Operação Lava Jato: executivos da empreiteira Mendes Júnior têm pena aumentada

O Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) concluiu hoje (16/8) o julgamento da apelação criminal do núcleo da empreiteira Mendes Júnior nos autos da Operação Lava Jato. A 8ª Turma confirmou a condenação e aumentou as penas do ex-presidente da empresa Sérgio Cunha Mendes e dos executivos Rogério Cunha Pereira, Alberto Elísio Vilaça Gomes e João Procópio Junqueira Pacheco de Almeida Prado.
Prevaleceu o voto médio do revisor das ações da Operação Lava Jato no tribunal, desembargador federal Leandro Paulsen.
A decisão também aumentou a pena do dono da corretora Banval, Enivaldo Quadrado, e retirou a litispendência do processo de Waldomiro de Oliveira, condenando-o. Alberto Youssef teve a suspensão do recurso de apelação afastada e poderá recorrer, passando a partir da intimação a correrem os prazos para a defesa.
As penas foram aumentadas baseadas na culpabilidade negativa e nas circunstâncias do crime de associação criminosa. Além disso, foi reconhecido o concurso material entre o crime de corrupção relacionado aos contratos da Comperj e os demais crimes de corrupção, com relação aos quais foi mantida a continuidade delitiva, como na sentença de primeiro grau. No concurso material, os crimes de mesma natureza deixam de ser considerados como um só e passam a ser somados.
Penas
Sérgio Cunha Mendes: condenado pelos crimes de corrupção ativa, lavagem de dinheiro e associação criminosa. A pena passou de 19 anos e 4 meses para 27 anos e 2 meses de reclusão;
Rogério Cunha de Oliveira: condenado pelos crimes de corrupção ativa, lavagem de dinheiro e associação criminosa. A pena passou de 17 anos e 4 meses para 26 anos, 6 meses e 20 dias de reclusão;
Alberto Elísio Vilaça Gomes: condenado por corrupção ativa e associação criminosa. A pena passou de 10 anos para 11 anos e 6 meses de reclusão;
João Procópio Junqueira Pacheco de Almeida Prado: condenado por lavagem de dinheiro. A pena passou de 2 anos e 6 meses para 3 anos, 4 meses e 25 dias a ser cumprida em regime inicial aberto;
Enivaldo Quadrado: condenado por lavagem de dinheiro. A pena passou de 7 anos e 6 meses para 10 anos de reclusão;
Waldomiro de Oliveira: teve a litispendência que havia deixado de o condenar neste processo afastada pelo tribunal e ele foi condenado a 5 anos, 7 meses e 15 dias a ser cumprido em regime incial semi-aberto;

Alberto Youssef: teve afastada a suspensão do recurso e ganhou o direito de apelar neste processo.

- Deflação do IGP-10 em agosto reforça a expectativa de que a tendência desinflacionária persistirá nos próximos meses

- Deflação do IGP-10 em agosto reforça a expectativa de que a tendência desinflacionária persistirá nos próximos meses
Em linha com as divulgações anteriores, o IGP-10 continua a indicar cenário favorável para a inflação nos próximos meses. O índice recuou 0,17% em agosto, de acordo com os dados divulgados há pouco pela FGV, abaixo da nossa projeção e da mediana das expectativas dos analistas do mercado, que apontavam para queda de 0,05%. A deflação menos acentuada do que a observada em julho, quando tinha recuado 0,84%, foi explicada pelo avanço tanto dos preços de produtos agrícolas como dos industriais no atacado. Os preços dos produtos agropecuários passaram de uma queda de 2,52% em julho para outra de 1,56% em agosto. O IPA industrial recuou 0,04% neste mês (ante variação negativa de 0,90% na leitura anterior), refletindo o avanço do minério de ferro. O IPC, por sua vez, mostrou alta de 0,34% no período, ante queda de 0,17% no mês passado, impactado pelo aumento dos tributos sobre combustíveis. Por fim, o INCC desacelerou, ao passar de uma elevação de 0,62% em junho para outra de 0,27% em julho. Com esse resultado, o IGP-10 acumulou deflação de 1,7% nos últimos doze meses, ante recuo de 1,4% na leitura anterior. A surpresa baixista sustentou o cenário favorável para os preços ao consumidor nos próximos meses.

Análise - Crescimento das vendas do varejo em junho indica estabilização do PIB à frente

Análise - Crescimento das vendas do varejo em junho indica estabilização do PIB à frente

As vendas do varejo cresceram na passagem de maio para junho, reforçando nossa expectativa de retomada da atividade econômica nos próximos trimestres. Nesse sentindo os indicadores antecedentes e coincidentes já conhecidos sinalizam estabilidade do PIB à frente. Para o segundo trimestre, no entanto, continuamos a esperar uma contração da atividade econômica em reflexo principalmente ao desempenho do setor de serviços. As vendas reais do comércio varejista restrito avançaram 1,2% entre maio e junho, descontados os efeitos sazonais, de acordo com o divulgado ontem pelo IBGE. Na comparação interanual, as vendas subiram 3,0%, mas acumulam queda de 3,0% nos últimos doze meses. A receita nominal apresentou desempenho positivo, com ganho de 0,8% ante maio, na série com ajustes sazonais. Setorialmente, seis dos oito segmentos pesquisados registraram expansão na margem em junho. O resultado positivo do mês foi impulsionado pelas altas de 5,4% das vendas de tecidos, vestuário e calçados, que reverteram parcialmente a queda de 8,5% em maio. Também merecem destaque as expansões verificadas no comércio de moveis e eletrodomésticos e de livros, jornais, revistas e papelaria, de 2,2% e 4,5%, respectivamente. Por outro lado, as vendas de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo recuaram 0,4%. O volume de vendas do comércio varejista ampliado, que também considera os segmentos de veículos e materiais de construção, cresceu 2,5% na margem, na série dessazonalizada. Ainda assim, as vendas de veículos e motos, partes e peças apresentaram crescimento de 3,8%, e as de material de construção subiram 1,0% no período. Em relação ao mesmo mês do ano passado, as vendas do comércio ampliado avançaram 4,4%. Por fim, com base nos indicadores já conhecidos, esperamos ligeira queda das vendas do varejo em julho.