O texto completo do NYT

O bate-papo em grupo no WhatsApp foi uma espécie de vestiário digital para dezenas dos maiores empresários brasileiros. Havia um magnata do shopping, um fundador de roupas de surf e bilionário de grandes lojas do Brasil. Eles reclamavam da inflação, enviavam memes e, às vezes, compartilhavam opiniões inflamatórias.


"Prefiro um golpe ao retorno do Partido dos Trabalhadores", disse Jose Koury, outro dono do shopping, em 31 de julho, referindo-se ao partido de esquerda liderando as pesquisas nas eleições presidenciais da próxima semana. Um dono de uma rede de restaurantes respondeu com um GIF de um homem aplaudindo.


Dada a história do Brasil com ditadores e os temores generalizados de que o presidente Jair Bolsonaro se recusará a aceitar uma perda eleitoral, foi um comentário preocupante.


Mas o que se seguiu foi talvez ainda mais alarmante para a quarta maior democracia do mundo.


Agentes federais invadiram as casas de oito dos empresários. As autoridades congelaram suas contas bancárias, intimaram seus registros financeiros, telefônicos e digitais, e disseram às redes sociais para suspender algumas de suas contas.


A ordem partiu de um juiz do SUPREMO Tribunal Federal, Alexandre de Moraes. A única evidência citada foram as mensagens do grupo de WhatsApp, que haviam vazado para um jornalista. Nessas mensagens, apenas dois dos oito empresários sugeriram que apoiavam um golpe.


Foi uma demonstração crua de força judicial que coroou uma tendência de anos em andamento: o Supremo Tribunal Federal ampliou drasticamente seu poder para combater as posições antidemocráticas do sr. Bolsonaro e seus apoiadores.


No processo, segundo especialistas em direito e governo, o tribunal tomou sua própria virada repressiva.


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A relação entre o Sr. Bolsonaro, à esquerda, e o Sr. Moraes tem se tornado controversa sobre alguns dos casos que o Sr. Moraes tem perseguido contra apoiadores do presidente.

A relação entre o Sr. Bolsonaro, à esquerda, e o Sr. Moraes tem se tornado controversa sobre alguns dos casos que o Sr. Moraes tem perseguido contra apoiadores do presidente.Crédito...Adriano Machado/Reuters


Moraes prendeu cinco pessoas sem julgamento por postagens nas redes sociais que, segundo ele, atacaram as instituições brasileiras. Ele também ordenou que as redes sociais removessem milhares de posts e vídeos com pouco espaço para apelo. E este ano, 10 dos 11 juízes do tribunal condenaram um congressista a quase nove anos de prisão por fazer o que eles disseram serem ameaças contra eles em um livestream.


A tomada de poder pela mais alta corte do país, dizem especialistas jurídicos, minou uma instituição democrática chave no maior país da América Latina, à medida que os eleitores se preparam para escolher um presidente em 2 de outubro. Luiz Inácio Lula da Silva, ex-presidente de esquerda, tem liderado o sr. Bolsonaro nas pesquisas há meses, enquanto o sr. Bolsonaro vem dizendo ao país, sem qualquer evidência, que seus rivais estão tentando fraudar o voto.


Em muitos casos, o Sr. Moraes tem agido unilateralmente, encorajado por novos poderes que o tribunal concedeu em 2019 que lhe permitem, de fato, atuar como investigador, promotor e juiz de uma só vez em alguns casos.


Dias Toffoli, ministro do Supremo Tribunal Federal que criou esses poderes, disse em nota que o fez para proteger a democracia da nação: "O Brasil vive com a mesma incitação ao ódio que tirou vidas na invasão do Capitólio dos EUA, e as instituições democráticas devem fazer todo o possível para evitar cenários como o de 6 de janeiro de 2021, que chocou o mundo".


Líderes políticos de esquerda e grande parte da imprensa e do público brasileiro têm apoiado em grande parte as ações do sr. Moraes como medidas necessárias para combater a ameaça singular representada pelo sr. Bolsonaro.


Mas muitos especialistas jurídicos dizem que as demonstrações de força do Sr. Moraes, sob a bandeira de salvar a democracia, estão ameaçando empurrar o país para um deslizamento antidemocrático.


"É a história de todas as coisas ruins que já acontecem na política", disse Luciano da Ros, professor brasileiro de ciência política que estuda a política do Judiciário. "No início você tinha um problema. Agora você tem dois.


