Visita do réu condenado Lula da Silva ao RS

O réu condenado Lula da Silva não recuou da agenda de visita aos túmulos de Getúlio e Jango, líderes do PDT, em São Borja, mas fará idsto no terceiro dia da viagem e não mais no primeiro. A Executiva Estadual do PT /RS definiu nesta segunda-feira o roteiro da caravana, que começará a agenda no dia 19 de março, em Bagé, com uma visita ao Campus da UniPampa e encerrarão com um ato em Porto Alegre, no dia 23 de março.

Nos cinco dias em que permanecerá no Estado, o réu condenado Lula da Silva visitará 10 cidades. 

Segunda-feira, 19 de março de 2018

10h30 – Visita ao campus da Unipampa, em Bagé

15h30 – Conversa pública com Pepe Mujica, ex-presidente do Uruguai, em Santana do Livramento

Terça-feira, 20 de março de 2018

15h00 – Reunião com reitores e diretores de Institutos e Universidades Federais na Universidade Federal de Santa Maria

19h00 – Ato da Reforma Urbana na Nova Santa Marta

Quarta-feira, 21 de março de 2018

14h00 – Visita ao Museu de Jango e Getúlio, seguido de atividade pública em frente ao Mausoléu de Getúlio Vargas, em São Borja.

Quinta-feira, 22 de março de 2018

Passagem por São Miguel das Missões e Cruz Alta.

18h00 – Ato da Agricultura Familiar e da Reforma Agrária em Palmeira das Missões

Sexta-feira, 23 de março de 2018

Passagem por Ronda Alta e Passo Fundo.

13h00 – Visita aos cursos de saúde no campi de Passo Fundo da Universidade Federal da Fronteira Sul


19h00 – Ato da Classe Trabalhadora em Porto Alegre

Editorial, Estadão - Lula é um assombro

Editorial, Estadão - Lula é um assombro

Na dura realidade do mundo, a única coisa que Lula está conseguindo encarnar é a figura de um político que se transformou em uma caricatura grotesca de si mesmo

Enquanto alguns petistas, demonstrando certo bom senso, já consideram Lula da Silva apenas um retrato na parede e se movimentam para a previsível luta pela sobrevivência política nesse novo cenário sem seu campeão de votos, o demiurgo de Garanhuns continua em campanha como se realmente pudesse se candidatar à Presidência, apesar de ser um corrupto condenado em duas instâncias. Mais do que isso: o ex-presidente está bastante empenhado na quase impossível tarefa de superar-se a si mesmo, ele que já se considera o maior brasileiro da história.

Lula não parece contente em ser apenas um novo messias, com quem já se comparou diversas vezes – a última foi depois da confirmação, em segunda instância, da condenação por corrupção, quando declarou que Cristo foi punido porque “vinha fazer uma coisa boa”, assim como ele. Os fiéis da seita lulopetista pegaram o embalo e chegaram a retratar Lula como Cristo numa cruz, dizendo que ambos foram “condenados sem prova”.

Ele também não parece satisfeito em somente perfilar-se com grandes heróis da história nacional, como Tiradentes. O alferes, por exemplo, serviu para ilustrar o raciocínio de Lula segundo o qual nem sua morte seria capaz de fazer cessar sua labuta como “um despertador de consciências”. Em discurso, Lula afirmou que Tiradentes foi enforcado e esquartejado “para que ninguém nunca mais ousasse gritar pela independência”. Mas “a mesma elite” que matou Tiradentes, explicou Lula, usou o condenado mais tarde como “referência heroica” para “garantir o apoio à Proclamação da República”.

Ao ex-presidente também não basta mais ser Nelson Mandela. O exemplo do líder sul-africano serviu-lhe apenas como referência para a possibilidade de sua volta triunfal depois que passar sua temporada na cadeia: “Prenderam o Mandela, ele ficou preso por 27 anos, nem por isso a luta diminuiu. Ele voltou e foi eleito presidente”. Assim como no caso de Mandela, disse Lula, a prisão não impedirá que sua mensagem se espalhe. “Podem prender o Lula, mas as ideias já estão na cabeça dos brasileiros”, disse o ex-presidente, referindo-se a si mesmo em terceira pessoa, como se o personagem inventado pelo ex-metalúrgico tivesse vida própria.

