PSD faz convenção, apoia Sartori e indica Cairoli para vice no RS


   PSD faz convenção, apoia Sartori e indica Cairoli para vice no RS

    Na tarde deste domingo (29), o PSD-RS definiu as coligações a nível federal e estadual para a eleição de 2018 e a nominata com os 17 candidatos a deputado federal e 20 a deputado estadual.
    Durante o evento, no Ritter Hotel, foi anunciado que o Partido irá compor a chapa majoritária para o governo do Estado com o MDB e o PSB, com os candidatos Beto Albuquerque ao Senado Federal e José Paulo Cairoli como vice-governador do Estado. A coligação será formada com PSC, PRP, PMN e PTC para os candidatos a deputado federal, e com PR, Patriota e DC para estadual.
    O presidente do PSD-RS, senador Lasier Martins, abriu a convenção ressaltando que o Partido está iniciando uma jornada árdua para regenerar a política brasileira. “A classe política está em descrédito com a população. Nossa missão é promover mudanças, trabalhando em favor da sociedade.”
    O vice-governador José Paulo Cairoli reafirmou a importância da participação política para não terceirizar os pleitos e destacou que, com a possibilidade de reeleição, os planos de modernização do Estado seguirão avançando. “Quero, junto com o Sartori, ter a oportunidade de fazer o que tem que ser feito de forma mais rápida, para modernizar Estado.”
    O governador José Ivo Sartori, que também esteve na convenção, ressaltou a leadade do PSD durante os quatro anos de sua gestão. “Um valor do qual não abro mão: lealdade! Não a mim, mas ao projeto que está em andamento. Foi isso que nos manteve unidos e sintonizados.”
    O candidato ao senado pelo PSB, Beto Albuquerque, esteve presente na convenção para prestigiar o evento.
    Também participaram da convenção o presidente licenciado do PSD-RS, Humberto José Chitto, o deputado estadual João Reinelli, o vereador de Porto Alegre Tarciso Flecha Negra, a 1ª Tesoureira do partido, Rosângela Negrini, o prefeito de Três Coroas, Orlando Teixeira, o presidente do MDB-RS, deputado federal Alceu Moreira, o deputado estadual e presidente do PSB José Stédile, o chefe de gabinete do governador Sartori, Idenir Cecchin, e o secretário-adjunto da Casa Civil, João Carlos Mocellin.
     
    NOMINATA DE CANDIDATOS A DEPUTADO:
     
    Estaduais
     
    Alfredo Crossetti Simon
    Aline Becker de Aguiar
    Anthony Andreolla
    Clair de Lima Girardi
    Cláudia Vieira de Araújo
    Dimas Souza da Costa
    Everton Izidoro Pogozelski
    Eduardo da Silva Bueno
    João Luis Grando
    João Otávio Reinelli
    José Carlos Carles de Souza
    Juliano Franczak
    Julio Copstein Galperim
    Jussara Maria Santos Nascimento
    Luciano Leon
    Marciel Fauri Bergmann
    Marion Mortari
    Nilza Salles
    Sandra Turcatto Piccolo
    Susete Borba Pereira
     
    Federais
    Alberto Amaral Alfaro
    Alexandre Appel da Silva
    Alexssandro Barbosa
    Antônio Roque Feldmann
    Dieisson Calvano
    Danrlei de Deus Hinterholz
    Ivanis Sanhudo
    Ivana Colvará de Paula
    José Eduardo da Silva Freitas
    José Fernando Tarrago
    Lenise Cantarutti
    Marcelo Francisco Chiodo
    Mônica Agazzi
    Paulo Vicente Caleffi
    Pedro Silvestre Perkoski
    Rejane Webster de Carvalho
    Vera Ferreira