Escolhas dos Editores


Elizabeth Banks acha que esta entrevista é perigosa para ela


$500 por mês para um andar inteiro no Brooklyn


Chuck de dois dólares: vinho do povo ou cunha cultural?

Moraes se recusou a comentar através de um porta-voz.


A influência crescente do tribunal pode ter grandes implicações para o vencedor da votação presidencial. Se o sr. Bolsonaro ganhar um segundo mandato, ele sugeriu que procuraria embalar o STF, dando-lhe ainda mais controle sobre a sociedade brasileira.


Se o Sr. da Silva vencer, ele teria que enfrentar juízes que poderiam complicar sua agenda para um país que enfrenta uma série de desafios, incluindo o aumento da fome, o desmatamento na Amazônia e a profunda polarização.


"Historicamente, quando o tribunal tem dado novo poder, não diz mais tarde que estava errado", disse Diego Werneck, professor brasileiro de direito que estuda o tribunal. "Os poderes que são criados permanecem."


Se nenhum candidato receber mais de 50% dos votos na eleição de 2 de outubro, os dois primeiros colocados enfrentarão um segundo turno em 30 de outubro.


O Supremo Tribunal Federal já era uma instituição potente. Nos Estados Unidos, a Suprema Corte pesa entre 100 e 150 casos por ano. No Brasil, os 11 juízes e os advogados que trabalham para eles emitiram 505 mil sentenças nos últimos cinco anos.


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Moraes ordenou o congelamento das contas bancárias dos empresários e a intimação de seus registros financeiros, telefônicos e digitais por mensagens trocadas no WhatsApp. 

Moraes ordenou o congelamento das contas bancárias dos empresários e a intimação de seus registros financeiros, telefônicos e digitais por mensagens trocadas no WhatsApp. Crédito...Joedson Alves/EPA, via Shutterstock


Em 2019, poucos meses após o governo Bolsonaro, um documento de uma página ampliou consideravelmente a autoridade do Stf.


Na época, o tribunal enfrentava ataques online de alguns apoiadores de Bolsonaro. Normalmente, policiais ou promotores teriam que abrir uma investigação sobre tal atividade, mas não tinham.


Toffoli, o chefe de justiça da corte, emitiu uma ordem concedendo ao próprio Supremo Tribunal Federal a autoridade para abrir uma investigação.


O tribunal investigaria "fake news" — o sr. Toffoli usou o termo em inglês — que atacou "a honrabilidade" da corte e de seus juízes.


O que consideramos antes de usar fontes anônimas. As fontes sabem a informação? Qual é a motivação deles para nos dizer? Eles provaram ser confiáveis no passado? Podemos corroborar a informação? Mesmo com essas perguntas satisfeitas, o The Times usa fontes anônimas como último recurso. O repórter e pelo menos um editor sabem a identidade da fonte.


Saiba mais sobre nosso processo.

Foi um papel sem precedentes, transformando o tribunal em alguns casos no acusador e no juiz, segundo Marco Aurélio Mello, ex-ministro do Supremo Tribunal Federal que no ano passado atingiu a idade de aposentadoria obrigatória de 75 anos.


Mello, que é um apoiador do Sr. Bolsonaro, acreditava que o tribunal estava violando a Constituição para resolver um problema. "Na lei, os meios justificam os fins", acrescentou. "Não o contrário."


Antonio Cezar Peluso, outro ex-juiz do SUPREMO Tribunal Federal, discordou. As autoridades, disse ele, estavam permitindo que ameaças se proliferassem. "Não posso esperar que o tribunal fique quieto", disse ele. "Tinha que agir."


Para comandar a investigação, Toffoli contratou o sr. Moraes, 53 anos, um intenso ex-ministro da Justiça Federal e professor de Direito Constitucional que havia ingido ao tribunal em 2017.


Em sua primeira ação, Moraes ordenou que uma revista brasileira, Crusoé, retirasse um artigo online que mostrasse ligações entre o Sr. Toffoli e uma investigação de corrupção. Moraes chamou de "fake news".


Andre Marsiglia, advogado que representou Crusoé, disse que a decisão foi surpreendente. A Suprema Corte tinha muitas vezes protegido organizações de notícias de decisões de tribunais inferiores ordenando tais derrubadas. Agora "era o condutor da censura", disse ele. "Não tínhamos a quem recorrer."


