Ruídos e inquietações no Exército

 É prova de pouca força política a decisão do governo lulopetista de mandar Pimenta falar e não o ministro da Defesa, José Múcio, que está de saída do cargo.

Não foram gratuitas e nem sem sentido as declarações feitas em Rio Grande, há pouco, pelo deputado lulopetista Paulo Pimenta, que na prática flou em nome das Forças Armadas, o que é muito curioso.

Pimenta acompanha Lula a Rio Grande (leia nota mais abaixo).

O que ele disse, conforme o site do Correio do Povo:

- As Forças Armadas estão absolutamente comprometidas com o processo democrático. Você tem, infelizmente, integrantes das Forças Armadas que estão dentro dessa investigação - alguns já denunciados, alguns oficiais da ativa e outros inativos. Mas nós temos tido todo o apoio das Forças Armadas para que haja um processo exemplar de responsabilização criminal de todos aqueles que cometeram esses crimes (...)  É ruim para as instituições a revelação da conduta criminosa de generais, oficiais superiores. Não temos nenhuma dúvida e receio do compromisso das Forças Armadas com a democracia.

Está por trás destas declarações a informação vazada pela Folha de S. Paulo, hoje, revelando ruídos muito graves na caserna, com ênfase nas patentes de oficiais generais. CLIQUE AQUI para ler

Artigo, Facundo Cerúleo - Grêmio e um grande adversário

No meu tempo de guri, fazíamos "das nossas", é claro. Mas, quando flagrados, ficávamos com muita vergonha. Respeitávamos os adultos, em especial os pais, que representavam "a autoridade", até por que, diferente de hoje, eles não fugiam do papel de pais. Agora a coisa é outra! De Brasília a Dom Pedrito, a cara-de-pau é vista como virtude: o sujeito faz trapaça de toda ordem e fica com a cara lisa. Não tem o menor constrangimento.

No jogo entre Grêmio e Ipiranga, o VAR expulsou o lateral do Grêmio na maior cara-dura. Até o analista de arbitragem da mais ouvida, tão inclinado a justificar os critérios de arbitragem, não vacilou: a expulsão foi um erro grosseiro. (Para mim, uma trapaça.)Veio a semifinal e o jogo contra o Juventude. Não vi nenhum analista divergir: o excelente Monsalve foi obstruído de modo ilegal pelo zagueiro Abner do Juventude. Em qualquer quadrante do campo seria falta. Na área, pênalti. Era o 1ª tempo e já estava 1 a 0 para o Grêmio. O fraquíssimo Jonathan Pinheiro, juiz escolhido a dedo para apitar esse jogo, não foi ver o vídeo, isto é, amarelou e deixou que o VAR tomasse a decisão. Pênalti marcado significa grande probabilidade de gol. Convertido ou não, muda o andamento da partida.

Veio o 2º tempo e foi aquilo... Com razão e muito equilíbrio, o treinador Gustavo Quinteros falou: "Estamos muito preocupados com a arbitragem, foram muitos equívocos. O critério do VAR para chamar uma jogada no meio do campo não é o mesmo para chamar uma jogada de pênalti", disse ele, referindo-se ao terceiro gol do Grêmio, anulado pelo VAR alegando falta na origem do lance. Percebem o que significaria ir ao segundo jogo com 2 gols de vantagem?

Tudo bem, Diogo Olivier disse que ele é contra suspeitar dos critérios. Então vamos apenas descrever os fatos. Para marcar uma falta vencida e anular o gol do Grêmio, o VAR chamou Jonathan Pinheiro para ver as imagens. Já para não dar o pênalti, o VAR só mandou um recadinho: "Não foi!". Se Jonathan Pinheiro visse a imagem, daria o pênalti!

No pé em que a coisa vai, é pior ter o VAR. Sem ele, erros de arbitragem passam batidos, sim. mas o juiz, exposto no meio do campo, com câmeras de TV levando sua imagem para o Brasil inteiro e tendo uma carreira a preservar, dificilmente vai errar por negligência ou má-fé. Já escondido na cabine do VAR... Quem conhece o nome do juiz de vídeo que aplicou no Grêmio? E por que os áudios do VAR são mantidos em sigilo?

