Uma de cada três empresas gaúchas não está funcionando no RS

 A décima edição da Pesquisa de Monitoramento dos Pequenos Negócios na Crise, realizada pelo Sebrae RS, entre os dias 2 e 18 de março, mostra que aproximadamente uma em cada três empresas (35%) não está funcionando no Rio Grande do Sul. Este é o maior índice desde que a pesquisa começou a ser realizada. O percentual mais do que dobrou em relação ao levantamento anterior, quando apenas 16% dos negócios estavam fechados. A principal causa deste fechamento, para 70% das empresas, são as restrições de funcionamento dos estabelecimentos impostas pelas autoridades. A pesquisa também mostra que seis em cada dez (60%) empreendimentos apresentaram redução no faturamento nos últimos 30 dias, mesmo nível observado em agosto de 2020, demonstrando o agravamento da situação para muitos pequenos negócios. Desses, 28% indicaram que a redução foi superior a 50%.

 

No sentido oposto, dos 10% que sinalizaram aumento no faturamento, 28% indicaram que o aumento foi entre 11% e 20%. Ainda com viés de melhora, o percentual de empresários que declarou a intenção de fechar definitivamente seu negócio baixou de 16%, em fevereiro, para 5% em março, o que indica uma melhora na expectativa em relação aos próximos 3 meses.


“Tendo em vista a piora da situação para grande parte dos empreendedores gaúchos, especialmente em relação ao nível de faturamento, o Sebrae RS vem atuando junto às autoridades no sentido de que flexibilizem as exigências relativas à obrigações tributárias e de fiscalização, com a prorrogação dos prazos para recolhimento de tributos e renovação de alvarás, de forma a contribuir para a preservação do caixa das empresas. Não é razoável que as mesmas autoridades que proíbem a abertura dos estabelecimentos, exijam o adimplemento das obrigações nos prazos originais, uma vez que é preciso faturar para poder cumprir aquelas obrigações. Contamos com a sensibilidade dos gestores públicos e estamos confiantes de que darão a sua contribuição para a preservação dos negócios”, afirma o diretor-superintendente do Sebrae RS, André Vanoni de Godoy.


A queda nos principais indicadores avaliados revela, também, que entre os entrevistados, 89% consideram que pioraram as condições gerais da economia no RS nos últimos três meses, e, 78% responderam que também pioraram as condições do seu ramo de atividade nesse período. As expectativas para os próximos 30 dias são de manutenção do negócio (54%) e do nível de ocupação (61%). 

 

Financiamento como alternativa 

A busca por financiamento para manter a atividade passou de 19%, em fevereiro, para 24% em março, e, desses, 58% conseguiram obter créditos. No mês anterior eram 45%. O valor médio estimado obtido por empresa foi de R$ 70,2 mil.

A necessidade de capital de giro permanece como principal necessidade para 36% dos entrevistados, enquanto 25% apontaram como primordial realizar parcerias com outras empresas para otimizar os negócios. Em relação ao mercado, a orientação sobre o uso de ferramentas digitais para venda e relacionamento com clientes ainda parece em destaque para 37% dos respondentes. 


O comportamento do nível de ocupação de pessoas segue apresentando recuo em março. Desde agosto de 2020 (51%), março de 2021 é o mês com maior percentual (45%) de empresas sinalizando redução do quadro, e menor percentual (6%) indicando possível aumento na ocupação. Já a média de pessoas ocupadas continua em 4 pessoas por empresa, nível que tem sofrido pouca variação desde novembro de 2020. A pesquisa foi realizada online com 744 clientes atendidos pelo Sebrae RS e tem nível de confiança de 95%, e, margem de erro de 3,5%.


Artigo, Aurélio Schommer - Universidade brasileira: militância e decadência

Conheço professores universitários de universidades públicas sensatos e preocupados com qualidade de ensino e competitividade a partir do conhecimento. Mas, infelizmente, são exceção. A maior parte do corpo docente das universidades públicas é obsessivamente dedicado ao combate à sociedade e à vida como são, à promoção da lógica marxista, com a devida superposição do pensamento pós-modernista.