Mais: Lula considera que não é mais uma pessoa, mas uma inspiração. “Eles não podem prender o sonho de liberdade, a esperança, e o Lula é apenas um homem de carne e osso”, discursou o ex-presidente em outra oportunidade. E na quarta-feira passada, Lula assumiu de vez essa pretensão estapafúrdia. “O problema não é o Lula, são os milhões de Lulas”, bradou, para em seguida atingir um patamar desconhecido de megalomania. “Eles estão lidando com um ser humano diferente. Porque eu não sou eu. Eu sou a encarnação de um pedacinho de célula de cada um de vocês”, declarou a seus adoradores, misturando política com citologia.

Ao se considerar biologicamente integrado aos petistas e aos pobres, Lula explicita, de maneira mais clara que a habitual, sua visão divina do exercício do poder. Ao eliminar totalmente a distância que o separa de seus eleitores, Lula quer dizer que, uma vez eleito, estarão dispensadas todas as formas institucionais de mediação previstas numa democracia. Não haverá mais diferença entre governante e governados, e toda a ordem que emanar desse líder será, por princípio, uma determinação do próprio povo – a cujos integrantes é dispensado pensar por si mesmos, já que esse fardo é daquele que encarna, nas palavras de Lula, todas as células do povo. A próxima etapa será dizer que seu poder emana dos céus.


Se o líder é, em si mesmo, o próprio corpo do povo, torna-se impossível contrariá-lo – muito menos prendê-lo. Bem, pelo menos é nisso que Lula, se se sentisse humano, gostaria que o Brasil acreditasse. Mas, na dura realidade do mundo, a única coisa que Lula está conseguindo encarnar é a figura de um político que se transformou em uma caricatura grotesca de si mesmo. Diante disso, fica fácil entender por que, embora façam campanha em defesa de Lula, vários petistas, na prática, já o tratam como uma sombra do passado.

Artigo, Carlos Alberto di Franco, Estadção - Jornalismo, um balanço

 Perdemos a capacidade de sonhar e a coragem de investir em pautas criativas. É hora mudar

Muitos leitores, aturdidos com a extensão do lodaçal que se vislumbra nos escândalos reiteradamente denunciados pela imprensa, cobram um balanço do desempenho técnico e ético do jornalismo. Todos são capazes de intuir que a informação tem sido a pedra de toque do processo de moralização dos nossos costumes políticos. Alguns consideram que a imprensa estaria extrapolando seu papel e assumindo funções reservadas à polícia e ao Poder Judiciário. Outros, ao contrário, preocupados com lamentáveis precedentes de impunidade, gostariam de ver repórteres transformados em juízes ou travestidos de policiais.

Um balanço sereno, no entanto, indica um saldo favorável ao empenho investigativo dos meios de comunicação. O despertar da consciência da urgente necessidade de uma revisão profunda da legislação brasileira, responsável maior pelo clima de estelionato e banditismo nos negócios públicos, representa um serviço inestimável prestado pelo jornalismo deste país. A imprensa não tem ficado no simples registro dos delitos. De fato, vai às raízes dos problemas. Daí as consistentes denúncias contra figurões da política, o desnudamento dos esquemas de corrupção, que, felizmente, já começa a se traduzir em algumas condenações importantes.

A Polícia Federal, o Ministério Público e o Poder Judiciário estão escrevendo um belo capítulo da nossa História. E os jornais cumpriram o seu papel. Rasgaram a embalagem marqueteira e mostraram o produto real. Lula, Dilma, Sérgio Cabral, Eduardo Cunha e numerosos outros políticos, despidos das lantejoulas dos publicitários da mentira, deixaram uma imagem lamentável. Sem os jornais não teríamos chegado ao divisor de águas.

