Artigo, Rogério Mendelsky - A vitória de Sartori

Se o Natal do governador José Ivo Sartori não foi dos melhores pela angústia da espera pela aprovação do seu pacote legal de medidas, o seu reveillon de hoje à noite será diferente. Aliviado pelo sucesso de ver o seu projeto de governo dar os primeiros passos com o apoio decisivo da maioria da Assembléia Legislativa, Sartori poderá brindar a chegada de 2016, mesmo que o ano iniciante ainda tenha muita dificuldade pela frente.
O ano que termina hoje, provavelmente, tenha sido o pior já enfrentado por todos os governadores que passaram pelo Palácio Piratini e Sartori com um estoicismo surpreendente (acredito que seus anos de seminário tenha lhe forjado um temperamento adequado para todas as crises) suportou críticas contundentes (inclusive deste comentarista), traições políticas e manifestações corporativas que chegaram no limite da irracionalidade.
No entanto, Sartori atravessou esse pântano perigoso, quebrou as pernas de 2015 e só não conseguiu pagar em dia o décimo terceiro salário do funcionalismo do Poder Executivo, mas encontrou uma operação financeira que “quebrou o galho” de quem contava com esse recurso para suas necessidades neste mês de dezembro sempre com mais despesas extras.
Do pacote de leis, o governador conseguiu com sua base parlamentar aprovar todos os projetos e apenas quatro ficaram para outro exame legislativo quando terminar o recesso da Assembléia. Para quem  não acreditava no escore totalmente favorável a Sartori, apostando na pressão física da oposição e das corporações de servidores, desconhecia uma força estranha que moveu os deputados na votação favorável desta reforma do Estado proposta pelo governador.

Talvez os deputados governistas soubessem que distante do Palácio Farroupilha estava a maioria silenciosa dos gaúchos que ainda apostam no governador Sartori para que ele deixe de ser, a partir de agora, um administrador da folha de pagamentos dos servidores e governe para todos os rio-grandenses.

