Dica de artigo, Antonio Camelier, exclusivo - Quando o povo adjetiva

O meu vizinho iniciou uma pequena reforma na casa dele e, para tanto, contratou uma pequena equipe de pedreiros.

O mestre-de-obras, um senhor dos seus setenta anos, logo me chamou a atenção pelo vigor físico e liderança sobre seus homens.

Descobri que o nome dele era Antenor, porém era chamado respeitosamente pelos subordinados de “Seo Nhô”, que soava mais como “Sinhô”.

Num intervalo de almoço me aproximei dele, que pitava um cigarro de palha, adquirido sei lá onde.

Iniciei uma conversa, e não demorei para catalogá-lo como um erudito capenga e inculto, mas dotado de uma sabedoria anciã acerca das coisas da natureza e do que fazia para sobreviver.

O bate-papo desbordou para a carestia no país e, não me contendo, perguntei o que ele achava do Lula. A resposta me surpreendeu pela concisão e pelo vocábulo utilizado:

— Ele é um dissabor!

— Como assim? – indaguei.

E “Seo Nhô”, como que surpreso pelo minha ignorância, rematou:

— Lula, o tempo todo, no fim de cada frase, usa a palavra “sabe”! Ou seja: ele “diz sabe” o tempo todo. Então ele é um “dissabor”, mas que não sabe de nada!

Confesso que demorei a entender a explicação, mas logo fiz uma analogia, coerente com o raciocínio do meu simplório interlocutor: se quem promove, é “promotor”; quem “diz-sabe” é “dissabor”.

Realmente, Lula tem o cacoete verbal de repetir “sabe”, não apenas no fim, mas também no começo e no meio de cada frase. E na sua história política, ao contrário, ele nunca “sabe” das mazela cometidas ao seu redor.

Encerrei o diálogo inclinando a cabeça em concordância, com uma frase latina latejando dentro de mim:

“Vox Populi, vox Dei!”

Artigo, José Eduardo Barella, NeoFeed - A "matemágica" no buraco sem fundo da conta de R$ 1 trilhão de juros do setor público

CLIQUE AQUI para ler o artigo integral no blog NeoFeed.

No acumulado do ano, o déficit de R$ 45,4 bilhões do governo federal confirmou o cumprimento da meta prevista pelo arcabouço fiscal. Além disso, contando apenas o mês de dezembro, governo central, estados, municípios e estatais registraram superávit somado de R$ 15,745 bilhões.


As aparentes “boas notícias” – que, na verdade, não são - param por aí.


Pelo critério nominal, que inclui despesas com juros, o setor público consolidado registrou déficit muito maior em 2024, de R$ 997,976 bilhões, o equivalente a 8,45% do PIB, de acordo com o Banco Central. Em 2023, o resultado também havia sido deficitário, em R$ 967,417 bilhões.


Ou seja, o déficit nominal de 2024 - resultado de um déficit primário de R$ 47,553 bilhões e uma conta de juros de R$ 950,423 bilhões – expôs o tamanho real do buraco da economia brasileira.


Por que esse gasto com juros cresceu tanto? Para Roberto Padovani, economista-chefe do Banco BV, a pergunta mostra uma característica fundamental da dinâmica da dívida pública, que é o fato de ela depender de sua própria trajetória.


Segundo ele, como o governo federal, ao assumir em 2023, deu um choque de gastos a partir de uma dívida pública que já vinha elevada e com juros altos, não conseguiu desde então obter receitas na mesma magnitude e teve de se endividar. A situação se agravou em 2024, com mais desequilíbrio fiscal.


“Quando a dívida sobe num contexto global ruim, como o Brasil está vivendo agora, gera incertezas: os fluxos financeiros saem do País e o dólar fica pressionado, o que aumenta a inflação e leva o BC a subir juros, entrando numa espiral negativa”, diz Padovani.


Esse ciclo prossegue com aumento do custo de rolagem da dívida, piorando os juros e a própria dívida. “Tudo isso com o agravante agora de que os juros estão tão elevados que devem inibir o crescimento econômico, reduzindo a capacidade de arrecadação de impostos”, prossegue Padovani.


A espiral negativa fecha o ciclo com a perda de confiança do mercado na trajetória da dívida, elevando ainda mais o custo desse endividamento.


Dica do editor - Saiba como será, hoje, o feriado e as festas de Nossa Senhora dos Navegantes em Porto Alegre

Em quase todas as cidades brasileiras banhadas pelo mar, lagos ou rios, hoje, domingo, é dia de feriado de Nossa Senhora dos Navegantes.

Em Porto Alegre, a procissão de Nossa Senhora dos Navegantes acontece com o tema "150 anos, caminhando com Maria, Mãe da Esperança". A tradição religiosa iniciou com uma missa, às 7h, na Paróquia Nossa Senhora do Rosário, localizada na  rua Vigário José Inácio, 402, Centro Histórico e, logo em seguida, por volta das 8h, os devotos acompanham a imagem da santa pelas avenidas Mauá e Castelo Branco até a antiga Ponte do Guaíba.

O trajeto será de cerca de 10 quilômetros e a expectativa é de que a procissão chegue ao Santuário de Navegantes por volta das 10h, onde haverá uma recepção festiva. No local, haverá missa. Serão rezadas missas ao longo de todo dia: às 9h e às 11h; e à tarde, às 13h, 15h, 17h e 19h. No entardecer acontece a entronização da imagem no Santuário dos Navegantes. A festa é promovida pela Arquidiocese de Porto Alegre com apoio da prefeitura.