É assim na Europa e nos Estados Unidos, menos pelo marxismo, mais pelo pós-modernismo. Ambos são projetos de ódio ao Ocidente, à economia de mercado e, não assumidamente, mas na prática, à democracia representativa e à liberdade de expressão.

Ainda direi mais sobre as razões da concentração de pensamentos tão reacionários (o marxismo é uma espécie de reação aristocrática, o pós-modernismo é reacionarismo puro e simples, uma proposta de regressão ao tribal) nas universidades. Por ora, constato que, apesar de terem o apoio de seus pares do ensino básico e de praticamente todos os livros didáticos (no ensino básico, esses livros ensinam que todo homem branco é mau e toda riqueza é suja e não deveria existir, entre outras pérolas de ressentimento, inveja e inversão de valores), eles não conseguem formar maiorias na sociedade.

O caso da Itália, em que a esquerda mais próxima ao pensamento dominante na cátedra e no magistério (ainda assim mais moderada na média) obteve apenas 3% dos votos, é emblemático do fracasso dessa abordagem obsessiva dessa multidão de professores reacionários. No Brasil, dependem de fenômenos que não dominam, embora pautem, como o lulismo, fenômenos com muito pouca relação de causa e efeito entre ideologia e adesão popular.

 

Houve um tempo em que as universidades (criação cristã) eram instituições de vanguarda no pensamento político. A precursora das modernas universidades, a abadia de Bec, teve em Santo Anselmo de Cantuária alguém muito à frente de seu tempo, precursor ele de princípios que norteariam democracias vigorosas, como a britânica. No passado, as universidades estimularam avanços em favor da liberdade de expressão e de comércio. Hoje, a maior parte delas e de seus corpos docentes representam o atraso e a vontade de destruir os melhores legados das primeiras universidades.

Felizmente, a influência das antigas universidades foi vasta na formação do pensamento político. A das atuais é menor, pelo menos quanto ao marxismo, talvez porque defender regimes como os de Venezuela e Coreia do Norte seja extremamente difícil do ponto de vista da razão.

No campo do pós-modernismo esse corpo ocidental monolítico de mestres e doutores que só mereciam o título de ressentidos avessos à razão têm conseguido maior influência, porém provocando reação virulenta e perigosa para as liberdades, as mesmas liberdades tão bem defendidas nas universidades do passado.

 

Diante de tal constatação, qual o futuro da universidade fora do campo das hard sciences, campo aliás que viceja tanto fora quanto dentro das universidades, ao qual se dedicam com afinco os extremo-orientais? Não sei dizer, mas talvez seja importante debatermos sobre, debatermos dentro e fora das universidades. No Brasil, grupos de estudantes "subversivos" têm se dedicado a esse debate, enfrentando a pecha de "fascistas" dada por seus professores, pecha que revela a ignorância deles sobre o que seja fascismo. Eles não sabem mesmo. Aliás, a maior parte deles faz questão de não saber nada além do velho e do novo testamento do ressentimento, quais sejam o marxismo e pós-modernismo.

No tempo das primeiras universidades cristãs, a ambição era ir além do catecismo. Em nossos tempos, a ordem é seguir apenas o catecismo da igreja do ressentimento.

 

(*) Aurélio Schommer é gaúcho de Caxias do Sul. Escritor, pesquisador, autor de "História do Brasil Vira-lata" e "O Evangelho Segundo a Filosofia", ambos pela Editora Record. Mora em Salvador, da Bahia, onde foi conselheiro estadual por oito anos. Atualmente é curador da Flica - Festa Literária Internacional de Cachoeira, BA.

Banrisul disponibiliza crédito para pequenos negócios

Para atender as necessidades de capital de giro e de investimento relacionadas a pequenos negócios, o Banrisul disponibiliza linha de Microcrédito para microempreendedor individual (MEI) com faturamento de até R$ 81 mil por ano; microempresas com faturamento de até R$ 360 mil por ano; e, ainda, empreendedores informais com renda mensal de até R$ 30 mil (nesse caso, é necessário comprovar no mínimo seis meses de atividade). Para pessoa jurídica (MEI e microempresa), o valor do crédito varia entre R$ 2,5 mil e R$ 12 mil, com prazo de pagamento de até 30 meses. Para pessoa física (empreendedores informais), os recursos variam entre R$ 1 mil e R$ 8 mil, com prazo de pagamento de até 24 meses. Para capital de giro, o prazo é limitado a 12 meses.