O enterro dos ossos, por José Nêumanne Pinto -

As eleições não terão o condão de unir esta Pátria em frangalhos e escombros e sem futuro
Espere mais um pouco. Este ano da (des)graça de 2015 não acabará amanhã nem talvez em mais 12 meses: ele tem tudo para se arrastar pelo menos até o réveillon de 2019, quando só então a esperança poderá ressurgir.
Militantes ocultos, embalados pelos eflúvios da ceia natalina, apostam que as facas voltaram às bainhas e o pó da rua assentou desde que a dissidência liderada por Barroso, o copioso, deu vitória parcial (que pode se tornar de Pirro) ao desgoverno Dilma há duas semanas. Ledo e ivo engano! A maioria governista flutuante (de 5 a 8, mais o voto de Minerva de Lewandowski sempre a favor) decretou a intervenção do Judiciário, de início, sobre o Legislativo e, em seguida, sobre nossa língua materna, que está ficando menos culta e mais feia.
Pois o artigo 51, parágrafo 1.º, da Constituição vigente, pelo menos até segunda ordem na próxima sessão plenária do Supremo Tribunal Federal (STF), reza: “Compete privativamente à Câmara dos Deputados: I – autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração de processo contra o Presidente e o Vice-Presidente da República e os Ministros de Estado”. Ao transferir para o Senado o poder de abrir o processo, avalizado por maioria de dois terços dos deputados, o STF deu ao verbo um sentido que o dicionário do mestre Houaiss não reconhece entre uma miríade de significados: o de apenas encaminhar. Autorizar quer dizer: tornar lícito, permitir, dar permissão a, consentir, dar direito a, dar motivo a, possibilitar, tornar válido, abonar, justificar e validar.
Mais subversivo ainda foi dar ao advérbio de modo privativamente, que significa exclusivamente, singularmente, especificamente, o sentido de subsidiariamente, cuja palavra latina, de que decorre no vernáculo, representa algo “na reserva, na retaguarda”. Com a troca semântica, o STF dispôs-se a atuar como Poder não autônomo (para Houaiss, “dotado da faculdade de determinar as próprias normas de conduta, sem imposições de outrem”), mas submisso (“disposto à obediência”, idem).
De volta à História: por que, além de provar a subserviência do Judiciário ao Executivo, a vitória de Dilma não seria parcial e lembraria a do rei de Épiro e Macedônia, ao lamentar uma batalha vitoriosa por ter nela perdido tantos soldados que passou a considerar a consequência inevitável da derrota na guerra? É que, numa prova de que o cérebro não é sua arma favorita, a presidente Dilma, no dia seguinte a esta, em vez de estender a mão à Nação, que amarga índices apavorantes de queda de atividade econômica, emprego e renda e inflação e dólar em alta, para buscar a conciliação para sair do atoleiro, enfiou o pé no acelerador: deixou de fingir que acenava ao mercado, abraçou o populismo e beijou o desastre.
Cérebro também não é o forte do candidato que ela derrotou em 2014. Aécio Neves flertou com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, cuja popularidade é pior que a de Dilma, e assistiu de camarote à humilhante derrota da batalha nas ruas ao escolher outra banda podre da maçã. Depois, cuspiu na face da alternativa de poder à mão, Michel Temer, e correu para casa, de onde, aliás, parece nunca ter saído.
Ambos provam ao povo traído, irado e ressabiado que vale a descrição sempre atual do historiador Sérgio Buarque, que definiu como cordial (de cordialis, coração em latim medieval) a desfaçatez sem pudor do brasileiro na mistureba viciosa do público com o privado.
Chefe do governo e líder da oposição já confundiram muito rua e casa e agora mostram ter coração duro, sem coragem nem compaixão. No Rio, Dilma inaugurou o Museu do Futuro, exata metáfora da evidência de que o País do porvir, previsto por Stefan Zweig, fica cada vez mais distante deste. Agora temos até um museu para celebrá-lo, já que do passado nunca ninguém cuidou. E ela não voltou para consolar os pobres aflitos morrendo feito insetos às portas dos hospitais públicos fluminenses.
Mauricio Macri aborda as vítimas das enchentes na Argentina e Dilma as sobrevoa de helicóptero: ele sabe que governo implica compromisso com o povo; ela acha que é só ficar no poder e, com seu estilo tatibitate, repete diuturna e noturnamente a decisão histórica do imperador fanfarrão. Aécio não foi ao Sul nem deu atenção à devastação do Rio Doce pela lama tóxica no Estado onde nasceu, que governou e no qual foi por ela derrotado.
Para Elizabeth Bishop, o órgão mais utilizado pelo brasileiro é o fígado. A presidente não perturba o dela lidando com desgraças ao rés do chão e a céu aberto. O senador distribuiu em redes sociais cartões de um Natal de comercial de margarina no apartamento em que arrastões na praia de Ipanema não azedam seu humor. Dilma preferiu indultar petistas condenados pelo STF no mensalão e se solidarizar com um aliado bebum, ofendido no Leblon por bêbados do lado de lá, a consolar vítimas da microcefalia, da doença pública no Rio e da lama tóxica em Minas.
É tolo esperar que neste conflito nossa Pátria em frangalhos e escombros se una nas eleições que prenunciam mais do mesmo: em 2016, dona Marta do PT disputará a Prefeitura de São Paulo com seu Haddad do padim Lula? Em 2018, Aécio, Serra e Alckmin terão triunfo inusitado ou mais um fiasco?
Haverá uma regata olímpica à ré na Baía de Guanabara, descrita como “nojenta” pelo holandês Dorian van Rijsselberghe, campeão em Londres-2012 na classe RS:X? Ele teve de tirar sacos plásticos do casco do barco para vencer a Copa Brasil de Vela. E o mal-estar de um membro de sua equipe denota que estamos com o intestino solto.
Em seis meses, os coliformes fecais guanabarinos, os dejetos metálicos da Samarco, a seca e a microcefalia no Nordeste e os incêndios na Amazônia e na Bahia ganharão o mundo, mas não mais conquistando o planeta, como nos tempos do charme imbatível de Lulinha Paz e Amor. A nós, desde o tempo da Confederação dos Tamoios, só nos resta recolher os cacos e enterrar os ossos.