Moraes mais tarde suspendeu a ordem depois que documentos legais provaram que o artigo era preciso.


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Uma tela com imagem do Sr. Moraes durante um encontro da CPAC em junho em São Paulo. O evento brasileiro é inspirado na conferência conservadora nos Estados Unidos.

Uma tela com imagem do Sr. Moraes durante um encontro da CPAC em junho em São Paulo. O evento brasileiro é inspirado na conferência conservadora nos Estados Unidos.Crédito...Victor Moriyama para o The New York Times


Com o passar do tempo, Moraes abriu novas investigações e reenquadou seu trabalho de proteção à democracia brasileira. Bolsonaro estava aumentando os ataques aos juízes, à mídia e ao sistema eleitoral do país.


Moraes ordenou que as principais redes sociais retirassem dezenas de contas, apagando milhares de seus posts, muitas vezes sem dar uma razão, segundo um funcionário da empresa de tecnologia que falou sob a condição de anonimato para evitar provocar o juiz. Quando a empresa de tecnologia deste funcionário revisou os posts e contas que o Sr. Moraes ordenou que ele retirasse, a empresa descobriu que grande parte do conteúdo não infringiu suas regras, disse o funcionário.


Em muitos casos, o Sr. Moraes foi atrás de influenciadores de direita que espalhavam informações enganosas ou falsas. Mas ele também foi atrás de pessoas da esquerda. Quando o relato oficial de um partido comunista brasileiro tuitou que o Sr. Moraes era um "skinhead" e que o STF deveria ser dissolvido, o Sr. Moraes ordenou que as empresas de tecnologia proibissem todas as contas do partido, incluindo um canal no YouTube com mais de 110 mil inscritos. As empresas cumpriram.


O Sr. Moraes foi ainda mais longe. Em sete casos, ele ordenou a prisão de ativistas de extrema-direita sob a acusação de ameaçar a democracia, defendendo um golpe ou convocando pessoas para comícios antidemocráticos. Pelo menos dois ainda estão presos ou em prisão domiciliar. Alguns casos foram iniciados pela Procuradoria-Geral da República, enquanto outros o Sr. Moraes começou a si mesmo.


Em sua investigação, o tribunal descobriu evidências de que extremistas de extrema-direita tinham discutido agredir juízes, estavam rastreando os movimentos dos juízes e havia compartilhado um mapa de um prédio do tribunal, de acordo com um funcionário do tribunal que falou sob a condição de anonimato porque as descobertas são parte de uma investigação selada.


No caso mais importante, o Sr. Moraes ordenou a prisão de um deputado conservador depois de criticar o Sr. Moraes e outros juízes em um livestream online. "Tantas vezes eu imaginei você levando uma surra na rua", disse o deputado, Daniel Silveira, no livestream. "O que você vai dizer? Que eu estou incitando a violência?


O Supremo Tribunal Federal votou por 10 a 1 para condenar o Sr. Silveira a quase nove anos de prisão por incitar um golpe. Bolsonaro o perdoou no dia seguinte.


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Moraes ordenou a prisão de um deputado conservador, Daniel Silveira, ao centro, após o sr. Silveira criticar o Sr. Moraes e outros juízes do Supremo Tribunal Federal. 

Moraes ordenou a prisão de um deputado conservador, Daniel Silveira, ao centro, após o sr. Silveira criticar o Sr. Moraes e outros juízes do Supremo Tribunal Federal. Crédito...Victor Moriyama para o The New York Times


Com a maioria do Congresso, os militares e o Poder Executivo apoiando o presidente, o Sr. Moraes tornou-se, sem dúvida, a verificação mais eficaz do poder do sr. Bolsonaro. Isso fez dele um herói para a esquerda - e inimigo público nº 1 à direita.


Bolsonaro tem protestado contra ele em discursos, tentou e não conseguiu o impeachment e depois disse aos apoiadores que não iria cumprir as decisões do Sr. Moraes. (Ele mais tarde caminhou para trás.)


No mês passado, o Sr. Moraes assumiu ainda mais poder, assumindo também a presidência do tribunal eleitoral que supervisionará a votação. (O momento foi uma coincidência.)


Em sua posse, o Sr. Moraes parecia falar diretamente com o Sr. Bolsonaro, que se sentava nas proximidades. "Liberdade de expressão não é liberdade para destruir a democracia, destruir instituições", disse Moraes enquanto o sr. Bolsonaro carrancudo.


