Entenda o que foi apresentado na reunião de Eduardo Leite com os representantes de Poderes

Depois de se reunir com deputados, líderes partidários, sindicatos de servidores e imprensa, o governador Eduardo Leite recebeu, na manhã desta segunda-feira (14/10), chefes de Poderes para discutir as medidas que integram a reforma estrutural do Estado.
“Não quero comunicar o que estamos propondo, mas, sim, compartilhar, discutir e construir com vocês. Não encaminharemos nada à Assembleia Legislativa sem antes ouvir, sofrer as interferências, críticas e sugestões para construirmos o projeto mais razoável possível e que prospere na AL, já que as mudanças atingem todos os servidores, de todos os Poderes”, iniciou dizendo o governador.
Participaram do café da manhã no Palácio Piratini os presidentes da Assembleia Legislativa, deputado Luís Augusto Lara, do Tribunal de Justiça, desembargador Carlos Eduardo Duro, e do Tribunal de Contas do Estado, Iradir Pietroski, o procurador-geral de Justiça, Fabiano Dallazen, e o defensor público-geral do Estado, Cristiano Vieira Heerdt.
Pelo poder Executivo, autor das propostas, estiveram presentes, além de Leite, o vice-governador e secretário da Segurança Pública, Ranolfo Vieira Júnior, as secretárias de Planejamento, Orçamento e Gestão, Leany Lemos, e de Comunicação, Tânia Moreira, o chefe da Casa Civil, Otomar Vivian, e o procurador-geral do Estado, Eduardo Cunha da Costa.
Antes de detalhar as mudanças, o governador apresentou o diagnóstico fiscal do Estado, que justifica a necessidade do encaminhamento da reforma de pessoal para todos os Poderes. Em um cenário no qual 82% da despesa liquidada até agora em 2019 está comprometida com pagamento de pessoal, as medidas propostas focam na contenção da despesa vegetativa, em uma reforma da Previdência que acompanhe os parâmetros da reforma nacional e na modernização de regimes de trabalho que poderão auxiliar na rotina do serviço público.
“Tivemos uma conversa republicana e necessária, porque as propostas que estamos apresentando têm impacto em todos os Poderes, especialmente no que diz respeito às alíquotas previdenciárias e na idade mínima de contribuição para aposentadoria, por isso, acho fundamental compartilhar esta agenda que temos para recuperar o equilíbrio fiscal de forma que sustente o futuro do Estado”, avaliou o governador.
“Estamos envelhecendo, com um perfil demográfico que joga contra os gaúchos, e empobrecendo, com perda de dinâmica econômica e um desequilíbrio fiscal que impacta em toda a economia do Estado. Precisamos tomar medidas agora, por mais indigestas que sejam. É preciso mudar para alguns para melhorar para todos”, concluiu.

Medidas
O cenário do Rio Grande do Sul contempla, ainda, uma das piores situações previdenciárias do Brasil – o déficit para este ano deve ser superior a R$ 12 bilhões. Se considerado o valor proporcional à população, é o pior déficit per capita de todo o país – no RS, o custo anual chega a R$ 1.038 por habitante.
Com base nesse diagnóstico, a reforma estrutural envolve as seguintes medidas fiscais:
– Previdência: revisão das alíquotas e bases de cálculo; regras federais de idade mínima e tempo de contribuição
– Contenção da despesa vegetativa: avanços, triênios e adicionais por tempo de serviço; incorporação de funções gratificadas; redução da gratificação de permanência e abono de incentivo à permanência no serviço ativo
– Cargos comissionados: 20% dos cargos bloqueados; menos de 2% da despesa total
– Isenções e benefícios fiscais: ampla transparência seguindo a legislação; revisão dos benefícios com base em estudos econômicos de impacto
– Programa Receita 2030: reforma tributária e novos parâmetros de relacionamento com o contribuinte
Há, ainda, medidas de modernização da legislação que rege o funcionalismo, como a possibilidade de redução de carga horária a pedido do servidor, melhorias no abono família, redução no abatimento do vale-refeição, férias em três períodos, regulamentação de afastamentos para pós-graduação, desburocratização da perícia médica, recondução de cargo a pedido do servidor e banco de horas.
O impacto fiscal previsto com as mudanças de todas as carreiras dos Poderes, no período de 10 anos, é de R$ 25 bilhões

