Artigo - Saiba por que o mundo entrará em recessão, mas não o Brasil

O PIB brasileiro cresceu 1% nos primeiros três meses do ano e os dados mais recentes indicam que a economia não perdeu dinamismo no segundo trimestre. Os números correntes contrastam com a expectativa de uma desaceleração mais intensa da atividade adiante. O aperto da política monetária e a piora das condições financeiras no mundo e no mercado doméstico levam a uma acomodação esperada no ciclo de crescimento. Assim, estimamos um modelo de probabilidade de recessão dadas as condições do mercado de ativos.

A recuperação do mercado de trabalho é uma das chaves para entender o aumento do consumo.

Desde o final de 2020, a taxa de desemprego recuou quase 6 p.p., tendo atingido 9,1% em maio, na nossa estimativa mensalizada e dessazonalizada. A queda recente do desemprego é fruto de uma alta mais acelerada da população ocupada, inclusive do emprego com carteira de trabalho assinada. O rendimento médio real também subiu nos últimos meses, contribuindo para a elevação da massa salarial real, cujo crescimento foi pouco superior a 6% desde a virada do ano.

Além do aumento da massa de salários, o consumo é favorecido pelas transferências de renda. Com a aprovação iminente da PEC, que eleva o benefício do auxílio Brasil, cria benefícios a caminhoneiros e taxistas e amplia o vale gás, a massa ampliada será expandida em quase R$ 40 bilhões no segundo semestre.

Também houve redução de impostos que elevam a renda disponível em R$ 60 bilhões até o final do ano. Isso é um colchão adicional que limita uma reversão repentina do crescimento do PIB.

O bom momento da atividade é captado pela nossa pesquisa proprietária. Todos os setores ficaram acima do nível que delimita as zonas de expansão e contração da atividade, com índices significativamente acima da média histórica no caso de serviços. Um modelo logit relacionando as recessões brasileiras datadas pelo Comitê de Datação de Ciclos Econômicos (CODACE) do IBRE/FGV1 com os indicadores da pesquisa do Bradesco sugere que índices acima de 50 estão associados com uma probabilidade zero de recessão.

Esses números contrastam com o verificado nos mercados de ativos e com as projeções de crescimento para o ano que vem. A mediana das projeções dos analistas computada pelo Banco Central aponta para um avanço de 0,5% do PIB em 2023, que é quase 1 p.p. inferior ao consenso para o PIB desse ano. 

Nossa expectativa também é de desaceleração, saindo de um crescimento de 1,8% para estagnação no ano que vem. 

Os mercados também tiveram uma reação negativa nos últimos meses, o Ibovespa, por exemplo já recuou quase 20% desde o pico, no começo de abril. Também refletindo a queda da bolsa, nosso indicador de condições financeiras entrou no terreno negativo (gráfico 1), sugerindo crescimento do IBC-Br abaixo da tendência



Saiba quais as razões que impedirão recessão no curto prazo (recessão global vem aí - e rápido)

 O PIB brasileiro cresceu 1% nos primeiros três meses do ano e os dados mais recentes indicam que a

economia não perdeu dinamismo no segundo trimestre. Os números correntes contrastam com a

expectativa de uma desaceleração mais intensa da atividade adiante. O aperto da política monetária e a piora das condições financeiras no mundo e no mercado doméstico levam a uma acomodação esperada no ciclo de crescimento. Assim, estimamos um modelo de probabilidade de recessão dadas as condições do mercado de ativos.

A recuperação do mercado de trabalho é uma das chaves para entender o aumento do consumo.

Desde o final de 2020, a taxa de desemprego recuou quase 6 p.p., tendo atingido 9,1% em maio, na nossa estimativa mensalizada e dessazonalizada. A queda recente do desemprego é fruto de uma alta mais acelerada da população ocupada, inclusive do emprego com carteira de trabalho assinada. O rendimento médio real também subiu nos últimos meses, contribuindo para a elevação da massa salarial real, cujo crescimento foi pouco superior a 6% desde a virada do ano.

Além do aumento da massa de salários, o consumo é favorecido pelas transferências de renda. Com a aprovação iminente da PEC, que eleva o benefício do auxílio Brasil, cria benefícios a caminhoneiros e taxistas e amplia o vale gás, a massa ampliada será expandida em quase R$ 40 bilhões no segundo semestre.

Também houve redução de impostos que elevam a renda disponível em R$ 60 bilhões até o final do ano. Isso é um colchão adicional que limita uma reversão repentina do crescimento do PIB.

O bom momento da atividade é captado pela nossa pesquisa proprietária. Todos os setores ficaram acima do nível que delimita as zonas de expansão e contração da atividade, com índices significativamente acima da média histórica no caso de serviços. Um modelo logit relacionando as recessões brasileiras datadas pelo Comitê de Datação de Ciclos Econômicos (CODACE) do IBRE/FGV1 com os indicadores da pesquisa do Bradesco sugere que índices acima de 50 estão associados com uma probabilidade zero de recessão.