A tensão entre os homens cresceu com o caso do WhatsApp envolvendo os empresários.


O Sr. Bolsonaro detonou a ordem do Sr. Moraes, que em parte aprovou um pedido da polícia para revistar as casas dos homens. Em um momento inusitado, a grande imprensa brasileira concordou com o presidente. "Trocar mensagens, meras opiniões sem ação, mesmo que sejam contra a democracia", disse a rede de TV Band em editorial, "não constitui crimes".


Sob críticas, o gabinete do Sr. Moraes produziu um documento legal adicional que, segundo ele, forneceu mais evidências da potencial ameaça representada pelos homens. O documento repetia conexões já públicas que alguns dos homens tinham com agentes de direita.


Moraes mais tarde descongela as contas bancárias dos empresários. Os homens nunca foram presos.


Luciano Hang, o bilionário da caixa, disse que estava lutando para recuperar o controle de suas contas nas redes sociais, que coletivamente tinham pelo menos 6 milhões de seguidores. "Nos sentimos violados por a polícia federal aparecer às 6h querendo pegar seu celular", disse ele.


Lindora Araújo, subprocuradora-geral do Brasil e procuradora de carreira, recorreu da ordem do Sr. Moraes contra os empresários, dizendo que o juiz abusou de seu poder ao alme por simplesmente declarar opiniões em um bate-papo privado. Sua ordem se assemelhava a "um tipo de polícia de pensamento que é característica de regimes autoritários", disse ela.


Esse recurso foi para o Sr. Moraes. Ele descartou.

A decisão de Favretto

 DIREITO DE RESPOSTA (12625) PROCESSO N. 0603431-33.2022.6.21.0000

Porto Alegre

REPRESENTANTE: UM SÓ RIO GRANDE FEDERAÇÃO PSDB CIDADANIA(PSDB/CIDADANIA) / 15-MDB / 55-PSD / 19-PODE / 44-UNIÃO

REPRESENTADO: ONYX DORNELLES LORENZONI

REPRESENTADA: CLAUDIA PELEGRINO JARDIM PEREIRA, PARA DEFENDER E TRANSFORMAR O RIO GRANDE 10-REPUBLICANOS / 51-PATRIOTA / 90-PROS / 22-PL

RELATOR: DESEMBARGADOR FEDERAL ROGERIO FAVRETO


 


DECISÃO


 


Vistos, etc.


 


Analiso pedido de tutela de urgência requerido em representação com pedido de direito de resposta, ajuizada pela COLIGAÇÃO UM SÓ RIO GRANDE (FEDERAÇÃO PSDB CIDADANIA, MDB, PSD, PODEMOS, UNIÃO BRASIL) contra a COLIGAÇÃO PARA DEFENDER E TRANSFORMAR O RIO GRANDE (REPUBLICANOS/PATRIOTA/PROS/PL), e dos candidatos ao cargo de governador e vice, respectivamente, ONYX DORNELLES LORENZONI e CLAUDIA PELEGRINO JARDIM PEREIRA, em razão de publicação, no dia 23 de setembro de 2022, durante o programa em bloco de rádio no horário das 7h, de fato sabidamente inverídico, eivado de desinformação e ofensivo à honra do candidato Eduardo Leite ao acusá-lo de “desviar verbas destinadas à educação”.


Requer a concessão de tutela de urgência para fins de determinar aos representados que se abstenham de veicular a propaganda objeto desta representação, e de afirmar que EDUARDO LEITE desviou dinheiro do Fundeb para pagamento de aposentadoria e pensão, sob pena de multa no valor de R$ 25.000,00 por propaganda veiculada em desacordo, e de crime de desobediência.


É o relatório.


Decido.


Da análise perfunctória das alegações da representante, não se evidencia a evidência necessária para a concessão de medida liminar suspendendo a veiculação das propagandas dos Representados.


Com efeito, não vislumbro a divulgação de fato sabidamente inverídico uma vez que o assunto está no plano do salutar e necessário do debate político-eleitoral. Aliás, o tema tem notícias e informações do Tribunal de Contas do Estado – TCE sobre destinação de dotação da educação para outros custeios:


“Governo do Estado mantém uso de verbas do Fundeb para o pagamento de servidores inativos”. Reportagem 2 assinada pelo Jornalista Paulo Egídio na coluna de Rosane de Oliveira e disponível em https:// gauchazh.clicrbs.com.br/colunistas/rosane-de-oliveira/noticia/2021/07/governo-do-estado-mantem-uso-deverbas-do-fundeb-para-o-pagamento-de-servidores-inativos-ckr6tz10m00aj013b04lwxuz7.html, acesso em 24.09.2022.


