Artigo, Roberto Barbuti, Correio do Povo - A importância da PPP do saneamento


Saneamento é vida. E como a vida, há momentos decisivos em que as escolhas que fazemos direcionam o futuro. A Corsan e a Região Metropolitana de Porto Alegre estão vivendo um destes momentos. Ao completar o primeiro mês na Presidência da Corsan, ainda estou focado em compreender a complexa, desafiadora e positiva realidade da empresa, do Estado e do setor. Estamos elaborando um planejamento estratégico para apontar o caminho para o futuro e como iremos percorrê-lo, mas uma das ações já está muito clara para mim; seguir adiante, e o mais rápido possível, com a Parceria Público-Privada (PPP) da Região Metropolitana. De forma resumida, esta ação consiste na criação de uma Sociedade de Propósito Específico (SPE), que deverá atrair um investimento privado, a ser selecionado por meio de um processo licitatório conduzido pela Corsan e que terá a obrigação de realizar um ambicioso plano de investimentos para agilizar a universalização da coleta e do tratamento do esgoto da região.
Esse plano trará uma sensível melhora à qualidade de vida e à saúde da população, especialmente a mais carente, além da diminuição nos índices da poluição dos rios Gravataí e Sinos. Adicionalmente, irá gerar empregos na execução das obras e na operação do sistema, além de uma relevante “externalidade positiva” em termos de geração de renda de forma indireta, em um total estimado de R$ 2,9 bilhões.
Esta PPP foi desenhada para abranger nove municípios da Região Metropolitana. Destes, oito já assinaram os acordos para adesão, faltando apenas o município de Canoas. A Corsan pretende ir em frente com os municípios que já aprovaram, mas torce para seguir também com Canoas. Claro que respeitaremos a decisão que a Câmara de Vereadores de Canoas vier a tomar, mas como uma concessionária que tem por objetivo prestar o melhor serviço possível para os seus clientes e à população do Rio Grande do Sul, nos sentimos no dever de comunicar que entendemos ser a referida PPP praticamente a única alternativa para endereçar o déficit histórico do saneamento e ainda trazer benefícios sociais, de saúde, econômicos e ambientais.
O tema da PPP já foi amplamente debatido e sua formatação referendada com a ampla revisão desse projeto. A vida é feita de escolhas e a pluralidade de opiniões tem que ser respeitada e valorizada. No entanto, ainda não surgiu qualquer proposta alternativa realista e mais eficiente. Neste contexto, me permito fazer a pergunta: quem hoje se opõe à PPP acredita que está tudo bem? Tem alguma proposta concreta? Como não acredito que a atual situação seja aceitável, apelo para o bom senso e a sensibilidade social dos envolvidos, e que possamos seguir adiante no curto prazo, lançando a PPP em sua integralidade, ou seja, com a importante participação do município de Canoas.

Via Varejo: Klein já levantou quase R$ 1 bi


O empresário Michael Klein vendeu na semana passada um portfólio de mais de 30 lojas, levantando cerca de R$ 400 milhões e se livrando de uma dívida de R$ 250 milhões carregada pelos ativos, fontes informadas sobre a transação disseram ao Brazil Journal.
Os compradores foram o GIC – o fundo soberano de Cingapura, que já fez negócios com Klein – e a HSI Investimentos, uma gestora de ativos imobiliários que já havia comprado dois ativos de Klein no início do ano por cerca de R$ 250 milhões.
Vistas em seu conjunto, as transações são o sinal mais claro de que Klein está levantando liquidez relevante para sua tão antecipada oferta pela Via Varejo.
Mas o maior evento de liquidez ainda pode estar por vir. Em outubro, Klein colocou à venda um portfólio Premium com cerca de 10 centros de distribuição – a maioria em São Paulo – totalizando 1 milhão de metros quadrados. Segundo brokers especializados em logística, esta carteira de imóveis vale ao redor de R$ 2 bilhões.
De lá para cá, Klein trocou de advisors no negócio, substituindo uma assessoria independente por um grande banco comercial.
Uma terceira transação envolve um pacote de lojas alugadas à Via Varejo. Segundo uma fonte, a XP pode estruturar um fundo de investimentos imobiliário para comprar esta carteira, além de estar assessorando o empresário na compra das ações da varejista.
O portfólio de lojas objeto da transação da semana passada foi comprado por Klein em 2014. A maioria dos imóveis está alugada para a C&A e as Lojas Riachuelo, com uma concentração geográfica em São Paulo e outras capitais. O pacote também inclui a sede da C&A em Alphaville.

Força-tarefa informa a ocorrência de ataque criminoso à Lava Jato


Força-tarefa informa a ocorrência de ataque criminoso à Lava Jato

Procuradores mostram tranquilidade quanto à legitimidade da atuação, mas revelam preocupação com segurança pessoal e com falsificação e deturpação do significado de mensagens

Força-tarefa informa a ocorrência de ataque criminoso à Lava Jato
A força-tarefa da Lava Jato no Ministério Público Federal no Paraná (MPF) vem a público informar que seus membros foram vítimas de ação criminosa de um hacker que praticou os mais graves ataques à atividade do Ministério Público, à vida privada e à segurança de seus integrantes.

A ação vil do hacker invadiu telefones e aplicativos de procuradores da Lava Jato usados para comunicação privada e no interesse do trabalho, tendo havido ainda a subtração de identidade de alguns de seus integrantes. Não se sabe exatamente ainda a extensão da invasão, mas se sabe que foram obtidas cópias de mensagens e arquivos trocados em relações privadas e de trabalho.

