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Dica do editor - Artigo, Renato Sant'Ana - Ser bonzinho ou responsável é uma escolha

         A maioria dos brasileiros tem boa inclinação moral. Será suficiente? Não! É preciso ser mais do que "bonzinho", sob pena de virar só um facilitador da maldade articulada. Querem ver?
          Para alegria dos traficantes, a deputada socialista Luciana Genro está chamando para a "marcha da maconha", dizendo que a atual política antidrogas é "guerra aos pobres". É demagogia, claro! Mas muitos bonzinhos acreditam na falácia e vão marchar pela erva...
          Essa esquerda coprofílica investe na pobreza, não nos pobres. Para quê? Para tocá-los como gado (marcha da maconha em favor da periferia...). E investe no sentimentalismo do bonzinho, que, quando tem cabeça oca, engole a retórica populista e vira massa de manobra.
          Por muitos anos, isso colou. Só que, hoje, tem muito brasileiro abandonando o comodismo, pensando a política como adulto e deixando de "ser bonzinho" para "ser responsável": sim, o Brasil está mudando!
          E os que não querem mudanças, apostando no desânimo dos bonzinhos, usam as redes sociais para difundir crenças como "oh, não adianta!", "que tolice, achar que os políticos ligam para a opinião pública!", etc.
          Na real, tudo que a coalizão do atraso não quer é o povo nas ruas e o patriotismo despertado em 2013!
          Que cada brasileiro escolha entre ser um bonzinho amestrado ou alguém que abraça com responsabilidade o Brasil!

Renato Sant'Ana é Advogado e Psicólogo.
E-mail: sentinela.rs@uol.com.br

Artigo, Fernão Lara Mesquita, Estadão - O diabo na rua, no meio do redemoinho.

Viver é mais perigoso a cada minuto que passa neste mundo do coronavirus. Que fake news que nada! Problema mesmo são as verdadeiras!
Eu mesmo já nem ouso mas a História certamente terá muito a dizer sobre o fantástico “case” que se desenrola diante dos nossos olhos: De como a gripe menos letal das ultimas décadas desencadeou uma epidemia global de super-reações de governantes tementes ao linchamento e precipitou, do nada, o maior pânico financeiro do milênio.
Não é só o Brasil. “O mundo nas juntas se desgovernou”, como o jagunço Riobaldo temia que se desgovernasse.
Um mundo onde os vírus migram dos morcegos para os humanos, do marketing para a política e dela para os mercados. Um mundo onde ficou tão mais barato fazer e entregar um discurso “customizado” a cada consumidor quanto mais caro servir-lhe qualquer coisa fora do padrão massificado da economia de escala dos monopólios planetários. Um mundo onde as “narrativas” e a realidade correm cada vez mais aceleradamente em direções opostas e a concentração do poder econômico é o efeito mais direto da desconcentração do foco do poder político.
Na louca febre das bolsas a contribuição chinesa deu-se por ricochete. Ha meses o mercado procurava uma razão para uma queda. Serviu-a na bandeja a disposição das democracias ocidentais de tratar como igual o mandarim vermelho que, numa bela manhã – não porque tivesse sido instado a tanto pela ciência mas antes porque pode fazer o que bem entender impunemente – acordou com ganas de isolar uma mega cidade inteira depois de ouvir um par de espirros.
Na China faz-se, não se discute, porque para quem vem cheio de idéias sempre ha o “campo de reeducação” – agora à paisana, no meio da cidade e com cara de condomínio – ou o tiro na nuca para os insistentes. Por mais predispostos que estejamos a esquece-lo enquanto babamos ovo para as “Muralhas da China” e os “Palácios de Verão” dos novos imperadores, o que continua sendo, lá, é o que sempre foi, só com mais dinheiro e esperança para quem conseguir manter-se vivo e em paz com o partido. As quase democracias também continuam iguais. Nunca saíram do brejo. O que vem mudando rapidamente para pior é a ponta das democracias verdadeiras.
O dado novo, que pesa decisivamente para quem vive de voto, são as “tricoteuses” da revolução das comunicações. Todo mundo tem aquele amigo, aquela amiga, com histórico de razoabilidade que, armado do seu celular, passou a comportar-se como um fanático que se ocupa com zelo religioso em fazer circular textos e imagens que não enganariam nem uma criança em condições normais de temperatura e pressão, e a pedir mais e mais “sangue”, desde as primeiras filas da guilhotina das teorias planetárias da conspiração. A “ascensão do idiota” desde que descobriu-se maioria esmagadora e “perdeu a modéstia”, descrita por Nelson Rodrigues, acabou num grau inimaginável daquela “embriaguez pela onipotência numérica” que ele antecipou e temia antes do advento do mundo em rede.
No meio do caminho entrou em cena o potentado Putin jogando petróleo real no incêndio da febre que quem vive de voto vai ter de apagar. Mas antes disso o cenário de desolação já estava definido. Houve tempo em que a notícia é que pautava os jornais. Hoje os jornais é que pautam a notícia. Uma cidade inteira sob sítio? Vale! E lá estava, mais uma vez oferecida, a janela aberta para o mundo. E havendo janela, ha que haver ministro que nela se debruce e jornalista para inquiri-lo e pauteiro para encher a linguiça de cada canal melhor que a do vizinho. E como o medo é que governa os governos nesta era do apedrejamento em rede, instalou-se mais uma vez a cadeia mundial da irracionalidade: “Ele fez. Vai que eu não faço e…”
Hoje é possível fazer um “e-comício” para cada plateia selecionada pela história das suas emoções; criar um compromisso com cada indivíduo; falar-lhe “ao pé do ouvido” de dentro do “grupo” dos seus íntimos. Mas como  tratar de questões mais amplas com o necessário distanciamento num ambiente de tanta falta de cerimônia?
“Ilusão de noiva” acreditar que a supressão do intermediário especializado melhorou a relação candidato-eleitor. A tapeação agora é algoritmizável. Não precisa nem “ser artista”. Qualquer sujeito sem nenhuma graça ou talento pode enganar com eficiência científica. E se na relação intermediada pelo jornalismo o contraditório era a regra exigível cuja ausência ligava o alarme contra o enviezamento, hoje ele é o intruso expulso a socos e ponta-pés quando é flagrado insinuando-se numa “conversa de íntimos”.
Cada cercadinho emite e recebe exclusivamente o mesmo zurro. Complicadíssimo, portanto, não se esborrachar numa omelete andando por cima de tantos ovos. A onda do coronavirus baixaria radicalmente, mesmo assim, com uma providência simples. Se todas as vezes em que a palavra chegasse a ser mencionada fosse obrigatório acrescentar a informação que lhe define a estatura – …“coronavirus, a febre chinesa da vez cuja letalidade é bem menor que a da gripe N1H1”… – o mundo estaria, neste momento, bem menos emocionante.  Esta