Item 52 do Parecer Prévio sobre as Contas do Governo do Estado no Exercício 2020, de lavra do Relator: 3 “Sobre esse aspecto, o Setor Instrutivo entende que não prosperam as considerações do Estado, uma vez que, independentemente do regime de previdência, da fonte de recursos utilizada para pagamento das aposentadorias e pensões ou da natureza jurídica desse pagamento, as mesmas não podem ser consideradas no cálculo do mínimo constitucional em MDE, devido a expressa determinação Constitucional introduzida pela EC no 108/2020.”, disponível em https://portalnovo.tce.rs.gov.br/repo/parecer_previo/PP_2020.pdf.


Por conseguinte, não verifico plausibilidade jurídica suficiente a ponto de autorizar a concessão da liminar pretendida, pois a notícia do fato não se qualifica como sabidamente inverídica, nos termos da jurisprudência, com grifos que destaco:


[…] Direito de resposta. Inserções. Televisão. Inexistência de afirmação sabidamente inverídica. Liberdade de expressão. […] 1. Na linha de entendimento desta Corte, o exercício do direito de resposta é viável apenas quando for possível extrair, das afirmações apontadas, fato sabidamente inverídico apto a ofender, em caráter pessoal, o candidato, partido ou coligação. Precedente. 2. A propaganda eleitoral impugnada foi embasada em notícias veiculadas na imprensa e em entrevistas concedidas pelo próprio candidato recorrente, inclusive com a exibição das manchetes dos jornais na propaganda eleitoral, como forma de demonstrar a origem das informações. 3. Esta Corte já firmou o entendimento de que fatos noticiados na mídia não embasam o pedido de direito de resposta por não configurar fato sabidamente inverídico […] 4. A propaganda impugnada localiza–se na seara da liberdade de expressão, pois enseja crítica política afeta ao período eleitoral. […]


(Ac. de 5.10.2018 no R-Rp nº 060142055, rel. Min. Sérgio Banhos.)


[…] Direito de resposta. Inserções. Veiculação. Emissora de televisão. […] 1. Na linha de entendimento desta Corte, o exercício do direito de resposta é viável apenas quando for possível extrair, das afirmações apontadas, fato sabidamente inverídico apto a ofender, em caráter pessoal, o candidato, partido ou coligação. Precedente. 2. É entendimento deste Tribunal Superior Eleitoral que ‘se a propaganda tem foco em matéria jornalística, apenas noticiando conhecido episódio, não incide o disposto no art. 58 da Lei n° 9.504/97, ausente, no caso, qualquer dos requisitos que justifique o deferimento de direito de resposta’ […] 3. Conforme decidiu o Supremo Tribunal Federal (STF), a ‘liberdade de expressão constitui um dos fundamentos essenciais de uma sociedade democrática e compreende não somente as informações consideradas como inofensivas, indiferentes ou favoráveis, mas também as que possam causar transtornos, resistência, inquietar pessoas, pois a Democracia somente existe baseada na consagração do pluralismo de ideias e pensamentos políticos, filosóficos, religiosos e da tolerância de opiniões e do espírito aberto ao diálogo’ […] 4. A propaganda questionada localiza–se na seara da liberdade de expressão, pois enseja crítica política afeta ao período eleitoral. Cuida–se de acontecimentos amplamente divulgados pela mídia, os quais são inaptos, neste momento, a desequilibrar a disputa eleitoral. Em exame acurado, trata–se de declarações, cuja contestação deve emergir do debate político, não sendo capaz de atrair o disposto no art. 58 da Lei nº 9.504/1997. Precedente.[…].


(Ac. de 3.10.2018 no R-Rp nº 060131056, rel. Min. Sérgio Banhos.)


