é sempre dos outros!”’.
Nos fatores de risco, as semelhanças entre indivíduos e a
nação são instigantes. Afinal, não nos faltam históricos familiares (repetição
de fatos na história nacional), estresse intenso e constante, uso e abuso de
drogas (político-ideológicas) e experiências traumáticas.
Enquanto que entre indivíduos os sintomas podem variar,
tocante o amado Brasil os sintomas são bastante repetitivos e comuns. Na fase
depressiva revela desânimo e tristeza, dificuldade de concentração e tomada de
decisões, falta de energia, sentimento de inutilidade e desesperança, e baixa
auto-estima.
Na fase maníaca chama atenção a distração, diminuição da
capacidade de discernimento, descontrole de temperamento, gastos financeiros
excessivos, hiperatividade, falação em excesso, ilusão sobre si mesmo e suas
habilidades (auto-estima alta).
Por que estou escrevendo sobre isto? Considere as reações
relativas aos eventos Copa do Mundo e Olimpíadas, a demagogia dos governantes,
e as respectivas contas a pagar que virão no presente e no futuro. Quer exemplo
melhor?
Como na doença dos indivíduos, a sucessão de episódios
pode resultar em psicose, o que se caracteriza por uma perda de contato com a
realidade.
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