J.R. Guzzo, Veja - O “Plano B” do PT para as eleições foi a pique


J.R. Guzzo, Veja -  O “Plano B” do PT para as eleições foi a pique
O “Plano B” do PT para as eleições foi a pique. Espera-se pelo próximo

O PT está com o mesmo problema de Diógenes na Grécia antiga. O filósofo, como se conta na história, andava pelas ruas de Atenas, em plena luz do dia, carregando na mão uma lanterna acesa. “Para que essa lanterna, Diógenes?”, perguntavam os atenienses que cruzavam com ele. “Para ver se eu acho um homem honesto nesta cidade”, respondia. É o que o PT está procurando hoje entre os seus grão-senhores ─ um sujeito honesto, ou, pelo menos, que tenha uma ficha suficientemente limpa para sair candidato à Presidência da República. Está difícil achar essa figura. O “Plano A” do partido para as eleições sempre previu a candidatura do ex-presidente Lula. Quem mais poderia ser? Nunca houve, desde a fundação do PT, outro candidato que não fosse ele ─ e quem achou um dia que poderia se apresentar como “opção” jaz há muito tempo no cemitério dos petistas mortos e excomungados.

Como no momento Lula está condenado a doze anos e tanto de cadeia por corrupção e lavagem de dinheiro, sem contar outras sentenças que pode acumular nos próximos meses, sua candidatura ficou difícil. O “Plano B” previa que em seu lugar entrasse o ex-governador da Bahia, Jaques Wagner ─ mas o homem acaba de ser indiciado por roubalheira grossa num inquérito da Polícia Federal, acusado de levar mais de 80 milhões de reais em propina em seu governo. O “Plano C” poderia incluir a atual presidente do partido. Mas ela também é acusada de ladroagem pesada, e só está circulando por aí porque tem “foro privilegiado” como senadora; aguarda, hoje, que o Supremo Tribunal Federal crie coragem para resolver o seu caso um dia desses. (De qualquer forma, seria um plano tão ruim que ninguém, nem entre a “militância” mais alucinada, chegou a pensar a sério no seu nome.) O “Plano D”, ao que parece, é o ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad. Ele é uma raridade no PT de hoje ─ não está correndo da polícia, nem cercado por uma manada de advogados penalistas. Em compensação, tem de lidar com a vida real. O problema de Haddad não é folha corrida ─ é falta de voto. Na última eleição que disputou perdeu já no primeiro turno para um estreante, o atual prefeito João Doria, e de lá para cá não aconteceu nada que o tivesse transformado num colosso eleitoral.

Um “Plano E” poderia ser o ex-ministro Ciro Gomes. Mas Ciro não é do PT, os petistas não gostam dele e o seu grau de confiança nos possíveis aliados é mínimo. “É mais fácil um boi voar do que o PT apoiar um candidato de outro partido”, disse há pouco. Daí para um “Plano F”, “G” ou “H” é um pulo. Sempre haverá algum nome para colocar na roda. Resolve? Não resolve. O problema real é que o PT se transformou há muito tempo num partido totalmente franqueado ao mesmo tipo de gente, exatamente o mesmo, que sempre viveu de roubar o Erário em tempo integral. O partido, hoje, é apenas mais uma entre todas essas gangues que infestam a política brasileira. A dificuldade eleitoral que o PT encontra no momento não é o fato de que Lula foi condenado como ladrão duas vezes, na primeira e na segunda instâncias. É que, tirando o ex-presidente da campanha, nada muda ─ o sub-mundo ao seu redor continua igual. Ou seja: o partido não vai se livrar da tradicional maçã estragada e tornar-se sadio outra vez. A esta altura, o barril todo já foi para o espaço. De plano em plano, podem ir até a letra “Z” sem encontrar o justo procurado por Diógenes.