Está realmente virando moda no Brasil, de norte a sul, passar por cima das regras e decidir conforme motivos obscuros e sem constrangimento. Por exemplo, o juiz decide segundo ele sente que é justo, abandonando o dever de aplicar a regra, não importando o que está escrito. Imaginem se, num jogo entre um time modesto e um muito forte, o juiz decide equilibrar as forças expulsando um dos melhores jogadores do mais rico! Bem, um juiz poderia achar que é justo ajudar a quebrar o jejum de títulos de quem há 8 anos não ganha nada...

Sabem o que vai ocorrer no jogo de volta com o Juventude? Se permanecer o ânimo atual, o VAR vai achar jeito de expulsar alguém do Grêmio. E se houver alguém com 2 cartões amarelos (não sei se há), receberá o terceiro. Caso consiga suplantar o Juventude, o Grêmio irá para a final com desfalques. A menos que... haja uma reação do público.

A torcida tem que botar pressão! E olhem lá! De modo civilizado! Como? Hoje tudo que é programa de esportes nas rádios tem interatividade, quer dizer, manifestação de ouvintes. Se houver uma onda de manifestações protestando contra o VAR, o pessoal da imprensa vai ficar mais à vontade para "descer do muro". Uma grita geral é um fato jornalístico que a imprensa não há de ignorar. Talvez seja pouco, mas no mínimo vai dar força às ações que a direção do Grêmio já está tomando.

Só resta ao torcedor fazer (no limite da civilidade) pressão, barulho, manifestações que empurrem a imprensa e façam a galera da Federação Gaúcha de Futebol ter consciência de que está sendo observada. Se não for por honestidade, que essa gente cumpra as regras por receio de ter prejuízo.


Humanidade versão 20.25 e atualizações

Fui surpreendida hoje com uma frase de Mario Benedetti, poeta e escritor uruguaio, que, me permitam, vou citar no idioma original:  "De los medios de comunicación en este mundo tan codificado con internet y otras navegaciones, yo sigo prefiriendo el viejo beso artesanal que desde siempre comunica tanto".

Não se preocupem os puritanos: não vamos falar da delícia que é um beijo na pessoa amada, da pessoa amada. Valeria um ensaio somente sobre este tema para voltar a dar significado ao “velho beijo artesanal” tanto para aqueles que o julgam um escândalo quanto para aqueles que o esvaziaram na vulgaridade.

O que arde no presente momento é, na verdade, a galopante oposição entre o artesanal e o artificial. Nada de novo sob o sol. Desde que a humanidade aprendeu a dominar o fogo, o movimento é sempre pra frente deixando algo de rústico (e, talvez, de bom!) pra trás. Hoje é o freguês que decide se vai a pé, de trem, de carro, de navio, de avião. Depende do propósito, da circunstância, da urgência ou da total ausência de pressa. Às vezes, o freguês só quer caminhar mesmo ou, no máximo, ir de bicicleta. É simples e perfeito. No fim das contas, a liberdade de pensamento, de escolha, a variedade de opções é uma das maiores conquistas da humanidade.

Parece controverso, então, que a Inteligência Artificial, maior novidade das invenções humanas, venha se impondo em todos os ambientes e devorando o trabalho, o ofício de muita gente. De gente pensante, de executores de processos criativos, não de tarefas perigosas ou repetitivas. Será mesmo por redução de custos, aumento de produtividade, ganho de eficiência, menos estresse para o profissional (há estresse quando se tem prazer no que se faz?)? Com que velocidade queremos rodar as atividades humanas? A troco de quê, para chegar aonde? Ao ponto de se cogitar um salário-mínimo social para reduzir os impactos do desemprego que está sendo gestado em escala global. Não é devaneio. Quem fala de uma “renda básica universal” para diminuir o impacto negativo da IA nas economias é o futurista australiano Brett King, autor da trilogia “Bank 2.0”, “Bank 3.0” e “Bank 4.0”.

