Guilherme Baumhardt, Correio do Povo - Obsessão esquerdista

Caminha a galope, no Congresso Nacional, o projeto de lei das Fake News. Ora, ora, ora. No Brasil há uma grande dificuldade em dar o verdadeiro nome para as coisas. É a terra do eufemismo, da suavização, da abstração. Lei das Fake News uma pinoia. Estamos diante da Lei da Censura ou Lei da Mordaça.


Seriam nomes muito mais apropriados ao que pode ser aprovado em Brasília.


Para começar, o projeto é relatado pelo deputado federal comunista Orlando Silva. Em julho de 2021, Silva escreveu em uma rede social o seguinte: “Antes que o dia termine, quero registrar meu apoio a Cuba e ao povo cubano em sua revolução heroica e vitoriosa, que resiste a um embargo criminoso por décadas a fio. Em um país pobre e boicotado, não há fome e a educação e a saúde são referências para o mundo. É o socialismo!”. Acredita neste festival de baboseiras quem quer.


Há manifestações semelhantes do iluminado sobre a Venezuela. Seja em Caracas, seja em Havana, não há comida, não há saúde, muito menos liberdade. Estamos falando de ditaduras. Dias atrás, aliás, Cuba levou adiante mais uma vez o seu teatrinho eleitoral, em que há um único partido e o número de candidatos é exatamente o mesmo do número de cadeiras no parlamento fajuto. Apenas uma incrível coincidência.


A Lei da Censura ou Lei da Mordaça é pública. No texto há o que eu chamaria de sarcasmo. O projeto começa fazendo referência à liberdade de expressão e de imprensa. E vai além, citando o respeito ao usuário de redes sociais e sua “livre formação de preferências políticas e religiosas”. É rir para não chorar. Há ainda abstrações. Lá pelas tantas a proposta afirma que pretende fomentar a educação como “instrumento para o exercício da cidadania”. É a mais velha e surrada novilíngua petista. Desafio o leitor a resumir, em uma única linha, o que é “exercício da cidadania”.


Logo depois surgem as sanções, com a previsão de multas e até a suspensão de atividades, por parte das empresas provedoras das redes sociais. É a invenção da roda quadrada. Empurra-se para o gestor a responsabilidade sobre aquilo que é publicado, quando na verdade ele é apenas o canal, não o autor da mensagem. É uma maneira bastante direta de manietar e subjugar as plataformas – embora muitas sejam simpáticas à ideia.


Mas se alguém ultrapassar a linha, o que fazer? Simples, basta seguir o que já está na lei hoje: há punições previstas para os crimes de injúria, calúnia e difamação, inclusive com o pagamento de indenização. Ou seja, o que está por trás da proposta, mas que o governo tenta esconder, é ter o poder de censurar as redes sociais.


E quem faria esse controle? Aí a coisa ganha um cheiro de União Soviética. O projeto de lei remonta ao “comitê gestor da Internet”, que teria a atribuição de regulamentar a lei, realizar estudos, pareceres e recomendações sobre liberdade. Fico imaginando a composição do tal comitê (ainda um mistério, mas não é absurdo pensar que seriam os mesmos de sempre, de sindicatos a teóricos da comunicação). Não espere coisa boa de gente que tem fixação por duas palavrinhas: controle e regulamentação. Ah, é gente também que morre de medo de ver pessoas livres e donas dos próprios narizes. Para eles, somos todos ineptos.


No lugar de enfiar o governo na história, por que não adotamos o modelo de Elon Musk, criador da Tesla e da SpaceX? Ele, que é dono do Twitter, deu carta branca para as chamadas “Community Notes”, que nada mais são do que o autocontrole da rede, em que os próprios usuários podem colocar em xeque uma informação trazida por outro usuário. Esqueçam a arrogância das agências de fact-checking (ou left checking), esqueçam o governo, esqueçam a regulação e o controle. Somos maiores de idade ou não?


O melhor destino para o projeto das Fake News (ou Lei da Censura e da Mordaça) seria a lata de lixo, mas no Brasil corremos o risco de ter esta porcaria regrando nossas vidas.

Microentrevista com deputado Rodrigo Lorenzoni

Por que razão o senhor pediu na Comissão de Economia, Desenvolvimento Sustentável e do Turismo a realização dessa Audiência Pública para discutir os impactos econômicos da instalação de pedágio na RS-118?

- É que governo do Estado, depois do governador Eduardo prometer na campanha eleitoral que não cobraria pedágio na RS 118, anunciou o início de estudos para avaliar a instalação de pedágio RS-118 pelo sistema free flow, que dispensa a praça, mas cobra por trecho percorrido, automaticamente.


Mas isto não é uma necessidade?

Claro que não. A rodovia é urbana, está praticamente concluída, depois de mais de 20 anos em obras. Além disto, é preciso pensar que pagar pedágio, com praça ou pelo sistema free flow, vai prejudicar a economia de toda a região, aumentar o desemprego e os problemas sociais. Não há nenhum fato novo que justifique agora a necessidade de pedagiar a RS 118. E se o governador já tinha intenção de cobrar pedágio da população, por que se comprometeu a não fazer isso? 


Mas Leite diz que não é pedágio, mas free flow, sem praça de pedágio...

Além de não cumprir com a palavra dada, o que já é marca registrada do nosso governador, ele agora debocha dos gaúchos, alegando que não vai ter praça de pedágio, mas vai ter cobrança... E vai além: deixa implícito que a RS118 poderá ter problemas de manutenção, que as rodovias de toda a região precisam de investimentos, que o Estado tem capacidade limitada, perdeu arrecadação e até os impedimentos do Regime de Recuperação Fiscal anteriormente defendido como regime perfeito pelo governo


Governador Eduardo Leite diz que está de saco cheio. Ops

Durante a campanha, Onyx Lorenzoni avisou que o governador não deveria ser levado a sério.

Hoje, a Assembleia do RS votará proposta de aumento salarial de 9,75% para os professores estaduais,mas eles querem mais.

O governador Eduardo Leite disse, ontem a noite, que está de saco cheio. Ele se referiu aos que só aprsentam problemas e não buscam soluções. Foi no encerramento de um seminário promovido pela Secretaria de Planejamento, Orçamento e Gestão (SPGG) de integração de novos servidores, na Casa da Ospa, no Centro Administrativo, em Porto Alegre.

O que disse Leite, visivelmente irritado:

- Desculpem a expressão, mas estou de saco cheio desse tempo em que a gente vive onde as pessoas (...) simplesmente gostam de apontar os problemas. É só o que a gente vê. Na política então, é só o que se vê. É culpa desse, é culpa daquele. Para apontar culpados são muito bons. Para apontar soluções, muito poucos.