Venda de imóveis novos cresceu 113,3% em dezembro, Porto Alegre

         Em dezembro de 2017 foram vendidas 482 unidades novas em Porto Alegre, o que representou acréscimo de 113,27% em relação a novembro, quando foram negociadas 226 unidades segundo apurou a Pesquisa do Mercado Imobiliário realizada mensalmente pelo Departamento de Economia e Estatística do Sinduscon-RS. Já na comparação com dezembro de 2016, houve acréscimo de 14,49% no número de unidades comercializadas pois naquele mês foram vendidas 431 unidades.
          Os apartamentos de dois dormitórios foram os mais vendidos em dezembro último (168 unidades) representando 34,82% do total, seguidos por unidades de três dormitórios (19,29%) e de um dormitório (18,05%). As salas e conjuntos representaram 13,49% do total.
          No acumulado de 12 meses, os apartamentos de dois dormitórios representam 42,78%, os de três dormitórios participam com 27,56% e salas e conjuntos 14,62%.
          A pesquisa apontou ainda que das unidades vendidas em dezembro, 30,29% estavam na planta, 53,11% em obra e 16,60% concluídas.
          A velocidade de vendas ficou em 10,87% em dezembro último contra 5,39% em novembro e 10,55% em dezembro de 2016. No acumulado do ano de 2017 a velocidade de vendas foi de 6,72% contra 8,45% no ano anterior.
          Em novembro de 2017 foram lançadas 348 unidades em Porto Alegre. Já o acumulado de lançamentos nos últimos 12 meses (dezembro/2016 a novembro de 2017) é de 2.534 unidades (em 28 empreendimentos), numa redução de 12,07% na comparação com o mesmo período anterior quando foram lançadas 2.882 unidades (36 empreendimentos).
       Os bairros com maior volume de vendas em 2017 foram: Jardim Lindóia – 548 unidades, Humaitá – 314 unidades, Rubem Berta – 264 unidades, Passo d’Areia – 205 unidades e Cavalhada – 204 unidades

Brasil ativou, em janeiro, 74 celulares 4G por minuto

Durante todo o mês de janeiro, 3,2 milhões de novos chips 4G entraram em operação, somando um total de 105,5 milhões de acessos ativos

Brasília, 02/03/18 - O Brasil ativou em janeiro 74 chips de 4G por minuto. Durante todo o mês, foram 3,2 milhões de novos acessos de quarta geração da telefonia móvel. Ao todo, o País já tem 105,5 milhões de chips 4G, segundo balanço da Associação Brasileira de Telecomunicações (Telebrasil). No período de 12 meses, entre janeiro de 2017 e janeiro deste ano, foram 41 milhões de novos acessos, um crecimento de 63% no período.

As redes de quarta geração também continuam em expansão, com crescimento de 137% em 12 meses. O 4G já está em operação em 3.851 municípios, onde moram 93% da população brasileira. Essa cobertura é mais de três vezes superior à obrigação estabelecida nos leilões das licenças de serviços móveis, de 1.079 municípios.

A cobertura de 3G também apresentou crescimento, alcançando 5.151 municípios em janeiro, onde moram 98,9% da população brasileira. Desde janeiro de 2017, 163 novos municípios receberam as redes de 3G. Ao todo, o número de acessos 3G chega a 81 milhões no País. A cobertura 3G ultrapassa em muito a obrigação atual, que é de 3.917 municípios.



No total, o Brasil já conta com 205 milhões de acessos à internet pela rede móvel. Consideradas os acessos fixos e móveis, os dados de janeiro mostram um total de 234 milhões de acessos no País. Destes, 29,1 milhões são em banda larga fixa, segmento que cresceu 8,7% em 12 meses, com 2,4 milhão de novos acessos.

Governo endurece políticas públicas sobre drogas

O Conselho Nacional de Políticas Sobre Drogas (Conad) aprovou nesta quinta-feira resolução que "atenda à posição majoritariamente contrária da população em relação às iniciativas de legalização das drogas". Foi por 22 a 16 votos. O Conad é vinculado ao ministério da Justiça.

O autor da proposta é o médico gaúcho e ministro do Desenvolvimento Social, Osmar Terra, a resolução é também uma sinalização da nova orientação do governo federal sobre o tema. Diz Osmar Terra:

-  A política que o governo vai adotar a partir desta resolução é diferente. A lei em vigor tem se revelado fraca no sentido de conter a epidemia de uso de drogas, mesmo que proibindo-as. Esta resolução amplia a forma de agir nas políticas públicas em relação às drogas […]. É uma manifestação não só do conselho, mas do governo, já que os votos do governo [no Conad] foram unanimemente contrários a uma política de liberação das drogas”, disse Terra.

O ministro disse que o atual modelo de acolhimento, tratamento e reinserção social que orienta o atendimento a dependentes químicos em unidades públicas de saúde é “extremamente proibicionista e restritivo” em relação ao trabalho das comunidades terapêuticas e grupos de mútua ajuda que, segundo ele, “são os que conseguem algum resultado” efetivo no tratamento da dependência química.