O mensalão, que Lula pateticamente insistiu em dizer que não existiu, explodiu no novo e gigantesco assalto planejado pela máfia que tomou conta do País: o petrolão. Alguém imagina que o saldo extraordinário da Operação Lava Jato teria sido possível sem uma imprensa independente? Os envolvidos no maior escândalo de corrupção da nossa História podem fazer cínicas declarações de inocência, desmentidas por um conjunto sólido de provas. Mas a verdade grita na consciência da cidadania.

Sem jornais a democracia não funciona. O jornalismo não é antinada. Mas também não é neutro. É um espaço de contraponto. Seu compromisso não está vinculado aos ventos passageiros da política e dos partidarismos. Sua agenda é, ou deveria ser, determinada por valores perenes: liberdade, dignidade humana, respeito às minorias, promoção da livre-iniciativa, abertura ao contraditório. O jornalismo sustenta a democracia não com engajamentos espúrios, mas com a força informativa da reportagem e com o farol de uma opinião firme, mas equilibrada e magnânima. A reportagem é, sem dúvida, o coração da mídia.

As redes sociais e o jornalismo cidadão têm contribuído de forma singular para o processo comunicativo e propiciado novas formas de participação, de construção da esfera pública, de mobilização do cidadão. Suscitam debates, provocam polêmicas – algumas com forte radicalização– e exercem pressão. Mas as notícias que realmente importam, isto é, as que são capazes de alterar os rumos de um país, são fruto não de boatos ou de meias-verdades disseminadas de forma irresponsável ou ingênua, mas resultam de um trabalho investigativo feito dentro de rígidos padrões de qualidade, algo que está na essência dos bons jornais.

Grande é a nossa responsabilidade. A exposição da chaga, embora desagradável, é sempre um dever ético. Não se constrói um país num pântano. Impõe-se o empenho de drenagem moral. E só um jornalismo de buldogues, comprometido com a verdade, evitará que tudo acabe num esgar. Sabemos, todos, que há muito espaço vazio nas prisões de colarinho-branco. É preciso avançar, e muito, no trabalho investigativo. Os meios de comunicação existem para incomodar. Um jornalismo cor-de-rosa é socialmente irrelevante. A imprensa, sem prejuízo do permanente esforço de isenção, deve mostrar disposição para liderar. A mídia, festejada pela unanimidade nacional, necessita fazer um balanço honesto, precisa ter a coragem de promover a sua CPI interna. Alguns desvios éticos rondam as nossas coberturas: a frivolização da notícia, o vírus do engajamento e o descompromisso com a exatidão.

De um tempo para cá, setores da grande imprensa manifestam preocupante ambiguidade ética. O que é sensacionalismo barato numa publicação popular é informação de comportamento nas respeitáveis páginas de alguns veículos da chamada grande imprensa. O que interessa não é a informação. O que importa é chocar. Ao tentar disputar espaço com o mundo do entretenimento, setores da imprensa estão entrando num perigoso processo de autofagia. Esquecem que a frivolidade não é a melhor companheira para a viagem da qualidade. Pode atrair num primeiro momento, mas, depois, não duvidemos, termina sofrendo arranhões irreparáveis no seu prestígio.

Perdemos a capacidade de sonhar e a coragem de investir em pautas criativas. É hora de proceder às oportunas retificações de rumo. Há espaço, e muito, para o jornalismo de qualidade. Basta cuidar do conteúdo.

Na outra ponta do problema estão as frequentes recaídas no anacronismo do engajamento informativo. A batalha da isenção enfrenta a sabotagem da manipulação, da preguiça profissional e da incompetência arrogante. A apuração de faz de conta é uma das maiores agressões à imprensa de qualidade. Matérias previamente decididas em guetos engajados buscam a cumplicidade da imparcialidade aparente. A decisão de ouvir o outro lado não se apoia na busca da verdade, mas num artifício para transmitir um simulacro de imparcialidade.

O Brasil depende, e muito, da qualidade técnica e ética da sua imprensa. A opinião pública espera que a mídia continue cumprindo a sua missão.