Esses números contrastam com o verificado nos mercados de ativos e com as projeções de crescimento para o ano que vem. A mediana das projeções dos analistas computada pelo Banco Central aponta para um avanço de 0,5% do PIB em 2023, que é quase 1 p.p. inferior ao consenso para o PIB desse ano. 

Nossa expectativa também é de desaceleração, saindo de um crescimento de 1,8% para estagnação no ano que vem. 

Os mercados também tiveram uma reação negativa nos últimos meses, o Ibovespa, por exemplo já recuou quase 20% desde o pico, no começo de abril. Também refletindo a queda da bolsa, nosso indicador de condições financeiras entrou no terreno negativo (gráfico 1), sugerindo crescimento do IBC-Br abaixo da tendência

A desinibida militância da escritora Martha Medeiros no jornal (3)

Por Renato Sant'Ana

 

Com um manifesto intitulado "Uma escolha fácil", Martha Medeiros faz campanha política em Zero Hora. Só que a arrogância e o desprezo à verdade com que ela sacraliza o seu candidato e diaboliza o adversário não lembram a leveza e o toque de arte da Martha que eu conhecia.

Já nas primeiras linhas, para afirmar que o seu candidato é "do bem" e o outro, "do mal", ela diz que, nas eleições deste ano, a disputa será "armas versus livros, culto à alienação versus incentivo ao conhecimento".  Só se ela inverter o sinal! Pois que falem os fatos.

Em 2011, o Ministério da Educação do governo petista comprou 485 mil exemplares de um livro pretensamente didático da autoria de Heloisa Ramos, contendo (de propósito!) erros gramaticais, tudo destinado a escolas públicas e ensinar à garotada uma língua de carroceiros

Ah, mas a agraciada sra. Ramos explicitou o propósito: "privilegiar a linguagem oral sobre a escrita" e, ainda, substituir a noção de "certo ou errado" pela de "adequado ou inadequado".

Acaso crianças precisam ir à escola para adquirir uma língua oral sem regras gramaticais?  De livro para informalizar a língua? É claro que os Maquiavéis do PT só pretendiam promover indigência intelectual.

O Prof. Cristovam Buarque (senador à época), comentando o livro dela, disse: "Pior do que deseducar, mantém o 'apartheid' linguístico! O shopping fala o português certo, a rua fala o português errado: manter isso é um crime! É a manutenção da desigualdade neste país!"

O ministro responsável por tal "crime de lesa cognição" era o petista Fernando Haddad, que Martha Medeiros qualifica como "um professor com experiência em gestão pública", em quem ela já votou para presidente.

Em 2014 (governo do PT), o Ministério da Cultura aprovou, para receber financiamento por meio de leis de incentivo fiscal, a edição de 600 mil exemplares de uma "adaptação" de "O alienista" de Machado de Assis. Mas, com o pretexto de franqueá-lo ao povão, apenas vulgarizaram um clássico.

A agraciada com o financiamento, Patrícia Secco, que, por exemplo, para "adaptar" a obra trocou "sagacidade" por "esperteza", foi "esperta" ao defender seu lucrativo negócio: "A ideia é distribuir os livros para não leitores, para pessoas simples, que sequer sabem quem é Machado de Assis, como o meu eletricista ou o porteiro do meu prédio. (...) nem quero que os jovens leiam isso. É para um outro Brasil (...)", disse.

Foi com sarcasmo que o novelista Aguinaldo Silva fulminou a "política de cultura" que Martha Medeiros quer ver de volta: "Quando a gente pensa que já viu tudo, eis aí a novidade na área da literatura: criaram um projeto para adaptar os livros de Machado de Assis à linguagem de Lula!"

Nos dois casos, o dinheiro do contribuinte havia de pingar no bolso de apoiadores do PT, sendo mais nocivo o livro didático, usado pelo governo petista para estupidificar escolares: o outro ninguém vai ler.

Agora vejam a mentalidade do candidato para o qual Martha Medeiros faz campanha: "(...) eu não consigo ler muitas páginas por dia, dá sono. E vejo televisão, quanto mais bobagem, melhor para mim. Eu quero é limpar a cabeça", disse Lula (Folha de S. Paulo, 19/08/2009).

Lula nunca escondeu a sua índole de Macunaíma. E jamais ligou para a cultura. Será que Martha Medeiros acredita no mito de que a esquerda valoriza a cultura e a educação? Os fatos mostram que, nos governos de esquerda com arroubos revolucionários, as políticas de cultura servem para promover o bizarro, o grotesco e o licencioso; e a educação, para imbecilizar a juventude, inclusive privando-a de dominar a língua culta.

Conclusão, se Bolsonaro (o outro candidato) nada fizesse no referente a "livros" e a "incentivo ao conhecimento", ainda assim seria melhor do que Lula. Porque, ao menos, não estaria destruindo.

(Esta coluna continua.)

Renato Sant'Ana é Advogado e Psicólogo.

