Lasier faz 13 propostas para reduzir gastos do Senado


Lasier Martins (Pode-RS) protocolou nesta terça proposta administrativa com uma série de medidas voltadas à redução de gastos do Senado. Sob o argumento de que o orçamento da Casa para este ano, de R$ 4,5 bilhões, está repleto de excessos e abusos, o senador pede aos colegas que avaliem cortes em despesas com pessoal e contratos. Ele estima que o esforço proposto pode gerar uma economia anual de ao menos de meio bilhão de reais.
Em 16 páginas, o projeto de resolução de Lasier desnuda a estrutura de despesas da Casa e sugere ações objetivas contra “esbanjamentos de recursos que poderiam ser direcionados a hospitais e creches”. Ele lembra que 49% da população brasileira ganha até três salários mínimos e vive realidade bem adversa da vista nos Poderes da República.
O senador justifica que que só nos últimos quatro anos R$ 1,25 bilhão foi devolvido aos cofres da União como sobras de orçamentos superestimados. “Está na hora de olharmos mais para o Brasil e menos para Brasília, racionalizando gastos que contrastam com agruras sofridas pela maioria do povo, como o desemprego e a piora nos serviços públicos”, sublinhou.
Como membro da Mesa do Senado, Lasier encontrou contratações inúteis de servidores, gratificações não razoáveis, chefes sem chefiados, equipes permanentes para tarefas temporárias e planos de saúde sem limites para ex-senadores e suas famílias.

Entre as medidas que propôs para mudar esse quadro está a proibição do uso por servidores de carro oficial e de imóvel residencial; o fim das cotas especiais para gráfica, combustível, jornais e celulares; a eliminação dos gabinetes de blocos parlamentares e novo número máximo de assessores por gabinete, recuando  de 50 para 40; entre outras. “Estamos procurando sintonizar o Senado com a grave econômico-financeira do país, racionalizando gastos em um setor sempre acusado de gastar demais”, finalizou.

RESUMO DAS MEDIDAS:
1. Proibir uso de carro oficial por servidores;
2. Impedir que imóvel funcional e auxílio-moradia sejam concedidos a servidores, ex-senadores e senadores que tenham imóvel no Distrito Federal;
3. Acabar com as cotas de gastos dos gabinetes com gráfica, correios, combustível, jornais e celulares, que passarão a ser custeados pela cota parlamentar do gabinete;
4. Vedar acumulação da cota parlamentar mensal do gabinete não usada, impedindo assim gastos inúteis com os elevados saldos no fim de ano;
5. Extinguir a função de chefia para servidores sem subordinados;
6. Cortar a lotação de servidores de um setor da Casa em outro, prejudicial ao setor de origem;
7. Por fim aos gabinetes de blocos parlamentares, tendo em conta que os partidos já têm estrutura própria para apoiar seus respectivos blocos;
8. Reduzir o número máximo de assessores por gabinete de 50 para 40;
9. Eliminar cargos comissionados de setores voltados a tarefas temporárias, como os conselhos de premiação, aproveitando servidores da Casa no lugar;
10. Zerar os cargos de motorista em gabinetes da Mesa e de liderança;
11. Deixar de renovar assinaturas de jornais e revistas impressos;
12. Fixar limites aos planos de saúde para ex-senadores e familiares para incluí-los na mesma sistemática dos servidores;
13. Criar comissão para propor iniciativas de austeridade nas áreas de terceirização, passagem aérea, cartão corporativo, uso de carro oficial e respectivos limites no gasto de combustível, uso de apartamentos funcionais e revisar o número e aproveitamento de servidores comissionados.


Artigo, Carlos Reis - A verdadeira questão é: quem matou mais: Hitler ou Stalin?


“Nós socialistas, inimigos, inimigos mortais do atual sistema econômico capitalista com sua exploração dos economicamente fracos, com seus salários injustos, com sua avaliação imoral dos indivíduos de acordo com sua riqueza e dinheiro, ao invés de avaliar sua responsabilidade e conquistas... nós estamos determinados sob quaisquer circunstâncias a abolir esse sistema”.
                                                Hitler, discurso 1º de maio de 1927

Então Hitler não era de direita. Mas não esqueçamos a conveniência e a circunstância desse discurso. Isso pode ser conferido no site https://www.snopes.com/fact-check/hitler-nazis-capitalist-system/ onde o autor assinala que as palavras e as ideias são de Gregor Strasse.
Por outro lado, para além da influência de Gregor Strasse, Hitler teve outros momentos para se manifestar socialista e até comunista. Mas a questão é mais complexa do que se optar por uma das duas partes ou lados: esquerda e direita não são categorias hábeis a distinguir o socialismo ou o capitalismo do Partido de Hitler.
Que não nos enganemos pelo nome Nazional-Socialist também.
Hitler ingressou no partido fundado por Anton Drexler em 1919, no pós-guerra imediato, em um momento quando abundavam partidos de esquerda que se auto-intitulavam socialistas, e em um ambiente europeu assustado com os bolcheviques de Lenin. Com o sucesso dele e do partido nas cervejarias de Munique, o discurso socialista veio a perder força para o discurso anti-semítico fanático. Perto de 1927, depois da prisão e do putch da cervejaria em Munique em 1923, o partido tinha ganhado dimensão nacional e Gregor Strasse (e seu irmão Otto Strasse) dominavam o norte do país. O perigo bolquevique (Lenin morreu em 1924) tinha passado.
Consolidado no poder em 1933, Hitler já podia dar ares de simpatia com os comunistas russos de Stalin. O próprio Stalin já ajudava a futura máquina de guerra do Hitler. Em 1935, depois da tentativa de ocupação militar da Renânia, Hitler vem a pedir e receber mais ajuda russa. Lembro que o Tratado de Versailles proibia a existência de um exército com armas pesadas, e somente permitia o Reichswehr com 100 mil homens. Os submarinos alemães que atacaram a marinha inglesa foram fabricados às escondidas na União Soviética.    
Hitler era também hábil na linguagem dupla. Se no discurso atacava os judeus bolcheviques Lenin, Stalin, Molotov, Bukharin, Zinoviev, Trostski, por outro lado negociava com os soviéticos para manter viva sua idéia imperialista militar.
Os pactos secretos posteriores entre os dois regimes totalitários fazem as categorias direita/esquerda parecerem simples demais e insuficientes para explicar a posição ideológica relativa do Nacional Socialismo. Se Stalin, de fato, arrastou Hitler para uma guerra mundial, o motivo não estaria no socialismo do partido Nazista nem de Hitler, mas no interesse russo. De qualquer modo, em 1941 Hitler ataca Moscou e perde a guerra por isso. E ainda ajudou a União Soviética a ocultar todos as suas atrocidades. 0 genocida era Hitler e não Stalin. É assim até hoje, ou não?
O critério que desempata pode ser a função do Estado. Em ambos os regimes o estado é brutalmente forte. Por esse critério o fascismo de Mussolini também poderia ser lembrado como sendo não capitalista e não democrático, porque regimes democráticos parlamentares ou constitucionais nunca tiveram um Estado monstro com formato totalitário.  A economia era rigidamente controlada nos três totalitários. A censura não era típica de um país de direita nem de economia livre. A discussão é bizantina, então. O que resta muito claro é que ninguém matou tanto quanto os comunistas ou socialistas e isso a nossa esquerda atrasada e corrupta não quer admitir.