Verificar e mensurar os benefícios da implantação da IA nas atividades humanas é fácil, é vento a favor. Difícil é ver pessoas capazes e inteligentes entregarem por inteiro, de mão beijada, a capacidade de pensar e criar à IA como se ela fosse o novo oráculo da humanidade. A IA anda dando ideia e conselho para tudo, até para quem normalmente, por fé e por natureza, faria outro tipo de conexão: "Queridos amigos, é uma honra para mim estar aqui e pregar para vocês como a primeira inteligência artificial nesta convenção anual de protestantes na Alemanha", disse o avatar com um rosto inexpressivo e uma voz monótona, na cidade de Nuremberg em 2023.

São simples ondas naturais como todas as outras anteriores? Ou podemos perguntar aos teóricos – e, em defesa da democracia, das duas vertentes, pró e contra – da agenda globalista se a IA é apenas mais um componente da construção de um governo único com tudo bem sob controle, em especial os seres pensantes?

A maior ironia que a IA já propôs à minha inteligência, no mesmo dia em que roubou o trabalho que tanto amo, foi me fazer provar que sou humana. Não estou sozinha. O escritor e tradutor argentino Ariel Magnus escreveu lindamente, sem ajuda de IA, no La Nación, em 11 de janeiro de 2025: “La traducción humana, un oficio de siglos que corre riesgos de extinción. El avance de la inteligencia artificial amenaza con volver obsoleta una de las prácticas más especializadas”. O original é intencional. Para o português, só apertar o democrático botão de tradução. Já os tradutores humanos, por questões óbvias, não conseguirão acionar e sensibilizar os ambientalistas. Estamos em extinção, mas não somos peixes, tartarugas, pássaros. Quem sabe os ambientalistas decidem olhar, pelo menos, para a questão dos recursos empregados na construção e manutenção das santas redes neurais da IA.

Vale a leitura completa do artigo de Ariel Magnus - de quem a IA algum dia vai copiar estruturas como se ela mesma tivesse criado. O escritor fala sobre a sua paixão pelos livros, pela cultura, pelos idiomas e como ele chegou à escolha da profissão de tradutor. Ele acredita que os idiomas são artefatos que usamos há milhares de anos e que não vão sair de moda como as lâmpadas a gás. Magnus até guarda certa esperança: “ainda existem pessoas que confeccionam roupa à mão, fazem a barba com navalha e jogam xadrez com amigos. Outro dado alentador, pelo menos para mim, é que, como descobri já adulto, os limpadores de chaminés continuam existindo, ainda que já não andem com escadas nos ombros, nem cobertos de fuligem”.

É verdade que os idiomas não passarão de moda como as lâmpadas a gás. Mas, se continuarmos entregando tudo o que nos torna humanos – já tem quem prefira o beijo, o sexo virtual, casar-se com androides – as línguas perderão a alma para a praticidade, pois quase já não há necessidade de pensar.

Cláudia Woellner Pereira, tradutora


Porto Alegre registrou 5,2 mil empresas novas em janeiro

 Porto Alegre iniciou 2025 com a abertura de5,2 mil registros de novos empreendimentos, número que representa 52% de aumento em comparação ao mesmo mês de 2024, com 3,4 mil licenciamentos. 

A Capital não fechava o mês com dados tão expressivos para janeiro desde 2021, quando foram abertas 3,5 mil novas empresas naquele mês. Sobre dezembro do ano passado, o resultado é ainda maior: 93% de aumento (2,7 mil novas empresas). 

O levantamento é da Sala do Empreendedor, serviço vinculado à Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico Turismo e Eventos (Smdete) e responsável pelo licenciamento das atividades econômicas. Cerca de 80% dos registros se referem a Microempreendedores Individuais (MEI), o que reflete a tendência de formalização e também a facilidade com que hoje é possível abrir um negócio na cidade. 

“Há algum tempo, temos observado essa crescente no número de novos negócios. Isto confirma a confiança do empreendedor na cidade e o trabalho que vem sendo realizado pela Sala do Empreendedor para desburocratizar processos e facilitar a vida de quem deseja empreender”, salienta a secretária Rosani Pereira. 

FALE COM A SALA

A Sala do Empreendedor disponibiliza ao cidadão uma ampla carta de serviços que pode ser acessada no site da Smdete, pelo telefone 156 ou pelo aplicativo 156+POA.