Artigo, Dagoberto Godoy - Corda esticad
- Dagoberto Lima Godoy - Cidadão brasileiro
Sinto estarmos muito próximos do
ponto de ruptura. Sem um FATO determinante de mudança do rumo atual, a casa --
quer dizer, a ordem pública -- pode ruir, porque os seus esteios -- as
instituições -- estão desmoralizadas pelas próprias autoridades que as
representam, em grande parte corruptas e infratoras de mandamentos básicos da
Constituição. Ainda há tempo para que esse fato seja gerado por iniciativa dos
poderes constituídos de forma a restabelecer entre eles a harmonia e resgatar a
prioridade devida ao interesse público.
Há quem pense que a desobediência
civil ou o povo nas ruas ou as duas coisas poderiam ser a resposta alternativa
à anomia em que o país parece mergulhar, um estado social caótico, de moral
abalada, em que impera o desregramento e a corrupção.
Mas, uma vez rompida a ordem vigente,
o comando tende a ser assumido (ou “tomado”) pela facção mais bem organizada,
capaz de conduzir ou MANIPULAR o movimento popular e levá-lo ao objetivo da
própria facção. Lembro dos exemplos de três marcantes revoluções: na Rússia,
foram os bolchevistas minoritários que instalaram o comunismo; na França, o
caos levou ao terror; nos EEUU, lideranças sábias fundaram a democracia mais
bem sucedida dos tempos modernos.
Neste momento, quem seriam as
organizações brasileiras capazes de assumir a liderança pós-ruptura? Partidos
políticos? Entidades empresariais? Igrejas? De minha parte, só vejo duas: 1) a
esquerda neocomunista e globalizante, que aparelhou as máquinas governamentais,
minou as instituições constitucionais, infiltrou-se nas centrais sindicais, nas
universidades e na mídia, quase toda; ou 2) as Forças Armadas, sob o comando do
Exército Brasileiro, assumidas como fiéis aos princípios republicanos, segundo
a tradição brasileira.
Então, de coração apertado, anseio por
resquícios de bom-senso e patriotismo porventura existentes em Brasília que levem
a algum tipo de solução de compromisso democrático. Ou teríamos, como únicas
alternativas, repetir 64 ou amargar trágicos "remakes" bolchevistas
ou robespierreanos?