O Conselho Federal da OAB confirmou a chapa única para a diretoria da próxima gestão da instituição. O advogado Beto Simonetti foi reeleito por aclamação, em chapa única e pela primeira vez na história da entidade a reeleição.
A chapa de Beto Simonetti tem ainda outros quatro advogados, sendo duas advogadas como secretárias (Roseline Morais OAB/SE e Christine dos Santos OAB/ES) e dois advogados (Felipe Sarmento OAB/AL e Délio Lins OAB/DF como vice e tesoureiro, respectivamente.
Chama a atenção da advocacia nacional que os estados que detém o maior número de advogados no Brasil, como São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais não possuem representantes na chapa de Beto Simonetti.
Também deixaram de figurar representantes dos estados do Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina que, juntos com MG, SP e RJ, representam majs de 80% dos advogados brasileiros.
Para os analistas de Brasília alguns acordos podem ter sido realizados para que essa composição viesse a figurar em chapa única.
Uma das possibilidades aventadas é que Beto Simonetti renuncie no meio de seu mandato para permitir que Felipe Sarmento se torne o presidente nacional. Outra possibilidade decorre de uma alteração feita no final do ano passado, no estatuto da OAB.
A alteração teria ocorrido às vésperas da últimas eleições da OAB, criando cargos de livre nomeação da diretoria. Esses cargos de livre nomeação da diretoria (apelidados pela classe de “prêmios de consolação”) serviriam para acomodar os interesses de representantes políticos de estados que não compuseram a diretoria.
Um dos exemplos especulados é de que um desses cargos seja destinado à Santa Catarina, uma vez que o estado teria deixado de ocupar vaga na diretoria por almejar acesso a vagas no STJ ou do próprio Conselho Nacional de Justiça.
A vaga na diretoria do CFOAB que deveria pertencer a um dos estados do Sul era para ser ocupada por uma MULHER já que Beto Simonetti, presidente, Felipe Sarmento, vice-presidente e o tesoureiro Délio Lins já estavam confirmados, restando assim a observância da regra de paridade de gênero para os outros dois cargos.
Houve reclamações em grupos de conselheiros de que os líderes políticos que ajustaram a composição da chapa (mas não figuravam em diretoria) não teriam lutado pela inclusão dessas mulheres justamente para que ficassem reservados a eles próprios e seus estados, os espaços políticos futuros. O fato causou profundo desconforto nas fileiras da OAB.
Outro dos cenários avaliados é que o Rio Grande do Sul teria aberto mão agora para ter vaga já garantida na diretoria da próxima gestão do CFOAB.
Especula-se, então, que neste mandato Santa Catarina teria uma vaga no Superior Tribunal de Justiça ou outro Tribunal de livre escolha, sendo que o Paraná, por não ter relação política amistosa com o atual grupo que comanda o Conselho Federal teria ficado sem vaga no tribunal e sem vaga na diretoria. O fato é que as mulheres do sul, mais uma vez, sobraram