“Milhares de pessoas em todo o país são capacitadas a cuidar de dependentes químicos por um manual que proíbe falar em abstinência, mas a redução de danos, sozinha, tem um resultado pífio, não só para a vida do dependente químico, como para a de toda a sua família. A partir de agora, todo o material que for produzido pelo governo e toda capacitação de profissionais vai ser diferente, colocando questões que não vinha sendo colocadas, como a promoção da abstinência”, acrescentou o ministro.


Classificando o uso de substâncias psicoativas ilícitas como uma epidemia, Terra revelou que espera que o Congresso Nacional aprove, em breve, o Projeto de Lei Complementar (PLC) 37, em análise no Senado. “A violência está se propagando e a própria política do governo federal de enfrentamento a essa violência exige que se faça alguma coisa na política sobre drogas. Espero que o Congresso Nacional aprove, em pouco tempo, uma nova política sobre drogas, aumentando o rigor no enfrentamento”, disse o ministro.

Para Osmar Terra, o PLC 37 inclui “avanços” na atual legislação. “É o caso da possibilidade de internação involuntária, que já existe na chamada Lei Antimanicomial para surtos psicóticos. Uma pessoa que está na Cracolândia fumando uma pedra de crack sem parar não tem a mínima capacidade de avaliar sua própria situação. A internação será feita a pedido do médico, acompanhado pelo Ministério Público, e apenas para desintoxicação”, explicou.

Pela resolução aprovada nesta quinta-feira, o realinhamento da política nacional sobre drogas deve levar em conta os projetos de alteração das leis que tramitam no Congresso Nacional, as recentes decisões do Poder Judiciário e a necessidade de contínuo aprimoramento das ações públicas de prevenção, acolhimento, formação, pesquisa, cuidado e reinserção social no campo das políticas sobre drogas. A norma também estabelece que qualquer mudança considere a formalização da rede nacional de mobilização comunitária e apoio aos familiares, em articulação com grupos e entidades da sociedade civil organizada cuja atuação seja reconhecida. Além disso, a União deve promover o fomente à rede de suporte social, composta por essas organizações da sociedade civil.

Um dos pontos criticados por conselheiros contrários à proposta foi o que diz que o realinhamento da política nacional deve levar em conta também a “posição majoritariamente contrária da população em relação às iniciativas de legalização das drogas”. Para os que discordaram, não há pesquisas oficiais ou confiáveis sobre a posição da maioria dos brasileiros. O texto, no entanto, foi mantido.

Conselheira vê retrocesso

A representante do Conselho Federal de Serviço Social, Fabíola Xavier Leal, disse que a aprovação da resolução é um retrocesso aos olhos de quem defende uma política progressista. “Significa um retrocesso de mais de 20 anos. Reforça o uso da abstinência como única possibilidade de tratamento, desconsiderando o que apregoa a reforma psiquiátrica, que é o recurso à redução de danos", afirmou Fabíola.

Para a conselheira, o objetivo é "fortalecer as comunidades terapêuticas de cunho religioso em detrimento de toda a rede de atenção psicossocial". Além disso, ressaltou Fabíola, "desse modo, inviabiliza-se qualquer debate sobre a regulação das drogas no Brasil, usando informações e dados que não se fundamentam.”

Já o representante do Conselho Federal de Medicina, Antônio Geraldo da Silva, afirmou que a população brasileira ganha com a aprovação da resolução. “Teremos uma política realmente voltada para a redução do número de dependentes químicos, um indicativo para estados e municípios. Com essa proposta, poderemos trabalhar para buscar a abstinência, e não apenas a redução da quantidade de álcool ou drogas. E jamais em favor de uma legalização ou descriminalização das drogas, o que seria um retrocesso”, disse o psiquiatra.

Ele enfatizou que, na prática, nos equipamentos públicos, os profissionais orientavam os dependentes químicos a diminuir o consumo, e não a tentar superar o vício. “Isso vinha sendo implantado através de cartilhas, de orientações aos profissionais, o que é um erro. A redução de danos pode ser um meio para atingirmos o que buscamos, que é a abstinência.”

O representante do terceiro setor, Haroldo Jorge Praciano Pereira, que falou em defesa das Santas Casas de Misericórdia e entidades filantrópicas, também aprovou a nova resolução do Conad.  “É uma medida legal que dará segurança jurídica para as Santas Casas e entidades firmarem contratos com entes públicos a fim de ofertarmos atendimento aos dependentes químicos e a suas famílias. Já prestamos esses serviços, mas sozinhos", disse Praciano, que destacou a importância de uma legislação que permita trabalhar junto com o Estado, ao qual as filantrópicas podem dar grande apoio. Pereira disse que é favorável ao endurecimento no combate às drogas ilícitas.