E-mail:  sentinela.rs@outlook.com


Violência financeira contra idosos cresce e reacende discussões sobre como se precaver

 Violência financeira contra idosos cresce e reacende discussões sobre como se precaver

Thiago Martello e Janaina Gimael revelam como a educação financeira pode ajudar idosos a não serem enganados nesse tipo de situação

É cada vez mais comum ver e presenciar idosos sofrendo algum tipo de violência financeira e, em alguns casos, até mesmo extorsões. Esses atos muitas vezes são cometidos por familiares e até por instituições financeiras, que tentam se aproveitar da vulnerabilidade que a idade avançada acaba gerando. 

Dados disponibilizados pelo Disque 100, serviço de denúncias da Ouvidoria da Secretaria dos Direitos Humanos do Governo Federal, revelam que a violência financeira contra idosos é a 3ª maior no ranking dos tipos de violência cometidos no Brasil contra o público mais velho, atrás apenas da violência psicológica e da negligência. 

De acordo com o Estatuto do Idoso, aqueles que cometem violência financeira contra idosos, apropriando-se de seus bens, por exemplo, podem ser penalizados com um a quatro anos de reclusão, além do pagamento de uma multa. Por outro lado, aqueles que se apossam do cartão da conta bancária de um idoso podem pegar entre seis meses e dois anos de detenção, além da multa. 

Segundo Thiago Martello, educador financeiro e fundador da Martello Educação Financeira, um grande percentual dos casos são cometidos pelos próprios familiares. “E praticamente não existe um perfil específico das vítimas, já que golpes são cometidos sem distinção contra pessoas afortunadas e contra aqueles que recebem um salário mínimo, por exemplo. Tem sido, realmente, um problema para diversos idosos”, pontua. 

Para Janaina Gimael, jornalista e educadora financeira, é preciso que se fale mais sobre o tema para que os idosos possam saber como buscar ajuda e se precaver, especialmente quando alguns abusos ocorrem através de instituições financeiras. “Observamos que muitos idosos mal sabem o que acontece em suas contas bancárias porque não têm o conhecimento necessário relacionado à contratação de produtos. Além disso, muitas vezes se endividam realizando um empréstimo atrás do outro e, não raro, pegam esses empréstimos para ajudar outras pessoas, ficando em dificuldade depois. Isso sem contar os muitos golpes que vêm acontecendo por meio de aplicativos e redes sociais”, relata.  Por outro lado, Martello afirma que promover a autonomia desse grupo é um desafio que deve ser superado. “As pessoas mais velhas precisam entender seus direitos e promover mais autonomia para si mesmas. Por algum motivo, nos dias de hoje existe uma infantilização da pessoa idosa, quando tudo o que devemos fazer é promover e facilitar o acesso à educação financeira para esses indivíduos”, declara.

De acordo com o educador financeiro, muitos idosos sofrem com cobranças agressivas de instituições, o que contribui para eles se endividarem ainda mais. “Na maioria dos casos, a oferta do crédito é fácil e rápida, mas a partir do momento em que essas pessoas se tornam inadimplentes, o assédio e as cobranças são insuportáveis. Os bancos costumam terceirizar escritórios para telefonar diariamente com ameaças relacionadas a essas inadimplências, assustando os idosos que se desdobram para realizar pagamentos abusivos”, lamenta.

Caso o abuso seja praticado por bancos e outras instituições financeiras e de crédito, é importante buscar a ajuda dos órgãos de proteção ao consumidor.

Sobre a Martello Educação Financeira  

Criada em 2015, a Martello Educação Financeira é uma fintech e edtech que oferece planejamento financeiro com uma metodologia própria e inovadora, por meio de cursos, mentorias e diagnósticos para melhorar o relacionamento com dinheiro. Já realizou mais de mil atendimentos e possui mais de 500 alunos. Saiba mais em:  martelloef.com.br/ 

 Sobre Thiago Martello  

Apaixonado por finanças, Thiago é administrador de formação, pós-graduado pela FGV, especialista e agente autônomo de investimentos, além de atuar como educador e planejador financeiro desde 2015. Ele começou a trajetória aos nove anos, vendendo balas no farol perto de casa e hoje já mudou a vida de mais de mil pessoas através de uma metodologia exclusiva, simples e divertida e que transformou a vida de muitas famílias. Com bom humor, ele mostra que é possível organizar as contas de forma prática e dar uma "martellada" definitiva na desordem financeira. Para sabe mais, acesse https://martelloef.com.br/ 

 

Sobre Janaina Gimael 

 

A especialista em educação financeira é também jornalista e, desde o início da carreira, se dedica a este complexo universo que impacta o dia a dia das pessoas. Já trabalhou em empresas como a Bloomberg Television, Patagon, Agência Dinheiro Vivo, Ibope Inteligência e Nubank. Também foi sócia fundadora da agência GaP Conteúdo e articulista no portal Dinheirama. Hoje, escreve para o Instituto de Longevidade MAG, com o intuito de estimular a Longevidade Financeira dos brasileiros.