Ao necessitar capital de giro para atenuar os impactos da pandemia nas finanças, a loja de vestuário e artigos infantis Óia Baby Kids, de Porto Alegre, foi uma das beneficiadas da linha de crédito. De acordo com Thais Fleck, proprietária do estabelecimento, a parceria do Banrisul foi vital para a empresa ganhar fôlego e se manter saudável. “O microcrédito foi muito importante para o nosso negócio, principalmente neste período atípico, quando o fluxo de caixa se desequilibra e mais precisamos de apoio”, destacou. 

O Microcrédito Banrisul conta com avaliação das características do negócio e da necessidade do recurso e, ainda, com o acompanhamento e orientação do Banco durante a operação de crédito. A modalidade oferece carência para o pagamento da primeira parcela, a partir da data de contratação, de até três meses para capital de giro e de até seis meses para investimento.

A solicitação de microcrédito deve ser feita junto às agências do Banrisul, mediante análise de crédito. Reforçando a importância do distanciamento social para conter o avanço da pandemia,  as agências estão atendendo exclusivamente por agendamento. Para agendar o atendimento, o Banrisul disponibiliza aos seus clientes o aplicativo Banrisul Digital e o site www.banrisul.com.br. O cliente pode acessar o app Banrisul Digital e escolher a opção “Agendamento de Atendimento” que está disponível na primeira tela de acesso em “Outros Serviços”. Caso o cliente opte por realizar o agendamento no site, deve clicar na opção “Agende seu Atendimento” na página principal do site.


Marjorie Ferri - Alteração do contrato de trabalho na pandemia: é possível?

Advogada Trabalhista do escritório SCA — Scalzilli Althaus Advogados

A nova onda de restrições de atividades em razão da pandemia pode gerar a necessidade de alterações contratuais de trabalho, de forma abrupta. Entre elas estão mudanças de turno ou redução da carga horária e de salário do empregado. Este cenário abre espaço para o debate: é possível alterar o contrato de trabalho do empregado? Quando?

A relação entre empregado e empregador pode ser objeto de livre estipulação, exceto quando fere — com intuito de desvirtuar, impedir ou fraudar — as disposições legais que protegem o trabalhador e as convenções coletivas que são aplicáveis à respectiva categoria.  Em seu artigo 468, a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) diz que é vedado alterar o contrato sem a concordância do empregado. E mais: a alteração não pode trazer prejuízos, sob pena de nulidade da cláusula infringente dessa garantia. Portanto, nos casos em que o contrato não estabeleceu a possibilidade de mudança de turno, só é possível modificar cláusulas contratuais através do consentimento expresso do empregado. 

Se isso ocorrer, o empregador deve ficar atento para que a mudança não resulte em prejuízo ao trabalhador — como a conclusão de um curso em andamento naquele turno. Para prevenir questionamentos, o ideal é colher o aceite do empregado, preferencialmente, de próprio punho. Como alternativa é possível fazer um aditivo contratual com essa previsão e a devida concordância prévia. Igualmente, por serem considerados nulos os atos que prejudiquem direitos do trabalhador, mesmo que seja possível reduzir carga horária, o que é benéfico, esta não permite a redução do salário — o que é considerado inconstitucional.  

Com a perda da vigência das medidas emergenciais do governo que concediam benefício para redução da jornada e do salário, ainda sem a previsão de novos ajustes, o empregador que adotar essas medidas deve estabelecer um acordo com o sindicato da categoria — com o intuito de manter os empregos e evitar nulidade futura do ato. Também não é possível demitir e recontratar o empregado com salário menor, pois isso representará fraude. 

A melhor saída, de qualquer forma, ainda passa pelo diálogo entre empregado e empregador para construir alternativas em tempos tão difíceis.