Crescimento do PIB do RS no primeiro semestre é o maior dos últimos seis anos


A soma das riquezas produzidas pela economia gaúcha no primeiro semestre de 2019 alcançou 3,8% de crescimento, enquanto o Brasil cresceu 0,7% no mesmo período. O resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do Rio Grande do Sul nos seis primeiros meses do ano foi fortemente influenciado pelos desempenhos da agropecuária, que cresceu 7,2% (impulsionada pelas safras de soja e milho), e da indústria, com crescimento de 5,5% – destaque para a fabricação de veículos, de implementos e  produtos químicos. Desde o primeiro semestre de 2013, o PIB do Estado não crescia tanto na primeira metade do ano.

O PIB do segundo trimestre de 2019 foi apresentado na tarde desta segunda-feira (14/10) pelo Departamento de Economia e Estatística (DEE) da Secretaria de Planejamento, Orçamento e Gestão (Seplag). O excelente resultado, segundo os pesquisadores que elaboraram o indicador, deve ser comemorado com cautela.

“O crescimento do primeiro semestre de 2019 se deu sobre uma base deprimida, devido à estiagem e à greve dos caminhoneiros que ocorreram na primeira metade de 2018”, pondera Roberto Rocha, pesquisador em economia da Seplag.

Rocha destaca o desempenho do setor automotivo no Estado. A produção de automóveis, implementos e carrocerias contribuiu decisivamente para o crescimento de 6,4% da indústria de transformação no período.

A dinamização da agropecuária e de segmentos da indústria do RS fez com que, no semestre, os serviços crescessem mais do que na média nacional: 1,8% em comparação com 1,2% do país. O crescimento dos três setores foi maior no Estado do que no Brasil, evidenciando, mais uma vez, o desempenho superior da economia gaúcha em 2019, aponta a pesquisa.
O resultado positivo do segundo trimestre deste ano é o quarto numa sequência que teve início no terceiro trimestre de 2018, logo após a greve dos caminhoneiros. Desde então, a economia gaúcha cresce em todas as comparações.

A secretária de Planejamento, Leany Lemos, destacou que o resultado mostra a “força da economia do Estado” e que a divulgação do indicador pelo DEE faz parte da estratégia da pasta de “para melhorar a gestão pública, aumentar o volume de informações qualificadas para a sociedade e dar base para decisões do setor privado”.

Leany reforça todas as medidas que vêm sendo tomadas para reformar a máquina pública e auxiliar na atração de investimentos: “se não equacionarmos a crise fiscal, o governo estadual não poderá realizar os investimentos fundamentais ao crescimento da economia”. O DEE deverá apresentar até o final deste mês uma análise mais aprofundada da conjuntura econômica.

Em relação ao trimestre imediatamente anterior (2° trim./2019 sobre o 1° trim./2019), o crescimento do PIB foi de 1,4%. Neste comparativo, a economia nacional evoluiu tão somente 0,4%. Mais uma vez, a agropecuária (6%) teve o melhor desempenho proporcional na comparação aos três primeiros meses do ano, enquanto a indústria ficou 1,1% positivo, mesmo assim ainda acima do desempenho do país. O setor de serviços cresceu 0,3% no RS no segundo trimestre em comparação ao trimestre que o antecedeu, reproduzindo a mesma expansão acanhada verificada em todo o Brasil.
Quando comparado ao mesmo trimestre do ano passado (2° trim./2019 sobre 2° trim./2018), o crescimento da economia gaúcha chegou a 4,7%. O país, considerando o mesmo período de um ano para o outro, teve variação positiva de 1%. Em virtude do crescimento verificado em atividades de grande peso na arrecadação tributária, como a indústria de transformação e o comércio, o volume dos impostos sobre produtos no RS subiu 5,7%, enquanto, no Brasil, essa taxa foi de 1,7%. Com isso, o Valor Adicionado Bruto (VAB) do Estado cresceu 4,6%, bem acima da variação do Brasil, que foi de 0,9%.