Dentre as informações ilegalmente copiadas, possivelmente estão documentos e dados sobre estratégias e investigações em andamento e sobre rotinas pessoais e de segurança dos integrantes da força-tarefa e de suas famílias.

Há a tranquilidade de que os dados eventualmente obtidos refletem uma atividade desenvolvida com pleno respeito à legalidade e de forma técnica e imparcial, em mais de cinco anos de Operação.

Contudo, há três preocupações. Primeiro, os avanços contra a corrupção promovidos pela Lava Jato foram seguidos, em diversas oportunidades, por fortes reações de pessoas que defendiam os interesses de corruptos, não raro de modo oculto e dissimulado.

A violação criminosa das comunicações de autoridades constituídas é uma grave e ilícita afronta ao Estado e se coaduna com o objetivo de obstar a continuidade da Operação, expondo a vida dos seus membros e famílias a riscos pessoais. Ninguém deve ter sua intimidade – seja física, seja moral – devassada ou divulgada contra a sua vontade. Além disso, na medida em que expõe rotinas e detalhes da vida pessoal, a ação ilegal cria enormes riscos à intimidade e à segurança dos integrantes da força-tarefa, de seus familiares e amigos.

Em segundo lugar, uma vez ultrapassados todos os limites de respeito às instituições e às autoridades constituídas na República, é de se esperar que a atividade criminosa continue e avance para deturpar fatos, apresentar fatos retirados de contexto, falsificar integral ou parcialmente informações e disseminar “fake news”.

Entretanto, os procuradores da Lava Jato não vão se dobrar à invasão imoral e ilegal, à extorsão ou à tentativa de expor e deturpar suas vidas pessoais e profissionais. A atuação sórdida daqueles que vierem a se aproveitar da ação do “hacker” para deturpar fatos, apresentar fatos retirados de contexto e falsificar integral ou parcialmente informações atende interesses inconfessáveis de criminosos atingidos pela Lava Jato.

Por fim, os procuradores da Lava Jato em Curitiba mantiveram, ao longo dos últimos cinco anos, discussões em grupos de mensagens, sobre diversos temas, alguns complexos, em paralelo a reuniões pessoais que lhes dão contexto. Vários dos integrantes da força-tarefa de procuradores são amigos próximos e, nesse ambiente, são comuns desabafos e brincadeiras. Muitas conversas, sem o devido contexto, podem dar margem para interpretações equivocadas. A força-tarefa lamenta profundamente pelo desconforto daqueles que eventualmente tenham se sentido atingidos.

Diante disso, em paralelo à necessária continuidade de seu trabalho em favor da sociedade, a força-tarefa da Lava Jato estará à disposição para prestar esclarecimentos sobre fatos e procedimentos de sua responsabilidade, com o objetivo de manter a confiança pública na plena licitude e legitimidade de sua atuação, assim como de prestar contas de seu trabalho à sociedade.

Contudo, nenhum pedido de esclarecimento ocorreu antes das publicações, o que surpreende e contraria as melhores práticas jornalísticas. Esclarecimentos posteriores, evidentemente, podem não ser vistos pelo mesmo público que leu as matérias originais, o que também fere um critério de justiça. Além disso, é digno de nota o viés tendencioso do conteúdo até o momento divulgado, o que é um indicativo que pode confirmar o objetivo original do hacker de, efetivamente, atacar a operação Lava Jato.

De todo modo, eventuais críticas feitas pela opinião pública sobre as mensagens trocadas por seus integrantes serão recebidas como uma oportunidade para a reflexão e o aperfeiçoamento dos trabalhos da força-tarefa.

Em paralelo à necessária reflexão e prestação de contas à sociedade, é importante dar continuidade ao trabalho. Apenas neste ano, dezenas de pessoas foram acusadas por corrupção e mais de 750 milhões de reais foram recuperados para os cofres públicos. Apenas dois dos acordos em negociação poderão resultar para a sociedade brasileira na recuperação de mais de R$ 1 bilhão em meados deste ano. No total, em Curitiba, mais de 400 pessoas já foram acusadas e 13 bilhões de reais vêm sendo recuperados, representando um avanço contra a criminalidade sem precedentes. Além disso, a força-tarefa garantiu que ficassem no Brasil cerca de 2,5 bilhões de reais que seriam destinados aos Estados Unidos.

Em face da agressão cibernética, foram adotadas medidas para aprimorar a segurança das comunicações dos integrantes do Ministério Público Federal, assim como para responsabilizar os envolvidos no ataque hacker, que não se confunde com a atuação da imprensa. Desde o primeiro momento em que percebidas as tentativas de ataques, a força-tarefa comunicou a Procuradoria-Geral da República para que medidas de segurança pudessem ser adotadas em relação a todos os membros do MPF. Na mesma direção, um grupo de trabalho envolvendo diversos procuradores da República foi constituído para, em auxílio à Secretaria de Tecnologia da Informação e Comunicação da PGR, aprofundar as investigações e buscar as melhores medidas de prevenção a novas investidas criminosas.

Em conclusão, os membros do Ministério Público Federal que integram a força-tarefa da operação Lava Jato renovam publicamente o compromisso de avançar o trabalho técnico, imparcial e apartidário e informam que estão sendo adotadas medidas para esclarecer a sociedade sobre eventuais dúvidas sobre as mensagens trocadas, para a apuração rigorosa dos crimes sob o necessário sigilo e para minorar os riscos à segurança dos procuradores atacados e de suas famílias.

Lava Jato – Acompanhe todas as informações oficiais do MPF sobre a Operação Lava Jato no site www.lavajato.mpf.mp.br



Assessoria de Comunicação – Ascom

Ministério Público Federal no Paraná