*Jornalista. e-mail: difranco@ise.org.br

Artigo, Luís Milman - A ideologia da destruição

Artigo, Luís Milman - A ideologia da destruição
As catástrofes políticas, sociais e econômicas que caracterizam todos os regimes comunistas estão delineadas nos escritos de Marx. Porém, o marxismo não é uma doutrina insepulta, mas uma forma de religião ativa pagã, que provoca um pandemônio cognitivo, inviabiliza o senso crítico e devasta os padrões morais do sujeito que adere a ele. Para Marx, a força das ideias era puramente destrutiva e seus efeitos deveriam ser sentidos em todos os aspectos da vida: destruir a economia de trocas livres, devastar a noção de indivíduo, destroçar as formas de organização política e social burgueses, pulverizar os costumes e a religião. Tudo está ao alcance do mainstream ideológico marxista, que o crente no materialismo dialético passa a professar depois de ter se convertido a esta confissão. Os regimes marxistas ruíram na Europa depois de quase um século de opressão e miséria. A vertente católica comunista da Teologia da Libertação impregnou, no entanto, a Igreja da América Latina e penetrou na política partidária do continente, com a ajuda da Universidade e de intelectuais devotados à causa, como os seguidores dos frankfurtianos, dos pós-modernistas e dos desconstrucionistas. E essa vertente culturalista foi bem sucedida. No plano teológico, a caridade, a filantropia e a salvação da alma deram lugar ao apoio à luta armada no campo e à luta de classes. Já a percepção dominante no mundo ocidental tornou-se relativista e permissiva. Padrões estéticos foram redefinidos para dar abrigo à vulgaridade e à banalidade alegadamente de extração popular da arte pop e da indústria do entretenimento, cuja referência é a destruição de valores milenares. A cultura no sentido estrito deu lugar, por um lado, ao lixo esquerdista presunçoso produzido por intelectuais orgânicos nas cátedras acadêmicas de humanidades e, por outro, ao vale-tudo que, em nome da mitificação do gosto das massas, circula nos meios de comunicação. A criminalidade, a depravação e a toxicodependência tornaram-se fetiches na música e nas artes cênicas. A publicidade comercial e a propaganda política fazem descer a inteligência do público ao nível do retardo patológico. É difícil aceitar que uma criança normal possa aceitar ser exposta à indecência e à idiotia da programação diária de TV. Mas o problema é que isto ocorre em larga escala. A família, que já havia sido alvo dos ataques de Marx, foi transformada em vilã num enredo que apregoa a sua substituição pela promiscuidade. Anarquistas como Foucault, marxistas como Marcuse e hedonistas como Lacan transmutaram a sexualidade em exercício de taras,das quais de destaca a ideologia de gênero, em nome de uma liberação urfeminina e da luta contra a dominação do macho. A sexualidade foi despida do encanto, do pudor e do recato, passando a ser praticada como parte essencial da luta politica contra a opressão que está, segundo a ideologia destrutiva, em todo lugar. O resultado disto tudo, no Ocidente pós 2ª Guerra, foi o surgimento de uma mentalidade emasculada em todos os setores da vida, delineada pela hipertrofia de comportamentos bizarros e extravagantes e pelo apelo a super-direitos abstratos. Por outro lado, nada do que se alicerça nos valores judaico-cristãos pode dar, nessa perspectiva, origem ao belo ou ao justo. Tudo que provêm da tradição deve ser destruído. A naturalidade com que se reproduzem, na mídia e na escola, clichês infanto-juvenis sobre opressão, igualdade e diversidade infesta a concepção contemporânea de mundo com um cavalar complexo de culpabilização do ego, alimenta constantes dissonâncias cognitivas e faz com que mesmo a forma mais inocente de se expressar seja alvo de autopoliciamento. Nessa perspectiva, na história do Ocidente nunca tantos foram vítimas de exclusão, opressão, preconceito e ódio como são os gays, os muçulmanos, os negros, os índios ou os latinos de hoje. A ideia é organizar politicamente indivíduos negros pela cor ou latinos pela procedência, muçulmanos pelo ressentimento e gays pelos seus hábitos na cama. E depois mobilizá-los para a luta destrutiva. A vitimização tornou-se norma de conduta e os neologismos formados com a palavra "fobia" injetam, na vida social, o sintagma de combate de estudantes profissionais e hordas sectárias e de seus modelos, os psicóticos nihilistas.