[…] Direito de resposta. Fato sabidamente inverídico. Inexistência. 1. Na linha da jurisprudência do Tribunal Superior Eleitoral, o exercício de direito de resposta, em prol da liberdade de expressão, é de ser concedido excepcionalmente. Viabiliza–se apenas quando for possível extrair, da afirmação apontada como sabidamente inverídica, ofensa de caráter pessoal a candidato, partido ou coligação, situação não verificada na espécie. 2. A análise crítica sobre o pronunciamento de assessor econômico ligado à campanha de candidato a presidente da república, com a indicação de eventuais consequências negativas das propostas apresentadas, não caracteriza fato sabidamente inverídico, tampouco ofensa de caráter pessoal, situando–se nos limites da crítica política admissível. 3. O plano de governo, embora documento relevante, não se presta a limitar o debate público acerca de manifestações de candidatos e integrantes da campanha eleitoral […]


(Ac. de 2.10.2018 na Rp nº 060149412, rel. Min. Luis Felipe Salomão.)


Ademais, o termo empregado pelo representado “desviar verbas “ está associado àquelas destinadas a educação, no sentido de que o dinheiro da educação básica é desviado para finalidade diversa, não traduzindo ofensa pessoal ao candidato Eduardo Leite, pois não lhe vislumbro imputação pessoal de ato ilícito.


As críticas impugnadas pela coligação representante inserem-se no plano do debate político-eleitoral, envolvendo temas da gestão estadual, particularmente sobre a forma de utilização de verbas federais (FUNDEB) vinculadas à educação e que teriam sido utilizadas (desviadas) para outros gastos (previdência pública estadual, etc).


Ainda, a fonte das informações lançadas e criticadas na propaganda impugnada são de ordem pública: TCE/RS e outros bancos de dados do próprios Governo do Estado/RS, o que retira a alegação de fato manifestamente inverídico. Pelo contrário, trata-se de tema de conhecimento público e com longo debate entre os representantes do governo estadual e parlamentares estaduais.


Logo, não caracterizam propaganda irregular ensejadora de proibição, em especial por envolver debate político-eleitoral de matéria conhecida no plano público e social, bem como sem atentar contra a honra do candidato criticado.


Desse modo, indefiro o pedido liminar apresentado.


Citem-se os representados para a apresentação de defesa no prazo de 1 (um) dia, na forma do caput do art. 33 da Resolução TSE n. 23.608/19.


Apresentada a defesa ou decorrido o respectivo prazo, intime-se o Ministério Público Eleitoral para a emissão de parecer.


