Entrevista, Mateus Klein, advogado, RS - Saiba por que voltam em massa os investimentos diretos estrangeiros

ENTREVISTA
Mateus Klein, advogado, Escritório MF Advogados.

O que faz com que investidores externos voltem a enxergar o Brasil como boa oportunidade de ganhar dinheiro ?
Os juros baixos fixados pelo Banco Central (Bacen) somado aos novos marcos regulatórios que trazem segurança jurídica abriu grande espaço para investidores externos que estão vendo no Brasil a oportunidade de realizar maior rentabilidade.

É coisa para grandes fundos internacionais.
Não apenas, mas também os fundos de investimento em participações (FIP), conhecidos como fundos private equity, com ênfase para aqueles focados em investimentos privados em empresas de capital fechado, dispostos a financiar a expansão das mesmas.

É gente que tem dinheiro ?
Nesse segmento, um fundo abaixo de R$ 1 bilhão é considerado modesto. Muitos desses fundos menores estão vendo o Brasil como oportunidade de rentabilidade estruturada e não especulativa

Em que áreas eles enxergam melhores oportunidades ?
Tecnologia, agronegócio, infraestrutura, telecomunicação e, principalmente, saneamento são alguns dos setores que têm atraído tais investidores, particularmente a área do saneamento, após a sanção da nova legislação, proporcionará grandes oportunidades de receber investimentos externos.

Por que razão a área de saneamento ?
É que na primeira quinzena de julho, o presidente da República, Jair Bolsonaro, sancionou o novo Marco Legal do Saneamento Básico. O principal objetivo da legislação é universalizar e qualificar a prestação dos serviços no setor. A meta do Governo Federal é alcançar a universalização até 2033, garantindo que 99% da população brasileira tenha acesso à água potável e 90% ao tratamento e a coleta de esgoto.

O marco abriu de que forma a área de saneamento ?
A nova lei extingue os chamados contratos de programa, firmados, sem licitação, entre municípios e empresas estaduais de saneamento. Esses acordos, atualmente, são firmados com regras de prestação de tarifação, mas sem concorrência. Com o novo marco legal, abre-se espaço para os contratos de concessão e torna obrigatória a abertura de licitação, podendo, então, concorrer à vaga prestadores de serviço públicos e privados.