Vírus chinês afeta comportamento de consumo no Dia das Mães

Pesquisa da Fecomércio-RS aponta que 60,3% dos entrevistados apresentou redução de renda desde o início da pandemia

A Fecomércio-RS divulga, nesta segunda-feira (04/05), a Pesquisa de Dia das Mães 2020. Realizada entre os dias 15 e 30 de abril, este ano por telefone, o levantamento ouviu 633 pessoas, das quais 385 (60,8%) afirmaram que comprariam presente para a data. Foram consultados consumidores das principais cidades de cada Macrorregião do Estado: Santa Maria, Porto Alegre, Caxias do Sul, Ijuí e Pelotas. O objetivo do estudo é caracterizar o perfil de consumo em um momento em que consumidores estão adaptando seus hábitos por causa da Covid-19. Os dados completos podem ser acessados em https://bit.ly/diadasmaes_2020.
A pesquisa mostra que as decisões e condições para presentear as mães no próximo domingo foram afetadas pelas medidas de combate ao novo coronavírus. O levantamento identificou que 46,8% dos entrevistados que pretendem comprar presentes mudaram o local em função da pandemia: lojas de bairro e internet ganharam importância, correspondendo a 20% e 17,7% das respostas, respectivamente. As lojas dos centros foram a opção mais escolhida (32,5%), enquanto Shoppings registraram 12,5% das respostas. O índice de pessoas que não sabem ou não decidiram ficou em 13,2%.
Outra questão que evidencia o impacto direto da pandemia diz respeito à renda, que afeta o gasto com os presentes. Comparando com o ano anterior, 38,9% dos entrevistados referiram pretender desembolsar valor igual e, 7,7%, mais ou muito mais que o ano passado, enquanto 53,4% das pessoas pretendem gastar menos ou muito menos. Ao falar sobre a sua renda, 60,3% dos entrevistados referiram ter alguma redução de renda em função da pandemia - para 39,2% a renda foi muito reduzida, e para 21,0% a redução foi pequena. O valor médio neste ano deve ser de R$ 135,08.
"Além dos dados da pesquisa nos mostrarem em parte o reflexo do difícil momento em que vivemos, também indicam que, mesmo nesse cenário, muitas famílias gaúchas se preparam para o Dia das Mães, uma das datas mais importantes para o varejo. No cenário que vivemos, já sabíamos que esse ano seria muito diferente, com as vendas prejudicadas. Porém, é uma oportunidade que os lojistas não podem perder. Entender o que os consumidores estão buscando é fundamental para direcionar os esforços de vendas por aqueles que estão em operação e têm a oportunidade de aproveitar a data para ter alguma receita", comentou o presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn.
A pesquisa mostra que a maior parte dos entrevistados deixa para comprar os presentes mais perto da data: 78,4% dos entrevistados compram uma semana antes ou alguns dias antes. Em relação ao tipo de presente, vestuário (28,3%) e perfumes e cosméticos (18,2%) aparecem como principais, seguido por artigos de decoração (7,5%) e flores (6,2%). Existe um percentual significativo de pessoas que não sabem ou não decidiram (27,3%). O número médio de presentes deve ser de 0,85 unidade por pessoa - nessa data muitos presentes são compartilhados, o que explica a possibilidade de um número menor do que 1.
“Mesmo em meio às dificuldades impostas pela pandemia, a data mantém sua importância por tudo que simboliza, e mesmo que muitas pessoas que terão condições de presentear ainda não saibam exatamente como vão fazer, a intenção de marcar a data está presente”, complementa Bohn.
 As comemorações do Dia das Mães também serão adaptadas, com eventos ocorrendo majoritariamente em casa: 40,3% dos entrevistados vão participar ou proporcionar um evento especial para a data, que deverão acontecer em casa, conforme apontado por 97,4% dos respondentes.
Entre os entrevistados que disseram que não comprariam presentes, 23,8% referiram motivos relacionados ao coronavírus - 13,7% por estar economizando e 10,1% por não sair de casa; além disso, 13,3% referiram estar desempregado ou sem dinheiro.