Desembargador Federal ROGÉRIO FAVRETO


Juiz Auxiliar do TRE/RS

Quem pode se reeleger no RS

 Rio Grande do Sul 


Federação PT/PCdoB/PV | Prognóstico 5 a 6 | Tendência de 5


Paulo Pimenta (PT) | Reeleição

Marcon (PT) | Reeleição

Bohn Gass (PT) | Reeleição

Maria do Rosário (PT) | Reeleição

Daiana Santos (PCdoB) | Circulação de Poder

Alexandre Lindmeyer (PT) | Circulação de Poder

Assis Melo (PCdoB) | Circulação de Poder

PL | Prognóstico 3 a 5 | Tendência de 4


Giovani Cherini (PL) | Reeleição

Marlon Santos (PL) | Reeleição

Sanderson (PL) | Reeleição

Bibo Nunes (PL) | Reeleição

Marcelo Moraes (PL) | Reeleição

Eric Lins (PL) | Circulação de Poder

Federação PSDB/Cidadania | Prognóstico 3 a 4 | Tendência de 4


Nelson Marchezan Jr. (PSDB) | Circulação de Poder

Lucas Redecker (PSDB) | Reeleição

Any Ortiz (Cidadania) | Circulação de Poder

Daniel Trzeciak (PSDB) | Reeleição

PP | Prognóstico 3 a 4 | Tendência de 4


Covatti Filho (PP) | Reeleição

Afonso Hamm (PP) | Reeleição

Pedro Westphalen (PP) | Reeleição

Sérgio Turra (PP) | Circulação de Poder

Vilmar Lourenço (PP) | Circulação de Poder

Renato Molling (PP) | Circulação de Poder

MDB | Prognóstico 3 a 4 | Tendência de 3


Alceu Moreira (MDB) | Reeleição

Márcio Biolchi (MDB) | Reeleição

Giovani Feltes (MDB) | Reeleição

Osmar Terra (MDB) | Reeleição

Marco Alba (MDB) | Circulação de Poder

Republicanos | Prognóstico 2 a 3 | Tendência de 2


Carlos Gomes (Republicanos) | Reeleição

Tenente Coronel Zucco (Republicanos) | Circulação de Poder

Ronaldo Nogueira (Republicanos) | Circulação de Poder

Franciane Bayer (Republicanos) | Circulação de Poder

Marcelo Brum (Republicanos) | Circulação de Poder

PDT | Prognóstico 2 a 3 | Tendência de 2


Pompeo de Mattos (PDT) | Reeleição

Juliana Brizola (PDT) | Circulação de Poder

Afonso Motta (PDT) | Reeleição

Novo | Prognóstico 1 a 2 | Tendência de 2


Marcel Van Hattem (Novo) | Reeleição

Fábio Ostermann (Novo) | Circulação de Poder

PSD | Prognóstico 1 a 2 | Tendência de 1


Danrlei de Deus (PSD) | Reeleição

Luciano Azevedo (PSD) | Circulação de Poder

Nereu Crispim (PSD) | Reeleição

Paulo Caleffi (PSD) | Circulação de Poder

André Pacheco (PSD) | Circulação de Poder

União| Prognóstico 1 a 2 | Tendência de 1


Busato (União) | Circulação de Poder

Fortunati (União) | Circulação de Poder

Ênio Bacci (União) | Circulação de Poder

PODE | Prognóstico 1 a 2 | Tendência de 1


Maurício Dziedricki (PODE) | Reeleição

Lasier Martins (PODE) | Circulação de Poder

Federação Psol/Rede | Prognóstico 0 a 1 | Tendência de 1


Fernanda Melchionna (PSOL) | Reeleição

Jurandir Silva (PSOL) | Circulação de Poder

PSB | Prognóstico 0 a 1 | Tendência de 1


Heitor Schuch (PSB) | Reeleição

Dalciso Oliveira (PSB) | Circulação de Poder

Hospital Moinhos de Vento realiza Simpósio de Cirurgia Robótica Colorretal

Evento online e gratuito ocorre no dia 1º de outubro

 

Palestras e discussões com especialistas americanos, italiano e brasileiros fazem parte do II Simpósio de Cirurgia Robótica Colorretal, realizado pelo Hospital Moinhos de Vento. A programação online e gratuita ocorre no dia 1º de outubro, das 9h às 17h. As inscrições já estão abertas e devem ser feitas por esse link.

De acordo com o coloproctologista do Hospital Moinhos de Vento, Tiago Ghezzi, a discussão e uso da robótica no tratamento de doenças do intestino grosso é fundamental pois ela apresenta inúmeros benefícios como: menos invasiva, mais segurança e um pós-operatório mais confortável para o paciente. Nesta edição do Simpósio, o objetivo é discutir a técnica em doenças benignas, pois na primeira edição o foco das palestras foi em doenças malignas.

"O procedimento de robótica está muito atrelado à ideia de câncer, mas com o passar dos anos se viu que ela também pode ser aplicada no tratamento de doenças benignas. Com a presença de médicos que são referências mundiais na área, queremos mostrar a expansão da aplicação da robótica em doenças benignas de intestino grosso e os melhores resultados que se pode obter", afirmou.

O evento é aberto a todo o público, mas com foco maior nos médicos. A programação será dividida em três painéis: Endometriose Colorretal; Doença Inflamatória Intestinal; Prolapso Retal e Doença Diverticular; e Inovações em Cirurgia Robótica. Entre os palestrantes internacionais, o Simpósio contará com a participação dos médicos americanos André da Luz Moreira, Emre Gorgun e Leonardo de Castro Durães, e do italiano Antonino Spinelli. O evento também conta com palestras de diversos profissionais brasileiros.

 

Serviço:

O que: II Simpósio de Cirurgia Robótico Colorretal do Hospital Moinhos de Vento

Quando: 1º de outubro, das 9h às 17h

Comércio gaúcho segue otimista com o desempenho das vendas em 2022

Retomada dos níveis de ocupação e desaceleração da inflação são fatores que devem contribuir para concretizar este cenário

 

 

Mesmo com uma pequena queda nas vendas registrada em julho deste ano, na comparação com junho, a FCDL-RS mantém sua perspectiva de que o comércio gaúcho termine 2022 com um resultado positivo em relação a 2021.

