Quando a jornalista gaúcha Ana Maria Cemin começou a campanha nacional intitulada "Somos Todas Débora", apresentando sua própria imagem e a fotografia de um batom, eu mesmo refleti de imediato de que estávamos diante de uma impactante peça publicitária e política que emocionaria como emocionou o País.
A Débora do Batom não saiu mais das redes sociais.
As redes sociais voltaram a bombar nas últimas semanas. Só não vê quem não quer. Os inimigos de Bolsonaro, com ênfase para Moraes e seus auxiliares do STF, tomam uma sova digital histórica nas redes sociais e surgem como vilões neste momento da quadra nacional.
E é claro que eles temem que a sova digital vire verdadeira sova analógica.
Mulheres de todo o País fizeram selfies com o mesmo sentido das postagens feitas pela jornalista gaúcha Ana Maria Cemin.
Ontem, o senador Flávio Bolsonaro pediu que o povo leve batom para a manifestação pró-anistia que sairá dia 6 de abril, domingo que vem, na avenida Paulista.
Estava aí um elemento de caráter político e psicosocial capaz de mobilizar para valer a opinião pública em favor da própria Débora Rodrigues, a cabelereira mãe de dois filhos que pichou com batom a frase "Perdeu Mané" na estátua da Justiça localizada diante do prédio do STF, tudo no 8 de janeiro.
O ministro Alexandre de Moraes mantém Débora presa há dois anos e quer que ela cumpra prisão fechada por 12 anos e meio, mais 1 ano e meio de cadeia.
É uma coisa dantesca.
O julgamento da Débora do Batom está em curso, mas foi suspenso por pedido de vista feito pelo ministro Luiz Fux, mas por pouco tempo.
Mas hoje, sexta-feira, dia 28 de março de 2025, eis que surgiu uma novidade alvissareira:
Em manifestação encaminhada ao STF nesta sexta-feira, 28, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, defendeu a adoção da prisão domiciliar para a cabeleireira Debora Rodrigues dos Santos. Gonet voltou atrás, porque ele defendeu a manutenção da prisão preventiva de Debora.
O aliado de Moraes alega que, com o encerramento da instrução processual, não há mais razões para manter Debora presa preventivamente. Por isso ele defendeu que fossem adotadas medidas cautelares alternativas à prisão preventiva em regime fechado.
O fato é que a decisão de Gonet ocorre no âmbito de forte campanha nacional pela libertação da Dama do Batom e após a divulgação de um vídeo em que a cabeleireira negou que tenha entrado em algum dos prédios dos Três Poderes em em 8 de janeiro de 2023.
Eis o que disse Débora, que é uma explicação que é comum a centenas de presos traiçoeiramente pela PM do Distro Federal e pelos militares do Comando Militar do Leste, dias 8 e 9 de janeiro de 2022.
Prestem atenção:
- Quando me deparei lá em Brasília com o movimento, eu não fazia ideia do bem [valor] financeiro e simbólico da estátua. Quando eu estava lá já tinha uma pessoa fazendo a pichação. Faltou talvez um pouco de malícia da minha parte, porque ele começou a escrita e falou assim: ‘Eu tenho a letra muito feia, moça, você pode me ajudar a escrever?’. E aí eu continuei fazendo a escrita da frase dita pelo ministro [Luís Roberto] Barroso.