Artigo, Luís Milman - A hegemonia confesssionalista ou o totalitarismo cultural


Artigo, Luís Milman - A hegemonia confesssionalista ou o totalitarismo cultural

Dos anos 60 para cá, a mentalidade confessional-esquerdista no Brasil só se faz consolidar. Essa mentalidade toma o pensamento de Marx, Lênin e Trotski como dogmático, infalível, sendo a especificidade destes autores e líderes atribuída ao tempo em que viveram e aos problemas com que tiveram de lidar, mas de modo algum compromete o cerne mesmo de perfectibilidade da obra de cada um e de todos conjuntamente.
Uma das consequências destacadas deste confessionalismo, ainda que indireta, é a formação de um quase-consenso na média cultura sobre a idiotia do pensamento de direita, seja ele conservador ou liberal. Na mesma medida em que vem se propagando pelos meios cultural e político, o confessionalismo esquerdista faz crer que as alternativas a ele são meramente reacionárias, ou - o que é pior- mesmo rotuladas de semifascistas; e, por isso, não devem sequer ser estudadas ou debatidas, pelo seu primitivismo.
A mentalidade confessional-esquerdista conseguiu injetar, desde o meio escolar até o meio culto, a noção segundo a qual estar ao lado da direita é defender posições autoritárias, torpes, desgraçadas, como a defesa da ditadura militar, a desigualdade social, a exploração dos pobres, a discriminação dos negros, a manutenção de posições de poder econômico e político, a homofobia e a destruiição do ambiente, para ficar nisso. Logo, não pode existir, nesta geografia mental degradada, um pensamento sofisticado e antagônico, sequer crítico, ao pensamento de esquerda. Reza a pregação que somente este deve ser discutido, estudado e praticado.
A difusão da linha justa da esquerda inicia-se nas escolas, por meio de professores de história e ciências sociais e se esparrama pela mídia tradicional, sendo raríssimos os casos em que se oferece, a estudantes universitários e leitores, informação básica sobre pensadores não-marxistas, todos eles taxados de irrelevantes, menores ou indecorosos.
O resultado deste fenômeno é a colonização das consciências por um raso esquematismo maniqueísta, controlado e apregoado por um vasto baixo claro marxista, que se identifica com o ativismo de um Sartre ou de um Foucault, e se distancia da postura menos apologética e mais metafísica de um Alexandre Kojéve, tendo sido os três, aliás, contemporâneos e franceses.
Essa apropriação confessional, a todo momento e de todas as formas, reproduzida nos meios de comunicação e na Universidade, ora como texto, mas sempre como subtexto de uma apreensão totalitária da política, da educação, da história, da arte e da moral. Você deve cultuar Marx, Lênin e Trotski, admirar Rosa de Luxemburgo, Luckás, Gramsci e Sartre. Foucault e Althusser são inexcedíveis. Adorno, Marcuse e Habermas, incontestavelmente profundos. Dworkin, imprescindível. Chomsky é inigualável, mesmo não sendo marxista, porque, afinal, é um prolífico charlatão anarquista anti-americano.

Ernesto Laclau é o mais novo intérprete da teoria marxiana aplicada à realidade latinoamericana, com seu conceito revolucionário de populismo, que o chavismo e kirchernerismo veneram na Venezuela e na Argentina. Até mesmo Tarso Genro, Frei Beto e Leonardo Boff são considerados intelectuais de referência para os esquerdistas brasileiros, muitos dos quais também atuantes na mídia, porque produziram e ainda produzem textos em que o dogma, ainda que numa versão juvenilizada, é reatualizado para nossas condições políticas objetivas.
E quanto ao outro campo? Faz-se tábula rasa, no melhor dos casos e, na mais das vezes, descarrega-se um bombardeio de insultos destinado a inviabilizar qualquer aproximação dos textos inimigos. Na camada militante culta deste confessionalismo, simplesmente prega-se que não há nada de inteligente que possa ser discutido com a direita e, por isso, seus pensadores sequer são mencionados. Ou quem discute, no ambiente universitário brasileiro, Leo Strauss, Isaiah Berlin, Eric Voegelin, Leszek Kolakowski, Raimond Aron, Roger Scruton, Fernand Broudel, Paul Johnson, Russell Kirk ou Jean-Fraçois Revel, para ficar apenas em alguns nomes contemporâneos do pensamento liberal, conservador, ou, se se preferir, de direita?
Olavo de Carvalho, por exemplo, sintetiza, para a militância esquerdista, todas as anti-virtudes do direitista: grosso, desbocado, histriônico e paranóide. Olavo pode mesmo possuir alguns traços heterodoxos para quem imagina um filósofo como sendo uma pessoa circunspecta e avessa à exposição. Ele, como sabemos, compra brigas e muitas, Mas sua extroversão - e mesmo uma ou outra postura exótica- são traços de temperamento que em nada comprometem o fato de ele representa o que há de melhor no que restou da alta cultura brasileira. Para um esquerdista, é, no mínimo, desconcertante, talvez psicologicamente devastador, aceitar um debate aberto, franco e honesto com Olavo de Carvalho. Por isso, é mais simples demonizá-lo, excluí-lo da arena intelectual. Olavo, no entanto, não se deixou intimidar. Decidiu confrontar o confessionalismo em todas as suas ramificações; e obteve êxito, ao longo dos anos, em estabelecer, no Brasil, uma trincheira de combate ao pensamento pedestre que o esquerdismo tem propalado pelo país. Contudo, ele, como os pensadores que citei acima, também é confrontado com a objeção in limine de um subconsciente coletivo abduzido por décadas de militância confessional-esquerdista, contra o qual somente agora começa a se esboçar uma resistência, cujo resultado pode, espero, evitar a total imbecilização do país.