(*) José Nêumanne Pinto é jornalista, poeta e escritor.

Ano Novo - Horários de funcionamento dos serviços em Porto Alegre

COMÉRCIO
Segundo o Sindilojas Porto Alegre, os funcionários podem trabalhar na quinta-feira até as 18h em lojas de shoppings e até as 19h em lojas de rua. No dia 1º, as lojas não poderão atender com empregados.
SUPERMERCADOS
Os supermercados abrem com horários especiais, a critério de cada empresa, no dia 31, e fecham no dia 1º.
BANCOS
Esta quarta-feira é o último dia útil do ano. As agências prestarão serviço ao público normalmente, realizando todas as operações bancárias solicitadas pelos clientes. Já nos dias 31 e 1º, as agências bancárias estarão fechadas para atendimento ao público. As contas de consumo (água, luz, telefone e TV a cabo), bem como os carnês que estiverem com vencimento nas datas em que as agências estiverem fechadas, poderão ser pagos no primeiro dia útil(segunda-feira, dia 4), sem a incidência de multa.
CORREIOS
Nesta quinta-feira, o funcionamento dependerá do porte da agência: as maiores abrirão até o meio-dia e as menores estarão fechadas. No dia 1º, todas estarão fechadas. Já a Central de Atendimento dos Correios (CAC) funcionará das 8 às 14 horas no dia 31. No dia 1º, não haverá atendimento.
TRANSPORTE PÚBLICO
Segundo a EPTC, as linhas de ônibus de Porto Alegre circularão com a tabela de feriado e domingo no dia 1º. Os táxis circulam com bandeira 2. Já o Trensurb opera com horários diferenciados no dia 31 e conforme a tabela regular de domingos e feriados no dia 1º, com intervalos de 15 minutos.
RODOVIÁRIA
O litoral gaúcho é o local mais procurado por quem viaja neste feriadão — cerca de 70% das 60 mil pessoas que devem passar pela rodoviária de Porto Alegre entre quarta e sexta-feira terão as praias como destino.
Segundo a Veppo, administradora da rodoviária, 500 ônibus extras serão colocados à disposição.
O maior movimento deve se concentrar nesta quarta-feira, durante o dia inteiro, e na quinta, pela manhã e à tarde. Os dias 3, à noite, e 4, pela manhã, registrarão o pico do movimento de volta à Capital.
MERCADO PÚBLICO DE PORTO ALEGRE
O Mercado Público de Porto Alegre atenderá em horários diferenciados. Nesta quarta-feira, funciona das 7h30min às 20h, e na quinta, das 7h30min às 17h. No dia 1º, estará fechado.
LINHA TURISMO
O city tour Linha Turismo irá circular em uma escala diferenciada. Na véspera e no feriado de Ano-Novo, não haverá passeios. Eles serão retomados no sábado, com horário regular.
SERVIÇOS DA PREFEITURA
Os órgãos municipais de Porto Alegre que desempenham serviços essenciais estarão em regime de plantão a partir das 12h desta quinta-feira. O expediente regular será retomado na segunda, dia 4. Solicitações de serviços, como poda de árvores, iluminação pública, pavimentação de ruas, coleta de lixo, esgoto pluvial e outras demandas estarão disponíveis com atendimento das 8h às 12h. Para serviços de trânsito, água, esgoto sanitário e denúncia de vandalismo, o atendimento será 24 horas pelo telefone 156.
COLETA DE LIXO
O Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU) trabalhará normalmente com todas as coletas no feriado: domiciliar, seletiva e de lixo público.
SAÚDE

Os pronto-atendimentos e hospitais do município - Hospital de Pronto Socorro (HPS) e Hospital Materno Infantil Presidente Vargas (HMIPV) - permanecerão abertos 24 horas para atender à população. As Unidades Básicas de Saúde fecham ao meio-dia nesta quinta-feira, reabrindo na segunda, às 7h. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) pode ser acionado durante todo o feriado pelo telefone 192.