A defesa do indefensável
Estou acostumado a sofrer ataques de representantes e
seguidores da esquerda. Afinal de contas, durante muito tempo essas pessoas que
hoje atacam foram tidas como autoridades que não poderiam ser confrontadas.
Agora que a população brasileira conseguiu identificar que o discurso político
dos eleitos pela esquerda é uma grande falácia, a agressividade passou a ser a
única ferramenta capaz de convencer a militância de partidos como PT e PSOL a
seguirem com narrativas pouco críveis como a de que houve um golpe no Brasil
para que houvesse o impeachment de Dilma Rousseff.
O texto prossegue sugerindo que todos os que foram às
ruas seriam simples “patrocinados” por quem tem interesses partidários ou até
econômicos, pois seria impossível o povo estar insatisfeito com os governantes
supostamente maravilhosos que guiavam o Brasil para o primeiro mundo. Será
mesmo? É claro que não. Milhões de pessoas foram às ruas para expressar
espontaneamente a sua insatisfação com o altíssimo desemprego, com o
descontrole da inflação, com a identificação dos políticos dos mais altos
cargos com líderes populistas, ditadores de nações símbolo do atraso, com os
escândalos de corrupção, com a mentira contada nas eleições presidenciais.
Tudo isso, claro, é omitido por quem faz uma defesa sem
argumentos sólidos, por quem não consegue aceitar o fato de que o castelo de
areia que estava sendo construído, desmoronou. A prova disso é o pleito de
2016, já pós-impeachment, que tirou o PT da liderança na soma total de votos
para rebaixá-lo para a oitava e última colocação dentre os maiores partidos do
país nas eleições municipais.
Isso não diz nada? Já passou da hora de esquerdistas
deixarem sonhos adolescentes de lado, de pararem de colocar a culpa do mundo
somente onde há capitalismo. O discurso politicamente correto – abandonado
apenas na hora de atacar opositores políticos – está sendo questionado pelo
mundo afora e a esquerda continua agindo da mesma maneira, como se ainda
estivesse na crista da onda.
Se tiverem dúvidas sobre quais países devemos ter como
modelo, basta consultar o índice de liberdade econômica da Heritage Foundation,
que coloca o Brasil na vergonhosa 122ª colocação. O índice faz uma comparação
que leva em consideração aspectos como aplicação da lei, atuação do governo,
qualidade de serviços públicos, e vários outros pontos importantes para a
qualidade de vida do cidadão. Na América Latina, o Chile é o país que melhor
figura no ranking, enquanto Venezuela e Argentina, parceiros tão bem quistos
pelos governos petistas, ocupam as posições 169 e 176, respectivamente – aqui
vale lembrar que o ranking é feito com 178 países, e Cuba e Coréia do Norte
ocupam as duas últimas colocações.
A política deve ser feita com acompanhamento diário dos
fatos, sem paixões irracionais, com participação e proposições realistas.
Mentiras, nesta época em que a informação corre sem qualquer controle via
internet, podem enganar alguns poucos, mas tendem a ser desmascaradas e terem
efeito inverso ao pretendido pelo mentiroso.
MARCEL VAN HATTEM – Cientista Político e Deputado
Estadual