 

O presidente da FCDL-RS, Vitor Augusto Koch, ressalta que os meses de agosto e setembro já apresentam, de parte dos lojistas, relatos de incremento da comercialização de produtos. Contribuem para isso, fatores como a retomada dos níveis de ocupação, a desaceleração da inflação e a redução de preço de diversos produtos consumidos pela população, como combustíveis e alimentos.

 

– Seguimos acreditando em um bom desempenho das vendas do comércio gaúcho neste segundo semestre de 2022. Existem datas comemorativas importantes como Dia das Crianças, Black Friday e Natal que acontecem nos três últimos meses do ano e, especialmente, a Copa do Mundo em novembro e dezembro, que deve incrementar a venda de televisores e outros artigos que ajudarão na torcida pela nossa seleção – fala Vitor Augusto Koch.

 

Além disso, a contratação de trabalhadores temporários por parte dos lojistas é mais intensa a partir de novembro, visando suprir a demanda de clientes para eventos como a Black Friday e o Natal. E, nos dois últimos meses do ano, é pago o 13º salário para trabalhadores do funcionalismo público e empresas privadas, o que injeta um recurso significativo na economia.

 

– Um diferencial a mais que este final de 2022 nos apresenta, na comparação com 2020 e 2021, é o retorno praticamente total das atividades da cadeia produtiva. Ou seja, indústria, comércio, serviços, agronegócio fazendo a roda da economia voltar a girar, o que reforça o nosso otimismo por um término de ano com vendas mais consistentes – finaliza Vitor Augusto Koch.



Artigo, Renato Sant'Ana - A insinuante retórica da maldade

É na cara dura que Lula fala na propaganda política: "Escolha entre o Brasil da maldade e o Brasil da bondade". Mas qual é um e qual é outro?

Em 09/07/22, depois de dizer que roubar tênis não é crime, Lula exaltou como heróis dois petistas que espancaram e, depois, empurraram, para ser atropelado por um caminhão que passava, o empresário Carlos Alberto Bettoni (56), que, atingido na cabeça pelo para-choque do veículo, caiu banhado em sangue e com traumatismo craniano, enquanto os agressores "afastaram-se do local, demonstrando frieza e total desprezo pela vida humana", como sentenciou a juíza Debora Faitarone.

Bettoni ficou com deficiência de fala e de coordenação motora e com uma rotina de convulsões, quedas e repetidas internações hospitalares, sequelas que o incapacitaram para o trabalho até falecer em 2021.

Apesar disso, Lula declara sobre um dos criminosos: "(...) ficou preso sete meses porque resolveu não permitir que um cara ficasse me xingando na porta do Instituto. (...) eu quero agradecer. Porque foi o Maninho e o filho dele que estiveram nessa batalha. (...) essa dívida que eu tenho com você, jamais a gente pode pagar em dinheiro. A gente vai pagar em solidariedade e em companheirismo". É o Brasil do Lula e do PT!

E como reage Bolsonaro (em quem Lula quer colar o rótulo da maldade) em situação semelhante à do crime aplaudido por Lula?

Em 10/07/22, em Foz do Iguaçu, após uma desavença de cunho político, o petista Marcelo de Arruda foi morto por um homem apontado como eleitor de Bolsonaro. Arruda, que estava armado, atacou a pedradas o carro do outro, que se armou para voltar ao local e matá-lo. Nada, nada justifica o homicídio. Sem margem para falar em legítima defesa, frise-se.

Diante do fato, Bolsonaro repetiu manifesto que fizera em 2018 repelindo a violência e repudiando o crime: "Dispensamos qualquer tipo de apoio de quem pratica violência contra opositores. A esse tipo de gente, peço que por coerência mude de lado e apoie a esquerda, que acumula um histórico inegável de episódios violentos", declarou.

Foi além e descreveu o modus operandi do esquerdismo: "É o lado de lá que dá facada, que cospe, que destrói patrimônio, que solta rojão em cinegrafista, que protege terroristas internacionais, que desumaniza pessoas com rótulos e pede fogo nelas, que invade fazendas e mata animais, que empurra um senhor num caminhão em movimento".

A extrema imprensa, em seu ativismo, ignorou o manifesto de Bolsonaro, mas repetiu à exaustão que o criminoso era bolsonarista.

Pois é momento de escolher, sim! Votar no Lula é dar um sinal verde para o crime. É o pior que pode ocorrer ao Brasil.

 

Renato Sant'Ana é Advogado e Psicólogo.

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