Neste quadro comparativo, a economia gaúcha apresentou crescimento nos três setores, com destaque para a agropecuária e a indústria. Porém, também nesse aspecto, os pesquisadores do DEE salientam que esta expansão se deu a partir de uma base baixa em 2018, consequência da estiagem que afetou a produção agrícola e da greve dos caminhoneiros, que impactou negativamente a produção industrial. Em relação ao mesmo trimestre do ano passado, as duas atividades com pior desempenho foram a indústria extrativa, com queda 5,5%, e a construção, com variação positiva de 0,1%.

Acumulado do ano

A taxa acumulada em quatro trimestres do PIB gaúcho ficou em 3,9%, o que demonstra um processo de recuperação da economia gaúcha. A expansão no período de um ano (até junho de 2019) foi resultado do crescimento da agropecuária (6,2%), da indústria (5,8%) e dos serviços (1,6%). Comparando com a trajetória da economia brasileira pós-crise, nota-se que o RS apresenta uma recuperação mais acelerada, notadamente quando comparada com a estagnação do desempenho nacional neste ano, diz o estudo.
Para a chefe da Divisão de Indicadores Estruturais do DEE, Vanessa Sulzbach, “apesar de estarmos com crescimento significativo há quatro trimestres seguidos, a tendência é de que as taxas se arrefeçam a partir do terceiro trimestre de 2019, em parte porque a influência da agropecuária se concentra na primeira parte do ano, e também porque os indicadores mais recentes da indústria já sinalizam uma certa desaceleração em alguns segmentos”. Além disso, acrescenta, as perspectivas para a economia brasileira, importante mercado dos produtos gaúchos, dão conta de um crescimento inferior a 1%.


Artigo, João Senger, Zero Hora - Para a mante alcançar o corpo


- O autor é João Senger, presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia/Seção RS

O mundo está envelhecendo rapidamente. O legado do século 20 foi a longevidade, e continua neste, sendo que a cada segundo duas pessoas no mundo celebram 60 anos de vida. Atualmente, o crescimento populacional se deve, em sua maior parte, a um menor número de pessoas morrendo a cada ano do que a um maior número de pessoas nascendo. A parcela da população que mais vem crescendo no mundo é a dos muitos idosos. É um grande desafio em termos de saúde, pois este grupo é mais frágil. São mais dependentes e com mais enfermidades associadas. O que importa é mantermos a funcionalidade, o que vai manter a independência ao envelhecermos.
A funcionalidade tem a ver com independência (estar bem fisicamente, nossas atividades motoras) e autonomia (estar bem cognitivamente, podermos tomar nossas decisões,  fazer nossas escolhas e memória). Hoje sabemos que o antigo ensinamento grego "corpo são, mente sã" está comprovado, pois existe uma interação entre a saúde física e a mental, principalmente em relação à questão motora, influenciando a preservação da memória. "O estimulante eixo músculo-cérebro descoberto por alguns estudos, expande ainda mais o papel que os tecidos periféricos podem desempenhar sobre a saúde e as doenças do cérebro", escreveu a neurocientista Li Gan, da Universidade da Califórnia, em São Francisco.

Possivelmente, de todos os fatores conhecidos para retardar o envelhecimento, a atividade física seja o mais importante, pois através dela conseguimos queimar o excesso de calorias ingeridas durante o dia, regulando melhor o peso corporal. Auxilia no retardo da perda muscular, mantendo assim nossa força, equilíbrio, prevenindo quedas, etc. Melhora nosso ânimo, prevenindo e auxiliando no tratamento da depressão. Melhora a qualidade do sono. Melhora nossa imunidade, prevenindo infecções. Beneficia a circulação, melhorando a oxigenação e a nutrição das células, assim retardando seu envelhecimento. Auxilia no controle da hipertensão e diabetes, assim como na redução do colesterol, triglicerídeos e do ácido úrico. Mantendo nosso cérebro mais saudável também, fazendo que mente e corpo envelheçam juntos, mas lentamente.