Em 8 de janeiro de 2023, um episódio de depredações e invasões nos principais edifícios dos três poderes em Brasília foi imediatamente rotulado pelo governo Lula como uma tentativa de golpe de Estado.
Ao transformar essa data em uma celebração, o governo tenta construir uma narrativa oportunista de "ameaça à democracia". Esse discurso distorcido serve para justificar o cerceamento da liberdade de expressão, a criminalização de civis e a prisão sem julgamento, incluindo idosos.
Uma narrativa contraditória e seletiva, vale ressaltar. Como pode um governo que se autointitula defensor da democracia apoiar regimes autoritários como o de Nicolás Maduro, cuja reeleição é amplamente questionada? Esse falso discurso de defesa da democracia tem como único objetivo deslegitimar quem se opõe ao governo e espalhar a ideia de que o Brasil corre o risco de ser governado por 'antidemocratas'.
O episódio de 8 de janeiro não pode mais ser usado como pretexto para silenciar vozes dissidentes. Em nome da defesa da “democracia deles”, o governo viola direitos fundamentais e transforma civis em prisioneiros políticos, muitos deles sem sequer terem sido julgados ou condenados. O Estado de Direito está sendo distorcido, com prisões arbitrárias que ferem as garantias constitucionais.
O governo Lula precisa parar de insistir na falácia do golpe e encarar a realidade: os verdadeiros democratas defendem a justiça e a liberdade, não narrativas escancaradamente forjadas. A libertação imediata dos presos políticos do 8 de janeiro é uma medida urgente e inadiável para restaurar a credibilidade da democracia brasileira. Não há democracia verdadeira onde há injustiça, abuso de poder e falta de transparência nos processos judiciais. O governo deve escolher entre seguir com sua narrativa vazia de golpe ou cumprir sua obrigação de garantir os direitos fundamentais de todos os cidadãos.
Luciano Zucco
Deputado Federal (PL-RS) - líder da oposição na Câmara