Sócios do IPE Saúde já podem usar HUB da Saúde, Canoas, para novos serviços do Moinhos de Vento

A partir de agora, os beneficiários do IPE Saúde podem utilizar a unidade do Hospital Moinhos de Vento no HUB da Saúde, em Canoas, para realizar exames de diagnóstico por imagem, na área da cardiologia e do Núcleo da Mulher. A ampliação dos serviços inclui procedimentos de punção mamária, mamografia, ultrassonografia, teste ergométrico, ecocardiograma, eletrocardiograma, mapa, Holter, radiografias e densitometria óssea. O credenciamento foi assinado nesta quinta-feira pelo superintendente executivo da instituição, Mohamed Parrini, e o diretor-presidente do Instituto de Assistência à Saúde dos Servidores Públicos do Rio Grande do Sul, Marcus Vinícius Vieira de Almeida.

Mohamed destacou como a novidade pode qualificar o atendimento aos usuários do IPE Saúde. “Estamos encurtando a distância desses segurados até a medicina de ponta. Para muitas pessoas que moram em Canoas e na Região Metropolitana, além de evitar deslocamentos maiores até Porto Alegre, ter o serviço mais próximo é um incentivo para se cuidar mais, cuidar de sua saúde. Essa é a nossa missão: cuidar de vidas”, ressaltou o superintendente executivo do hospital. Ele lembrou que o instituto vem estreitando os laços com o Moinhos nos últimos 4 meses. Desde dezembro, foram assinados três acordos com o objetivo de ampliar a cobertura de serviços ofertados.

Para o diretor-presidente do IPE Saúde, o credenciamento da unidade de Canoas é mais um passo para que os segurados tenham atendimento completo de um dos melhores hospitais da América Latina. “Somando os serviços já oferecidos pelo Moinhos de Vento aos segurados e os pacotes assistenciais que estamos elaborando para formalizar nos próximos meses, nossos usuários terão desde consultas médicas, passando por exames, tratamentos e até internações. É um avanço muito significativo que há anos era reivindicado”, afirmou Marcus Vinícius.

Também participaram do ato de assinatura do credenciamento a superintendente assistencial, Vania Röhsig, o superintendente administrativo, Evandro Moraes, a gerente de unidades externas do Hospital Moinhos de Vento, Vanderléia da Rocha Sharb Cereser, a gerente de Relacionamento com Mercado, Diocelia Jungbluth, e o diretor administrativo financeiro do IPE saúde, Vladimir Dal Ben da Rocha. A unidade do HUB Canoas fica na avenida Getúlio Vargas, 4831, térreo. Tem estacionamento em frente ao prédio ou no subsolo.

 

Serviços já oferecidos

Em dezembro, com o credenciamento do Laboratório de Patologia do Hospital, os beneficiários do convênio passaram a ter acesso a exames de diagnóstico de anatomopatologia e Citopatologia, essenciais para a prevenção e o tratamento de diversas doenças. Numa das estruturas mais modernas do Brasil, a instituição oferece 100% de rastreabilidade da amostra. O laboratório é pioneiro na região ao implantar, na mesma área física, tanto a anatomia patológica quanto a biologia molecular trabalhando em conjunto. 

Antes, exames de imagem e infusões de quimioterapia e radioterapia, cardiologia, assim como as especialidades disponíveis na Unidade Iguatemi já faziam parte do escopo disponível aos usuários do IPE Saúde.

Na última terça-feira, também foi assinado um protocolo de cooperação institucional e criado um grupo de trabalho, que tem 90 dias para elaborar pacotes assistenciais com procedimentos nas áreas da oncologia, da gastroenterologia e da pesquisa clínica.

 

Os parceiros

O Hospital Moinhos de Vento é considerado o segundo melhor hospital do Brasil pelos rankings da revista Newsweek e pela América Economia. Entre os 100 melhores hospitais do mundo só existem dois brasileiros — e um deles é o Moinhos. Também está entre os seis hospitais considerados de “excelência” no país pelo Ministério da Saúde.

O IPE Saúde conta com mais de 1 milhão de usuários em todo o Rio Grande do Sul, nos 497 municípios gaúchos, e uma rede superior a 10 mil prestadores credenciados. Além de propiciar assistência aos servidores estaduais, o instituto tem contratos firmados com mais de 260 prefeituras e câmaras municipais e vem trabalhando para ampliar a prestação de serviços no Estado.